Comparação é feita com mulheres brancas na mesma faixa etária. Jovens
negros, de ambos os sexos, estão no topo da vulnerabilidade.
As mulheres negras entre 15 e 29 anos tem 2,2 mais chances
de serem assassinadas no Brasil do que uma mulher branca da mesma idade.
Dos 27 estados da Federação, em 26 deles a taxa de homicídios entre
negras é maior, com o Rio Grande do Norte liderando o ranking. Lá, meninas negras são mortas 8,11 vezes mais do que brancas.
As informações pertencem ao Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) 2017, elaborado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
As informações pertencem ao Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) 2017, elaborado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O IVJ 2017 reúne dados como frequência escolar e situação de
emprego; escolaridade; e taxa de mortalidade por homicídios e acidentes
de trânsito. O estudo foi calculado a partir de 304 mil municípios do
Brasil com mais de 100 mil habitantes e está na segunda edição. A
primeira foi publicada em 2015.
No topo da vulnerabilidade social aparecem os jovens negros
de ambos os sexos. Na primeira vez que o índice foi apresentado, os
negros de idade entre 12 e 29 anos tinham 2,5 vezes mais chances de
serem assassinados do que brancos. No IVJ 2017, desta vez com a faixa
etária de 15 e 29 anos, os números subiram: negros do Brasil tem 2,7
vezes mais chances de serem assassinados.
Alagoas aparece como o pior estado para jovens negros
viverem. Lá, as chances de serem assassinados com idade entre 15 e 29
anos sobem para 12,7 vezes em relação a jovens brancos de mesma idade.
Em segundo lugar vem a Paraíba, onde a diferença é de 8,9 vezes. Em
Tocantins o risco é semelhante, e Roraima não apresentou nenhum dado de
jovem branco morto no período analisado. Apenas no Paraná a mortalidade
entre brancos é maior, onde representam 44,2% da população, segundo
dados do Pnad 2016.
No Rio Grande do Norte, mulheres negras tem 8,11 vezes mais chances de serem assassinadas em relação às mulheres brancas
Escravidão
O documento lembra ainda que o Brasil foi o último País do
mundo a abolir a escravidão, quando esta população já representava 50%
do total. Ressalta também que isso não significou a possibilidade de
entrada dos negros no mercado de trabalho e o acesso à educação, o que justifica os altos números de mortalidade.
“Assumir que a violência letal está fortemente
endereçada à população negra e que este é um componente que se associa a
uma série de desigualdades socioeconômicas é o primeiro passo para o
desenvolvimento de políticas públicas focalizadas e ações afirmativas
que sejam capazes de dirimir essas iniquidades”, afirma o índice.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/no-brasil-uma-mulher-negra-tem-2-2-vezes-mais-chances-de-ser-assassinada
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