segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

AO CONTRÁRIO DE TEMER, ROCHA LOURES VIRA RÉU POR MALA DE 500 MIL

Juiz aceita a acusação contra ex-deputado por ação controlada que o flagrou carregando uma valise com propina da JBS.

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O "homem da mala" não teve a mesma sorte que o presidente

Considerado por Michel Temer como homem de sua "estrita confiança" em diálogo com Joesley Batista, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures não teve a mesma sorte que o presidente em relação à denúncia apresentada pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot sobre o escândalo da mala com 500 mil reais em propina da JBS.
Nesta segunda-feira 11, o juiz Jaime Travassos Sarinho, da 10ª Vara Federal em Brasília, aceitou a denúncia contra o ex-assessor de Temer por corrupção passiva. Após a Câmara barrar, por 263 votos a 227, o prosseguimento da acusação contra o presidente, o Supremo Tribunal Federal remeteu os autos para a primeira instância, onde seguirá a ação contra Loures. Ex-parlamentar, o "homem da mala" não ocupa mais cargo com foro privilegiado. 
Em sua decisão, o magistrado concluiu que a peça descreve fatos que, "em tese, são criminosos" e está amparada em "elementos de convicção". Sarinho argumenta que há ainda "substrato probatório mínino" para a aceitação da denúncia.
Nas 60 páginas da denúncia por corrupção passiva que apresentou ao STF contra Temer, Janot buscou conectar dois conjuntos de fatos para provar a culpa do presidente. O primeiro envolvia a negociação da propina semanal feita entre representantes do grupo J&F, de Joesley Batista, e Rocha Loures.
O segundo conjunto compõe o estreito relacionamento entre o presidente e seu ex-assessor. Para Janot, havia evidências de que, ao pedir e receber propina, Rocha Loures estava atuando em nome de Temer.
A principal prova contra Loures na denúncia é a mala com 500 mil reais de propina que ele recebeu de Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais do grupo J&F, em um encontro entre os dois em 28 de abril deste ano, em São Paulo. Os dois se reuniram inicialmente no Shopping Center Vila Olímpia, na zona oeste da cidade, e depois foram para uma pizzaria na rua Pamplona, nos Jardins, zona sul.
Todo o encontro foi acompanhado, fotografado e filmado pela Polícia Federal em uma "ação controlada" autorizada pela Justiça. Há registro em vídeo de Rocha Loures correndo com a mala de dinheiro em direção a um táxi que o aguardava nas proximidades da pizzaria. Tanto a ação da PF quanto o depoimento do motorista de táxi confirmam que Rocha Loures entrou no restaurante sem bagagem e saiu de lá com a mala.
Na segunda parte da denúncia, Janot buscou relacionar a propina recebida por Rocha Loures a Temer por meio de diversos pontos.
Segundo a denúncia original, o ex-assessor foi o responsável pelo agendamento do encontro entre Joesley Batista e Temer em 7 de março. Seis dias depois, um encontro entre o empresário e Rocha Loures confirmou, segundo Janot, que o então deputado seria o novo ponto de contato entre Temer e Batista.
Outro ponto destacado pelo ex-PGR é uma conversa entre Rocha Loures e o presidente em exercício do Cade, na qual o ex-deputado fala abertamente sobre uma fatia de 5% do negócio. No diálogo, ele cita o presidente.

Disponível em:  https://www.cartacapital.com.br/politica/ao-contrario-de-temer-rocha-loures-vira-reu-por-mala-de-500-mil 

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