Projetos em Uganda, no Egito e no Quênia estão entre os seis finalistas do Prêmio de Inovação Social.
Os projetos promovem oportunidades para que elas se tornem empreendedoras
Ser mulher em um mundo em que a desigualdade de gênero é presente em
todos os países, em menor ou maior grau, traz como consequência uma
série de restrições desde a infância. De acordo com o Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), 15 milhões de meninas se casam todos os
anos antes de completarem 18 anos de idade, sendo que metade desses
casamentos são ilegais. Esse é um dos dados que ajudam a explicar o
abismo de oportunidades educacionais e de desenvolvimento entre meninos e
meninas.
Nos países subdesenvolvidos, por exemplo, muitas garotas precisam
abandonar a escola para cuidar da casa e dos filhos. Para ajudar a
romper essas diferenças sociais, projetos em Uganda, no Egito e no
Quênia buscam empoderar as meninas e mulheres com o objetivo de promover
oportunidades para que elas se tornem empreendedoras. As três
iniciativas estão entre os seis finalistas do Prêmio de Inovação Social, promovido pela Nestlé.
Esta edição do prêmio, realizada em parceria com a Ashoka, principal
rede mundial de empreendedores sociais transformadores, dará ao vencedor
a quantia de até 400 mil francos suíços (cerca de R$ 1,4 milhão) para
expandir a iniciativa e uma bolsa de estudos. O ganhador será anunciado
no Fórum de Criação de Valor Compartilhado, no dia 16 de março de 2018,
em Brasília (DF).
Os projetos
KadAfrica - Uganda
Na região rural de Uganda, a dependência econômica é uma das
principais injustiças enfrentadas pelas meninas. Além disso, grande
parte delas tem que abandonar a escola, fato geralmente acompanhado pelo
casamento infantil e a gravidez precoce. Nessas áreas, a agricultura é
uma tarefa delegada apenas a mulheres, mas não é vista como um negócio.
Para mudar essa realidade, a organização KadAfrica empodera e
capacita meninas de 14 a 20 anos, que tiveram que parar de estudar, com
noções básicas de negócios e agricultura, para que elas possam ter uma
renda a partir do cultivo sustentável de maracujá. Na fazenda do
projeto, elas participam de um programa de treinamento, onde adquirem
habilidades e recursos para começar suas próprias plantações.
A iniciativa compra todas as frutas produzidas pelas participantes,
que recebem o dinheiro de seu trabalho para manterem uma renda. Até
agora, mais de 2 mil jovens já participaram da KadAfrica.
Mama Maji - Estados Unidos (sede) / Quênia (atuação)
No Quênia, as mulheres dedicam seu tempo e prejudicam sua educação e
saúde para coletar água para toda a comunidade. Para solucionar os
problemas da crise de recursos e do saneamento, a organização Mama Maji
oferece capacitação para as participantes construírem tanques de água na
área rural em que vivem e se tornarem catalisadoras do projeto.
A iniciativa busca transformar a falta de desenvolvimento em um campo
de oportunidades para as participantes aprenderem sobre liderança e
habilidades empresariais em negócios sustentáveis. A ideia é que as
mulheres ofereçam água para toda a comunidade e ainda tenham uma fonte
de renda por meio da venda de tanques e tijolos. Atualmente, há 270
empreendedoras do Mama Maji atuando em suas comunidades.
Mumm – Egito
O Egito lidera o ranking de adultos obesos: 35% da população do país
está nesta situação. Pensando nisso, foi criada a plataforma Mumm, que
oferece um serviço de entrega de comida caseira e nutritiva feita por
cozinheiros desempregados – em sua maioria mulheres refugiadas – dentro
de suas casas.
A ideia é substituir o fast food por alimentos saudáveis e que são
40% mais baratos do que a média da comida consumida por meio do delivery
dos restaurantes. O serviço funciona da seguinte maneira: o cliente faz
o pedido da comida on-line e a cozinheira mais próxima prepara o prato.
Quando a refeição fica pronta, uma pessoa cadastrada no site faz a
entrega.
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