Texto original em inglês de Lara Witt.
Nesse momento é quase impossível não ter ouvido falar da vitória de Moonlight
no Oscar. Talvez você até tenha na ponta da língua o nome de seus
atores — Mahershala Ali, Alex Hibbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes —
que estrelaram no filme de Barry Jenkins. E talvez até saiba que os
quatro agora são destaque na mais nova campanha da Calvin Klein’s de
roupa íntima, chamada de Revelation (Revelação).
A campanha é retrata de maneira
elegante, bonita e amável o poder silêncio dos atores e suas
personalidades. As imagens amplamente divulgadas da série
previsivelmente fizeram muitas pessoas babarem e reverenciá-las contudo,
o que me deixou mais desconfortável foi ver como mulheres brancas reagiram às imagens.
Muita das quais nunca soltaram um pio sobre as indignidades enfrentadas
por vidas negras ou sobre o racismo sistêmico dentro, até mesmo, de
suas próprias comunidades.
Então você quer emoldurar as fotos de Mahershala, mas não se importou quando o dançarino DG* foi assassinado perto de sua casa?
Você quer ir pra cama com Trevante, mas permaneceu em silêncio quando
seu amigo disse que todas as vidas importam e não apenas a de pessoas
negras ou quando seu pai disse que bandido bom é bandido morto? Você
acha que não tem nada demais em falar como você deseja muito filhos
misturados com algum deles quando não consegue confrontar seus colegas
de trabalho quando eles dizem merdas racistas?
A objetificação de homens negros por
mulheres brancas me cheira mal faz muito tempo. Certamente não posso
ignorar isso e acho repulsivo ter que ouvir mulheres brancas
desumanizando e cobiçando picas e corpos negros sem nunca se darem conta
da ironia nisso. Pois são as mesmas que reivindicam o direito a seus
corpos e a suas vontades sem serem objetificadas por todos homens,
sobretudo homens brancos.
Ignorar a violência, especialmente a
violência sexual que pessoas brancas infligiram a pessoas negras desde a
época das correntes aos dias de hoje é irresponsável e racista. Não
considerar como mulheres brancas transformaram sua feminilidade e sua
preconcebida vulnerabilidade em arma para prejudicar homens negros é
absurdamente racista.
Quando falamos sobre sexo e sexualidade
em relacionamentos inter-raciais é necessário entendermos que a pessoa
que porta mais privilégios tem a responsabilidade de se desfazer de seu
racismo internalizado. Você, mulher branca, pode até não se acreditar
racista, mas racismo vai muito além das macro-agressões e é
preciso um esforço diário para se desfazer de toda a predisposição ao
racismo absorvido ao longo da vida.
Dizer que você quer transar com uma
pessoa negra, ou casar com um homem ou mulher negros não torna ninguém
isento de racismo. Falo de minha experiência pessoal, dentro de minha
própria família quando digo que o racismo afeta relacionamentos e
casamentos inter-raciais. Portanto, não compartilhe essas fotos do
Trevante e Mahershala se você fica tentando justificar o assassinato de
jovens negros por oficiais da justiça**.
A não ser que você esteja disposto(a) a se unir a luta contra a supremacia branca
e ativamente combata o racismo de seus amigos, familiares e
comunidades, não tenho o menor interesse em ouvir o quanto você ama o
Idris Elba. Seus desejo e objetificação de “negões” são totalmente
inapropriados se você não tem a menor intenção de protestar a favor de
suas vidas.
Pois não é assim que o amor funciona.
Amor é a emoção humana mais fantástica da qual dispomos e nela não há lugar para o seu racismo.
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