Candidato do PSOL recebeu doações de mais de 9 mil pessoas.
Marcelo Freixo (PSOL) discursa nos Arcos da Lapa, após passar para o segundo turno da eleição municipal - Domingos Peixoto/Agência O Globo
RIO — A campanha de Marcelo Freixo (PSOL) à prefeitura do
Rio de Janeiro bateu nesta quinta-feira a marca de R$ 1 milhão
arrecadados por meio de doações pela internet, tornando-se a maior
arrecadação por financiamento coletivo da história do Brasil.
Até hoje, a campanha de crowdfunding mais bem sucedida no país havia sido o "Santuário Animal",
que juntou R$1.006.990,95, por meio do site Kickante, para financiar a
troca de sede do Rancho dos Gnomos, local de proteção animal.
Já Marcelo Freixo juntou R$ 1.048.780, até às 16h desta quinta, doados por 9.881 pessoas. O candidato também já havia batido o recorde de doadores individuais em campanhas políticas: a marca anterior era da campanha de Dilma Rousseff (PT), que arrecadou com 1.206 pessoas em 2014.
Na primeira eleição em que as doações de empresas foram proibidas, o candidato do PSOL se preparou para apostar no apoio de pessoas físicas. Dois especialistas, com experiência em dois dos principais sites de financiamento coletivo do Brasil, foram contratados: Felipe Caruso, que trabalhou no Catarse, e Téo Benjamin, que foi da Benfeitoria.
Caruso, que hoje atua como consultor de financiamento coletivo, explica que a campanha de financiamento é diferente da campanha pelo voto e que, por isso, demanda uma estratégia diferente.
— O voto, apesar de ter uma responsabilidade muito importante, tem um engajamento menor. O financiamento é um engajamento um pouco mais alto, temos que focar em pessoas mais envolvidas com a campanha — explica.
Uma tática foi divulgar a arrecadação na página de Freixo no Facebook, que tem mais de 610 mil curtidas. Como muitas pessoas de fora do Rio de Janeiro acompanham o perfil, isso foi refletido nas doações: um quarto delas veio de fora da cidade. E a aposta de Caruso é que esse percentual continue crescendo, com o fim da disputa em boa parte das cidades do país.
A própria passagem de Freixo para o segundo turno deu um impulso na doações: apenas na quarta-feira foram R$ 227 mil, de 3 mil doadores. No total, a média de doação é de R$ 90. Caruso acredita que a campanha “está andando sozinha”, já que não depende mais da divulgação oficial para alcançar mais pessoas.
TSE PROIBIU USO DE PLATAFORMAS
Em 2014, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) consultou o Superior Eleitoral (TSE) sobre o uso de plataformas de crowfunding na campanha eleitoral. Os ministros deram respostas negativa, argumentando que os candidatos só poderiam arrecadar por meio de seus sites oficiais, sem intermediários.
Em julho deste ano, os deputados federais Alessandro Molon (Rede-RJ) e Daniel Coelho (PSDB-PE) fizeram nova consulta, sobre o mesmo tema, ao tribunal. A ministra Maria Thereza de Assis Moura, que relatou o tema, destacou que a questão já tinha sido levantada em 2014 e que, como não houve alteração legislativa, não havia motivo para o TSE permitir esse tipo de arrecadação neste ano.
A decisão criou dúvidas sobre como a arrecadação poderia ser feita. Caruso explica que tanto o TSE como o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foram consultados antes da campanha ser lançada. Com o sucesso da arrecadação, o consultor conta que chegaram diversos convites para trabalhar em outras campanhas, mas que ele e Benjamin se estruturam para apenas um candidato.
O adversário de Freixo no segundo turno, Marcelo Crivella (PRB), arrecadou até aqui R$ 4.678.300, de acordo com os últimos dados disponíveis no TSE. Deste total, 99% (4.651.000) foram repassados pelo seu partido.
Até o o momento, a campanha de Freixo declarou ter recebido R$760.637, sendo 34% (261,8 mil) provenientes do PSOL. Os candidatos tem até 72h para declarar ao TSE os recursos recebidos, e o órgão pode demorar até 48h para divulgar os números.
Na primeira eleição em que as doações de empresas foram proibidas, o candidato do PSOL se preparou para apostar no apoio de pessoas físicas. Dois especialistas, com experiência em dois dos principais sites de financiamento coletivo do Brasil, foram contratados: Felipe Caruso, que trabalhou no Catarse, e Téo Benjamin, que foi da Benfeitoria.
Caruso, que hoje atua como consultor de financiamento coletivo, explica que a campanha de financiamento é diferente da campanha pelo voto e que, por isso, demanda uma estratégia diferente.
— O voto, apesar de ter uma responsabilidade muito importante, tem um engajamento menor. O financiamento é um engajamento um pouco mais alto, temos que focar em pessoas mais envolvidas com a campanha — explica.
Uma tática foi divulgar a arrecadação na página de Freixo no Facebook, que tem mais de 610 mil curtidas. Como muitas pessoas de fora do Rio de Janeiro acompanham o perfil, isso foi refletido nas doações: um quarto delas veio de fora da cidade. E a aposta de Caruso é que esse percentual continue crescendo, com o fim da disputa em boa parte das cidades do país.
A própria passagem de Freixo para o segundo turno deu um impulso na doações: apenas na quarta-feira foram R$ 227 mil, de 3 mil doadores. No total, a média de doação é de R$ 90. Caruso acredita que a campanha “está andando sozinha”, já que não depende mais da divulgação oficial para alcançar mais pessoas.
TSE PROIBIU USO DE PLATAFORMAS
Em 2014, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) consultou o Superior Eleitoral (TSE) sobre o uso de plataformas de crowfunding na campanha eleitoral. Os ministros deram respostas negativa, argumentando que os candidatos só poderiam arrecadar por meio de seus sites oficiais, sem intermediários.
Em julho deste ano, os deputados federais Alessandro Molon (Rede-RJ) e Daniel Coelho (PSDB-PE) fizeram nova consulta, sobre o mesmo tema, ao tribunal. A ministra Maria Thereza de Assis Moura, que relatou o tema, destacou que a questão já tinha sido levantada em 2014 e que, como não houve alteração legislativa, não havia motivo para o TSE permitir esse tipo de arrecadação neste ano.
A decisão criou dúvidas sobre como a arrecadação poderia ser feita. Caruso explica que tanto o TSE como o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foram consultados antes da campanha ser lançada. Com o sucesso da arrecadação, o consultor conta que chegaram diversos convites para trabalhar em outras campanhas, mas que ele e Benjamin se estruturam para apenas um candidato.
O adversário de Freixo no segundo turno, Marcelo Crivella (PRB), arrecadou até aqui R$ 4.678.300, de acordo com os últimos dados disponíveis no TSE. Deste total, 99% (4.651.000) foram repassados pelo seu partido.
Até o o momento, a campanha de Freixo declarou ter recebido R$760.637, sendo 34% (261,8 mil) provenientes do PSOL. Os candidatos tem até 72h para declarar ao TSE os recursos recebidos, e o órgão pode demorar até 48h para divulgar os números.
Disponível em: http://oglobo.globo.com/brasil/freixo-arrecada-1-milhao-bate-recorde-de-financiamento-coletivo-no-brasil-20248854
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