Não foi Paulo Freire quem inventou que a educação tem que ser ideológica. Não é ele quem prega que a educação tem que ser política. Ele simplesmente constatou que não há neutralidade na educação, e que toda prática de ensino, mas principalmente aquela que se diz neutra, é necessariamente carregada de ideologia.
Todo projeto político-pedagógico de qualquer escola é permeado por uma visão de mundo e, portanto, por uma escolha política que privilegia um determinado conjunto de saberes, que necessariamente expressa um determinado conjunto de crenças e valores.
Quando a escola é democrática, os gestores, os professores, os alunos e as suas famílias participam ativamente da redação e da revisão do projeto político-pedagógico. Que formação queremos para os nossos filhos? A comunidade escolar é que decide.
Mas quando a gestão da escola é autoritária, esse documento é redigido unicamente pelos chamados especialistas, que sob o discurso da neutralidade técnica, acabam impondo os seus próprios valores.
A questão dos condicionamentos ideológicos na educação é tema de um subcapítulo próprio do livro. Mas este e o próximo post vão falar sobre como a gente pode começar a lidar com isso a partir da perspectiva democrática de Paulo Freire.
Toda Educação é Política - Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire (Parte 2)
https://www.youtube.com/watch?v=6vApsF-U8FU
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