sexta-feira, 19 de setembro de 2014

PROFESSORA TRANSEXUAL GAÚCHA DIZ QUE “ESCOLA AINDA É UM ESPAÇO HOMOFÓBICO E TRANSFÓBICO”



Em uma ótima entrevista ao site Sul 21, a professora transexual Marina Reidel, Mestre pela Faculdade de Educação da UFRGS, falou sobre a defesa de sua tese “A pedagogia do salto alto – Histórias de professoras transexuais e travestis na Educação Brasileira” e as descobertas durante o trabalho de pesquisa em diversas regiões do país. Ela conta ainda como foi seu processo de se assumir transexual enquanto já lecionava na rede de ensino público.

Para ela, a escola  é um ambiente homofóbico e transfóbico que precisa se reinventar e aponta que o preconceito contra as professoras trans parte do próprio corpo docente. Natural de Montenegro e licenciada em Artes Visuais, com pós-graduação em Psicopedagogia, ela trabalha como professora de Artes na Fundarte, em Montenegro e é assessora da Coordenadoria da Diversidade da prefeitura de Canoas.

“Quando eu me transformei, achei que era a única professora trans do país. Mas existiam outras e eu comecei a conhecê-las”, afirma ela que diz ainda que no Rio Grande do Sul há 13 professores transexuais, o estado com maior número de professoras trans no Brasil. Para ela, a família ainda é a maior barreira para as pessoas trans. “Esse é o mundo trans, é o mundo em que vivemos. As meninas são expulsas de casa muito cedo e fogem da escola”, afirmou ela.  Para Marina, o respeito deve começar pela aceitação do nome social. “Nunca levantei quando me chamavam pelo meu nome civil. Eu pedia para me chamarem pelo nome social, mas, às vezes, as pessoas chamavam pelo nome civil de propósito. Eu ficava sentada”, contou ela na entrevista.

Sobre o trabalho dos professores trans ela afirma que  “O preconceito vai acontecer quando as pessoas não têm conhecimento. A partir do momento em que o aluno viu que eu não era um monstro, houve uma mudança, ele entendeu a questão da transexualidade”, ensina. Seu trabalho será apresentado em breve em um encontro de transexuais da Rede Trans Educ Brasil, em Curitiba, e será usado como modelo na Educação por professores trans em todo o país. “Algumas professoras trans dizem que se sentem uma ilha”, revela Marina.

Foto: Ramiro Furquim / Sul 21

Disponível em:  http://revistaladoa.com.br/2013/08/noticias/professora-transexual-gaucha-diz-que-escola-ainda-um-espaco-homofobico-transfobico#.VBogybr286U.facebook

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