O herpes, tanto labial como genital, são bastante conhecidos pela população. Já o herpes-zóster,
nem tanto, e o nome semelhante pode causar algumas confusões. A parte
do nome que diferencia as doenças, “zóster”, vem do grego e significa
“cinto”, fazendo referência ao aspectos das lesões características da
doença.
Entretanto, diferentemente de um cinto, as lesões do herpes-zóster
não dão a volta no corpo, ficam limitadas ao lado em que a doença
começou a se manifestar. Essa característica peculiar tem a ver com o
modo como a doença se desenvolve.
O vírus causador é o Varicela zoster, o mesmo da catapora. Quando uma
pessoa pega catapora, o vírus fica adormecido em um nervo. Anos ou até
décadas depois, ele pode aproveitar um quadro de queda da imunidade para
voltar a se manifestar. A doença ataca geralmente após os 50 anos, já
que nessa fase há um envelhecimento natural do sistema imunológico que
pode abrir espaço para o vírus. Outros fatores que podem contribuir são
estados de estresse intenso ou tratamento quimioterápico, por exemplo.
Quando o vírus “desperta”, ele caminha pelo nervo onde estava
alojado, e por onde passa vai ocasionando lesões avermelhadas. Como os
nervos ficam divididos nas metades esquerda e direita do corpo, o
alcance das lesões também fica limitado. Essa peculiaridade inclusive
fez a fama de muitos curandeiros charlatões, que ao reconhecer a doença
diziam ao paciente que “dali ela não passaria”.
Geralmente, as lesões progridem como as da catapora: formam pequenas
vesículas cheias de líquido que coçam, e após cerca de sete dias, secam
formando casquinhas e caem. Embora sejam parecidas, as lesões do herpes
zoster costumam ser dolorosas, principalmente após os 50 anos. Nesses
casos, a dor pode não apenas ser mais intensa, como também permanecer
por muito tempo, bem mais que a duração comum da doença. Há casos em que
duram mais de cem dias, o que configura um quadro chamado neuralgia
pós-herpética.
Uma situação merece atenção especial. Caso as lesões atinjam a face,
elas podem causar complicações graves nos olhos, o que exige tratamento
oftalmológico específico. Além disso, caso a doença não seja tratada
logo, as lesões podem persistir por um tempo maior.
Dr. Dráuzio Varela
Tratamento e prevenção
O tratamento é feito basicamente com o uso de antivirais e
medicamentos para a dor. As recomendações para não transmitir o vírus
também são importantes, se a pessoa convive com outra que não teve
catapora. Ele não passa de uma pessoa para outra pelo ar, mas o líquido
das vesículas contêm vírus; portanto, pode-se transmitir pelo contato.
Quanto antes a doença for diagnosticada, melhor, pois demorar ou não
tratar aumenta o tempo de doença. Mas, a dor da neuralgia pós herpética
pode ocorrer apesar do tratamento e, algumas vezes, pode durar meses ou
até se tornar permanente.
A melhor forma de lidar com a doença é preveni-la. Existe uma vacina
que pode ser recomendada a partir dos 50 anos e muito indicada para quem
tem 60 anos ou mais, justamente a faixa etária que tem risco maior,
tanto de desenvolver como de sofrer com complicações como a neuralgia. A
vacina tem dose única, ainda não está disponível na rede de saúde
pública e deve ser tomada mesmo por quem já apresentou a doença, pois é
uma enfermidade que pode reincidir. Quem já teve herpes zóster precisa
aguardar no mínimo um ano entre o quadro agudo e a aplicação da vacina.
O que é herpes-zóster?
https://www.youtube.com/watch?v=e0HmihdMC2c
Você pode encontrar informações detalhadas sobre imunização e vacinas no site da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Disponível em: https://drauziovarella.com.br/virus-e-bacterias/herpes-zoster-pode-ser-prevenido-com-vacina-a-partir-dos-50/
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