segunda-feira, 3 de julho de 2017

TODOS OS PARLAMENTARES MUÇULMANOS VOTARAM A FAVOR DO CASAMENTO IGUALITÁRIO NA ALEMANHA

Já o partido cristão fez oposição ferrenha à igualdade, porque, tipo, Adão e Ivo etc etc etc.

Resultado de imagem para Todos os parlamentares muçulmanos votaram a favor do casamento igualitário na Alemanha 

A história na Alemanha era bem parecida com a do Brasil: partidos cristãos conservadores atravancavam há anos projetos de lei que legalizariam o casamento homoafetivo. Até que na semana passada a chanceler Angela Merkel decidiu fazer uma jogada política e deu permissão para que os membros da coalizão que comanda no parlamento alemão votassem como quisessem nesse projeto. A proposta avançou em passos largos e na última sexta-feira o parlamento alemão aprovou o casamento igualitário, com 393 votos a favor e 226 votos contra. Entre os votos favoráveis estavam seis parlamentares muçulmanos.
O Partido Verde alemão tem quatro membros muçulmanos, todos votaram “sim”: Ekin Deligöz, Omid Nouripour, Cem Özdemir e Özcan Mutlu. O Partido Social Democrata alemão, que já havia criticado Merkel por “envergonhar” a Alemanha emperrando o casamento igualitário, tem outro parlamentar muçulmano que votou em prol de LGBTs: Aydan Özoguz.
Até mesmo o partido da chanceler, a União Democrática Cristã (CDU) – cristã! -, tem uma parlamentar muçulmana: Cemile Giousouf, a primeira pessoa dessa religião a integrar a Bundestag, em 2013. E ela votou a favor do casamento igualitário, apesar de seu partido oficialmente ser contra.
Vamos explicitar aqui: esses parlamentares poderiam simplesmente abster seu voto. Poderiam votar “não”. Mas pelo contrário, decidiram deixar bem claro que apoiavam o casamento homoafetivo.
Enquanto isso, Merkel (casada pela segunda vez) votou contra o casamento igualitário. E afirmou depois de votar: “para mim, o casamento sob a lei alemã é a união entre um homem e uma mulher, e foi por isso que hoje eu não votei a favor desse projeto de lei”.
Já estava pegando mal para a Alemanha, vista como estranhamente retrógrada por seus vizinhos europeus no que tange os direitos LGBTs: no continente o casamento igualitário já é realidade na Holanda, na Bélgica, na Espanha, na Noruega, na Suécia, em Portugal, na Islândia, na Dinamarca, na França e no Reino Unido. Casais homoafetivos alemães podiam fazer um contrato de união civil desde 2001, mas mesmo em termos práticos esses contratos não eram iguais ao casamento: esses casais não podiam declarar imposto de renda em conjunto nem adotar filhos como um casal, por exemplo.
Infelizmente para nós, brasileiros, já é surpreendente que um parlamento tenha deputados muçulmanos – e ainda mais em um número consideravelmente alto para um país de maioria cristã. Que esses parlamentares religiosos sejam capazes de conciliar sua fé e a igualdade de direitos é ainda mais espantoso para nossa cultura. É uma lição que os deputados da bancada evangélica brasileira poderiam aprender com os parlamentares muçulmanos alemães.

Resultado de imagem para amor homossexual

Disponível em:  http://ladobi.uol.com.br/2017/07/parlamentar-muculmano-alemanha-casamento-igualitario/ 

Nenhum comentário:

Postar um comentário