quinta-feira, 9 de março de 2017

“NASCI PARA SER MÃE”, DIZ PASTORA TRANS ALEXYA SALVADOR QUE ADOTOU MENINO ESPECIAL E MENINA TRANS

 

Por Neto Lucon
Durante o culto da Igreja da Comunidade Metropolitana - (ICM), em São Paulo, a diaconisa Alexya Salvador, de 36 anos, fala sobre o amor de Jesus Cristo e da radical inclusão no acolhimento de todas as pessoas, em especial, da comunidade LGBT. Sentados e prestando atenção em cada palavra, estão o marido Roberto Salvador Junior, de 27, o filho Gabriel, de 11, e a filha Ana Maria, de 10. Ambos adotivos.
A história não seria diferente de tantas outras em espaços evangélicos se não fossem por alguns detalhes: Alexya é uma mulher transgênera que realizou o sonho da maternidade e de constituir uma família. Há 8 anos ao lado de Roberto, um homem cis. O filho é um garotinho com necessidades especiais e a filha é uma criança transgênera.
Após o culto, Alexya se despede carinhosamente dos fiéis e se prepara para a entrevista. Ana Maria corre sorridente de um canto para o outro, e Gabriel – um garoto tímido e muito afetuoso no abraço – recebe os olhares atentos do pai. Uma história de amor e de uma família que nenhum veículo paulistano noticiou, apesar de sempre focar cotidianamente em histórias de adoção de casais gays e lésbicas cisgêneros.
“Sei que tem outras pessoas transgêneras querendo ser mãe ou pai. Ano passado, minha família e eu participamos do primeiro Congresso Internacional de famílias homoafetivas realizado pela ABRAFH – Associação Brasileiras de Famílias Homoafetivas, no Rio de Janeiro. Lá, questionei e levantei a seguinte questão: Onde estão as famílias Transafetivas? Embora eu não defenda rótulos, politicamente nesse momento eu vou ter que defender esse rótulo e vou ter que levantar essa bandeira: A família transafetiva existe”.
Quem vê Alexya toda desenvolta e com sorriso no rosto, nem imagina toda a peleja que ela já passou. Nascida na área rural de Mairiporã, ela foi criada como menino. Católica de berço, chegou a ir para o seminário e passou um longo período dentro do demônio do armário e de grandes desafios sociais. “Imagina se eu fosse padre?”, ri ela, que será a primeira reverenda transgênera da América Latina.
VIVENDO COMO MENINO
Foram necessários 31 anos até que Alexya finalmente revelasse que era uma mulher transgênera ao mundo. Não que ela não soubesse de sua transgeneridade. Sempre foi, sempre se sentiu diferente dos demais garotos e muito próxima das garotas cisgêneras, só não sabia o nome daquilo que sentia e o que era. TRANSGÊNERA* (é a palavra escolhida pela fonte).

Certa vez, ao passar por Campinas para ir a um seminário, viu uma travesti trabalhando nas ruas. Aquela imagem a fez ter um misto de espanto, encanto e quase encaixe. “O que é? Travesti? Que incrível”, pensou ela.

Mas o medo de Deus, da religião e do pai, foi algo que freou a sua saída do armário. Após completar filosofia, Alexya pensou que poderia se assumir trans, mas o preconceito trouxe barreiras. E ela acabou se assumindo gay.

“Meu pai falou: ‘ser viado, tudo bem, mas se vestir uma saia eu te mato’. Então, para mim, ‘se ele me aceitou gay, tá bom”. Mas, apesar de ter uma vida afetiva mais confortável para os outros, nada estava bom internamente.

CONHECENDO O AMOR

Alexya e Roberto se conheceram no dia 1º de maio de 2009, na escada rolante do metrô Sé, São Paulo. Ao se olharem, Roberto veio perguntar as horas. Foi o suficiente para que eles iniciassem uma conversa e se conhecessem. Detalhe: Roberto conheceu Alexya antes da transição, quando ainda aparentava ser um homem.

Os olhares, a conversa e a sintonia culminaram numa troca de contatos. E eles davam um jeito de se comunicar num período sem whatsapp. E logo começaram a namorar. Durante cinco meses, o namoro foi à distância: Roberto morando na cidade grande e Alexya no interior. Até que decidiram morar juntos no dia 12 de outubro de 2009.

A transgeneridade era um segredo que a priori Alexya guardava a sete chaves. Após quase dois anos de casados, procuraram na internet se havia alguma igreja que celebrasse casamento gay. Foi que então encontraram a ICM – Igreja da Comunidade Metropolitana. Entraram em contato com o reverendo Cristiano Valério e foram fazer uma visita.

"Ao chegar na ICM, vimos uma drag queen no altar da igreja, toda montada, animando a comunidade. Era a tia Valdirene.com. Então pensei: “aqui é o meu lugar”. De lá para cá, faz quase seis anos que somos membros da igreja. E, quando eu comecei a vir na igreja, e a entender melhor sobre transexualidade, falei: “opa, é isso que eu sou”.


Dentro da igreja ela teve a oportunidade de se montar pela primeira vez para uma das festividades, em que outros fieis também participavam. A primeira vez que se olhou no espelho maquiada, unhas pintadas, calcinha, sutiã, ela teve certeza de sua identidade feminina. O marido acompanhava, mas achava que tudo não passava de uma brincadeira. E não desconfiava que a esposa fosse uma mulher transgênera.

"AMOR, EU SOU TRANS"

“Eu tinha dois medos: de perder o meu marido e de perder o meu pai. Eu já tinha conversado com a minha mãe: “Mãe, eu sinto que não sou gay”. Mas como a minha mãe também não tinha referência de nada, foi a igreja que me ajudou a me entender e também os textos da Letícia Lanz. Para eu criar coragem para contar para o Roberto, o reverendo me ajudou muito. Com as poucas pessoas que eu me abria, elas diziam que eu perderia o Roberto ou que eu deveria ter um relacionamento aberto”, lembra.

A decisão de contar ocorreu na casa dos pais de Alexya, no dia 3 de outubro de 2012,. Ela foi direta: - Não dá mais! Acabou, Alexander morreu, a partir de hoje eu sou Alexya. Ou eu me transiciono ou eu vou me matar.

As palavras ecoaram como uma bomba na cabeça de Roberto, que entendeu o comportamento da pessoa que amava ao longo dos últimos três anos. Alexya havia entrado em depressão, tentou jogar o carro num rio, pediu afastamento da escola e, segundo ela, se via como um grande “borrão no espelho".

Roberto teve a reação que grande parte das pessoas não esperaria:"Se é isso que você quer, eu estou com você”.

A família de Alexya também a apoiou. O pai ficou um pouco diferente durante a transição, mas não deixou de aceitá-la e amá-la incondicionalmente. "Ele ficou diferente comigo durante uma semana. Mas teve um dia em que eu estava pintando as unhas, ele entrou no quarto chorando e me pediu desculpas. Disse que não sabia lidar com isso, mas que ele me amava e que me aceitava. Hoje ele é meu defensor, meu amigo e me defende a qualquer preço".

DIZIAM “ELE É GAY E VAI TE TRAIR”

Após ter revelado e ter uma primeira palavra de apoio, Alexya e Roberto enfrentaram algo que não esperavam: o preconceito de pessoas próximas e conhecidas. “Foi bem difícil. Muitas pessoas chegavam e falavam: “Ele vai te trair”, “imagina, ele é gay”, “você não tem mais a figura de homem que ele gosta, ele vai ficar com outra pessoa”. Isso tudo fez muito mal para mim. Isso me deixava triste, insegura e doente”.

Roberto teve os seus momentos de questionamento – até então ele era um homem gay que se interessava por outros homens e agora está com uma mulher transgênera - mas que tentava no amor entender e acolher a amada. Ele dizia: “Onde vou colocar aquilo que sinto por você? Onde fica todo o amor que sinto por você?”. E eles decidiram continuar o romance e persistir no sentimento que os unia.

O casamento está para completar oito anos é monogâmico e, de acordo com eles, sem brechas para traições. “Para você ter uma ideia, até a nossa relação sexual melhorou. É outra coisa. Os papeis permaneceram os mesmos, sempre, só que agora eu posso ser mais livre, mais solta. Aquela tristeza que eu tinha no olhar, aquela coisa amarga e azeda que eu estava ficando, mudou”, conta.


Na cartilha da militância, o relacionamento entre um homem cis e uma mulher trans é definido atualmente numa perspectiva binária como heterossexual (caso ele fique apenas como mulheres trans ou cis) ou bissexual (se ele fica com mulheres transou cis ou com homens trans ou cis), afinal os GÊNEROS são diferentes. Ele é um homem e ela é uma mulher. Mas esse rótulo não contempla a vida particular de Alexya. É algo particular dela e de seu relacionamento.

“As pessoas brigam muito comigo porque querem que eu diga que o meu relacionamento é heterossexual. Mas o meu relacionamento é o meu relacionamento, eu não quero título, não quero rótulo. Então hoje as pessoas querem que eu diga que meu marido é hétero. Não, ele continua sendo gay, eu continuo sendo eu, Alexya, e o meu relacionamento é o meu relacionamento. Quando eu olho para a minha casa, para os meus dois filhos, eu vejo que sou feliz. Não importa o rótulo que dão para o meu relacionamento. Isso não muda nada na minha vida.

"MAS VOCÊ VAI QUERER ADOTAR O DOENTE?"

Ter filhos era algo que o casal conversava desde o namoro. Roberto não pensava muito, mas dizia “quem sabe?”. Mas ao ver a relação próxima da família de Alexya e a vontade dela em ser mãe, o lado paterno dele despertou. O diálogo e a preparação duraram sete anos até que eles entrassem na fila de adoção.

Durante uma visita no abrigo de Mairiporã, o casal avistou uma criança sozinha e isolada. Era Gabriel, um menino com necessidades especiais. O coração o acolheu imediatamente como filho. “É ele”. Mas uma funcionária questionou: “Nossa, tanta criança saudável, você vai escolher justo o que é doidinho? Vai escolher o doente?”.

Alexya olhou para a funcionária e disse: “É esse mesmo que é meu filho. Estou vendo que ele está no canto e eu sei o que é estar no canto. Isso me motivou. A gente se encantou com o Gabriel e ele é o nosso tesouro”.

Roberto e o filho Gabriel
O casal defende que não sentiu preconceito no processo de adoção, mas lidava com olhares desconfiados desde que se inscreveu no Cadastro Nacional de Adoção. A psicóloga admitiu que em 21 anos de profissão era a primeira vez que via uma mulher transgênera querer ser mãe e fez duas entrevistas para entender essa vontade. “Ela me prensou e dizia que eu era vanguarda”.

O desafio valeu a pena. Alexya foi a primeira mulher transgênera que se tem notícia neste país, a ter direito de gozar da licença-maternidade e teve seu filho nos braços. 

Não demorou muito para que ele a chamasse de “mãe”. E a palavra veio durante uma viagem de carro. Gabriel disse: “mamãe” e fez Alexya parar o carro na hora. “Comecei a tremer, o coração a pular, transpirei e falei: ‘repete?’”. Ele falou novamente, e todos choraram. “Quando eu o levei para a escola, ele me apresentou para todo mundo: “é minha mãe, é minha mãe”. `

ANA, UMA GAROTINHA TRANS

Durante uma entrevista na televisão, Alexya comentou que tinha vontade de adotar uma criança trans e dar a ela todo o apoio, amor e aceitação que a maioria das pessoas trans não tem dentro de casa – e que ela também não teve. Inesperadamente, recebeu o telefonema de uma juíza de Jaboatão de Guararapes, em Pernambuco, dizendo que havia uma criança que eles não tinham certeza de ser uma menina transgênera. Ela tinha sido designada menino ao nascer, mas se identificava com o gênero feminino e menina.

Foram três semanas conversando com a criança por telefone, whatsapp e Skype. Alexya não comentava nada sobre a transgeneridade, pois esperava da criança alguma fala. Até que ela disse:

- Mainha, tenho uma coisa para te contar. Eu não sou um menino, eu sou uma menina. A senhora vai me amar mesmo assim?

Quando Alexya foi visitar a filha em Pernambuco, encontrou uma garotinha de vestido e levemente maquiada. A diretora enfrentou todo mundo e disse que era preciso deixar a criança se expressar. Ao chegar, viu Ana Maria vindo em sua direção e gritando de braços abertos: “Mainha, mainha”. 

Alexya e a filha Ana
“O nosso encontro foi um momento lindo e toda vez que ela fala “mainha” para mim eu me derreto. Eu até falo: “Quando a mãe estiver dirigindo, não fala ‘mainha’. Porque até hoje isso mexe comigo”, declara.

O PRECONCEITO

Após a adoção dos filhos, Alexya afirma que sofreu preconceito de parte da militância. Para grande parte dos LGBTs, foi um estranhamento geral uma mulher transgênera desejar ser mãe um papel tão atribuído às mulheres cisgêneras. Mensagens preconceituosas eram disseminadas em seu perfil nas redes sociais.

“Não teve ninguém que chegou e falou: ‘Nossa, que vitória para a nossa comunidade’. E olha que eu não quero ser vista como uma mulher cisgênera, eu quero ser vista como uma pessoa que ousou questionar e transgredir”, declarou.

Além disso, a mídia abafou toda a história. Além dos jornais do nordeste, onde Ana Maria foi adotada, nenhuma mídia do sudeste onde Alexya mora se interessou pela sua história. “Eu não entendi. O gay adota e vai aparecer no Fantástico. A lésbica adota e é notícia. Eu não entendi porque a história da Ana não foi replicada, não virou nota de nada”, desabafou. Eu não quero holofotes, quero que as famílias saibam que crianças transgêneras existem e precisam ser acolhidas e amadas.

MUDANDO TUDO

Embora tenham planejado adotar as crianças, a vida do casal mudou completamente na prática. O tempo, a dinâmica e até o trabalho são outros. Alexya, que dava aula de português e inglês durante a manhã, tarde e noite, teve que optar por lecionar apenas a noite. O marido também é professor, leciona matemática e é intérprete de LIBRAS.

“Pensa: eu tinha dois salários e de repente eu me via ganhando 600 reais com seis aulas. Falei: Roberto, a gente tirou o menino do abrigo e vou contratar uma babá para só ver ele a noite? Ou seja, eu vou sair de manhã e ele vai estar dormindo, vou chegar meia noite e ele vai estar dormindo. Eu vou ser a mãe que vê no fim de semana? Decidi dar um passo na fé”, contou.



Ela continuou com as aulas a noite e recebeu uma máquina de costura da avó do marido. Como não levava jeito nenhum, começou a ver tutoriais de costura na internet. “Hoje eu sou costureira, bebê”. Faz vestidos, calças, roupas dos filhos e aventais para professores. “Ainda não cheguei a ganhar o que eu gostaria, mas consegui ter uma renda dentro de casa e estou pagando as máquinas industriais que comprei”.

Hoje, a mãe coruja pode levar e buscar os filhos na escola, cuidar deles durante a tarde e dar todo o amor, educação e carinho que se comprometeu.

CRIANDO UMA CRIANÇA TRANS

Todo adulto ou adulta trans já foi criança e adolescente. Mas é raro encontrar na literatura algum livro que fala sobre crianças que não se identificam com o gênero que lhe foi atribuído no nascimento. Quando acontece de desconfiarem de algo, pensam na possibilidade de ser gay, lésbica, afeminado, masculinizada, nunca trans.

“Eu não tive essa referência, eu sempre me achei um ET. Então a Ana Maria já vai crescer sabendo quem ela é, o lugar dela no mundo, que ela não é uma doente ou uma louca. Ela vai crescer sabendo que é uma menina linda, saudável, que encontrou uma família que quer que ela seja alguém na vida, mas com muito amor e com muita saúde. Disfórica não, com saúde”.

A adoção e a relação de Alexya e Ana Maria foi libertadora para ambas. Certa vez, ao ir tomar banho, Ana Maria pediu: “Mainha, sai do banheiro”. Alexya saiu, mas a filha pediu: “Volta”. Ana tinha um histórico de vergonha com o genital – porque sempre dizem que para ser menina você precisa ter uma vagina - estava com vergonha de ser vista como era e ao mesmo tempo, com medo de ficar sozinha.

Alexya respirou fundo e teve uma das atitudes mais transformadoras na vida da filha – e na sua. “Não precisa ter vergonha de nada. A mãe é igualzinha a você. Não existe problema com você ou comigo”. E abaixou a calcinha. Ana Maria chorou ao ver que a pessoa que ela mais amava no mundo, a mãe, era uma pessoa como ela - como se o peso do mundo tivesse saído de suas costas. Alexya chorou por ver que tirou todo o medo da rejeição que colocaram nela.
 
Reportagens que saíram no nordeste

E SE COM O TEMPO ELA DISSER QUE NÃO É TRANS?

“Eu vou celebrar isso também. Se em algum dia ela dizer “mãe, não é isso que eu sou”, eu não vou dizer “depois de tudo que eu fiz, você agora diz que não é.”. Não. Eu vou acompanhar ela nesse novo caminho. Eu crio a Ana sabendo que ela pode ir e que ela pode vir. E que vai ser cercada de amor, apoio, e nunca ódio, opressão e preconceito. Até eu mesma, eu não tenho esse direito? Então, eu crio os meus filhos com esse pensamento: “Você é livre, dona da sua razão”.

Hoje, Ana Maria passa pelo Centro de Referência LGBT em Campinas, com a doutora Bárbara Dalcanale Menêses, que está orientando todo o tratamento. Logo ela vai passar pelo bloqueador de puberdade, para que aos 18 anos, se for vontade dela, que ela passe pela cirurgia.

Dentro de casa, Alexya desconstrói os binarismos de gênero nas tarefas de casa e por meio de filmes e desenhos. Até Gabriel, que às vezes demonstra certo machismo ensinado pela sociedade, aprende a lição. “Ele diz: ‘menino não faz isso ou não pode gostar dessa cor’. E eu explico: ‘é claro que menino ajuda a lavar a louça, que vai lavar a cuequinha que sujou, que vai ser limpo e educado”. E Ana Maria, assim como o filho, são ensinado que a luta é pela igualdade.

OUTRA FILHA TRANSGÊNERA A CAMINHO

Depois de Gabriel e Ana Maria, o casal está grávido de outra menina transgênera. Alexya ainda não pode dar detalhes sobre a terceira adoção, mas já sabe da existência de outra criança transgênera em um abrigo. Já sabe do histórico de devolução da criança por se apresentar como menina, embora tenha sido designada menino ao nascer. 

Para a mãe, toda a peleja vale a pena. E a frase não poderia ser diferente: “é a experiência mais incrível que estou tendo. Nasci para ser mãe. Além de ter nascido para ser filha, esposa, pastora, vou ser a primeira reverenda trans da América Latina, eu nasci para ser mãe. É poder experimentar o melhor da vida, dar voz, ensinar, corrigir... Se Deus inventou algo melhor que ser mãe, ele guardou para ele. Quero encorajar todas as pessoas transgêneras que desejam ser pai ou mãe. É possível sim. A família transafetiva existe”.

Dentre os momentos de grande emoção, Alexya aponta aqueles em que reza com os filhos, que os coloca para dormir ou quando acorda com eles em seus braços. “Eu choro só de olhar para eles dormindo. Penso: “são meus filhos, eu consegui”.




Disponível em:  http://www.nlucon.com/2017/01/nasci-para-ser-mae-diz-pastora-trans.html
 

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