Kathy Blazer-Williams
escreveu no Facebook o drama que uma família de amigos está passando
dentro de um hospital pediátrico religioso por conta do preconceito
contra transgeneridade na infância. A filha deles, Stevie, de cinco anos, é uma garotinha trans e está sendo obrigada a viver como um menino, sexo designado no nascimento.
Tudo começou no último mês, quando os amigos de Kathy levaram a filha ao Advocate Children's Hospital, em Oak Lawn, por causa de diabetes tipo 1 e epilepsia. Sem saber das intenções, eles concordaram com algo chamado de “separação terapêutica”, achando que fossem cuidar dos problemas de saúde citados.
O que eles não esperavam – e não assinaram nenhum documento – é que ocorresse um "sequestro clínico". Tampouco autorizaram um tratamento de sua identidade de gênero. A mãe diz que a filha passou por algo que se chama terapia reparativa ou conversão.
Na semana passada, o Departamento de Crianças e Famílias de Illinois reverteu a decisão de não devolver a criança à família e que tomou a custódia. Eles terão que recorrer a uma audiência legal e enfrentar um juiz, que vai decidir o destino da pequena. Os pais da criança sofrem com a separação e estão sendo coagidos de dar entrevistas sobre o caso.
Tudo começou no último mês, quando os amigos de Kathy levaram a filha ao Advocate Children's Hospital, em Oak Lawn, por causa de diabetes tipo 1 e epilepsia. Sem saber das intenções, eles concordaram com algo chamado de “separação terapêutica”, achando que fossem cuidar dos problemas de saúde citados.
O que eles não esperavam – e não assinaram nenhum documento – é que ocorresse um "sequestro clínico". Tampouco autorizaram um tratamento de sua identidade de gênero. A mãe diz que a filha passou por algo que se chama terapia reparativa ou conversão.
Na semana passada, o Departamento de Crianças e Famílias de Illinois reverteu a decisão de não devolver a criança à família e que tomou a custódia. Eles terão que recorrer a uma audiência legal e enfrentar um juiz, que vai decidir o destino da pequena. Os pais da criança sofrem com a separação e estão sendo coagidos de dar entrevistas sobre o caso.
Leia o relato de Kathy publicado no Facebook. Ele também tem uma filha trans.
(Tradução de Caia Coelho e Amana Freitas)
"Por favor, leia e compartilhe:
Minha filha Rowan é transgênera. Ela começou sua transição em 2009. Desde aquela época, venho trabalhando nos bastidores da luta pelos direitos das pessoas trans. Porém tudo mudou. Em primeiro lugar porque, de alguns anos para cá, nós fomos abençoados com uma comunidade - mais que uma família - de pais cujos filhos têm gêneros dissidentes.
Um tempo atrás tive a grande surpresa de encontrar alguém nessa comunidade de pais. Nós rapidamente percebemos semelhanças nos nossos planos para as crianças. Hoje, ela significa o mundo para mim, ela é a minha melhor amiga. Eu amo seus filhos como se fossem meus. Eles me chamam de tia Kathy, um vocativo que ouço com bastante orgulho.
Nesse momento, eles precisam de mim¹. A melhor maneira que eu posso ajudar é gritando tão alto quanto se estivesse no alto de uma colina.
Olá, colinas. O nome da amiga da minha filha, e filha da minha amiga, é Stevie. Ela é muitas coisas: ousada, criativa, amorosa, engraçada, diabética tipo 1, epilética e transgênera. Essa combinação de características levou o Advocate Children's Hospital (em Oak Lawn) a sequestra-la. Eu não tenho ideia de como isso é possível, mas foi.
Os pais de Stevie a viram pela última vez há cerca de um mês. Essa visita é o motivo pelo qual estou escrevendo isto. Ela está sendo tratada como 'Stephen', mesmo afirmando reiteradamente: “MEU NOME É STEVIE!”.
Seus pais me procuraram em prantos logo após a visita, eles estavam devastados por sua filha. Estavam em choque. Stevie parecia estar perdendo peso (no começo, ela já era magra), seu cabelo estava diferente e aparentava estar mais curto. O Hospital confiscou todas as suas roupas e brinquedos, e seus lábios tinham um brilho incomum. Enfim, o comportamento e a rotina da menina tinham mudado drasticamente.
O Hospital é o único lugar onde a garota recebe brinquedos "de menino". Stevie, então, brinca com peças de Lego para construir bonecas, ghostbusters, pôneis e shopkins². Mesmo assim, eles se recusam a usar o nome dela ou os pronomes corretos. Acham mais importante destruir o coração dessa criança brilhante e feliz.
As "justificativas'' do Advocate Children's para tentar mudar o comportamento dela são acusações ridículas. Por várias semanas o Hospital mentiu e enganou. Por exemplo, quando afirmou que Stevie admitiu começar a se identificar como um menino para DCFS³; e que estava “feliz, não sentia saudade” dos pais. Seus pais são pessoas boas, eles não se importariam se ela fosse um menino, caso esta fosse uma manifestação genuína da criança, não uma imposição violenta.
Basta olhar para Stevie e qualquer um vai perceber que as acusações são mentirosas. O Hospital a sequestrou porque não faziam bem para ela e, então, seus pais decidiram transferi-la. Além disso, a família está prestando várias queixas, desde quando perceberam as 'intervenções'. "No entanto, claro" que, se de fato Stevie está doente, a responsabilidade por isso não pode ser associada às falhas do Hospital, mas aos pais "irresponsáveis".
Depois de fazer os exames e provar que ela está doente de fato, o Hospital se afundou em várias reivindicações sem sentido pelo simples fato dessa criança se identificar e se reivindicar como uma menina transgênera.
Por mais de um mês a família teve um quarto vazio em sua casa. Eles já haviam perdido até a esperança. O tribunal parece não querer intervir contra o Hospital. Portanto, eu chamo você... Não, eu imploro a você! Compartilhe isto. Certifique-se de que todos sabem que o Advocate Children's Hospital, em Oak Lawn, Illinois, sequestrou clinicamente essa criança. Eles estão assolando a vida de uma criança!
Stevie é perfeita ao seu modo, sua vida não pode ser fracionada. Eu não sei mais o que fazer. As sugestões serão bem-vindas.
Eles têm constrangido os pais de Stevie a não falar publicamente sobre isso. Bem, eles não estão falando, mas eu estou (e meus amigos podem estar chateados comigo).
Stevie está sendo mantida contra sua vontade no Advocate Children's Hospital, contra o conselho de outros médicos e os desejos dos seus pais. Há testemunhas do que você fez no Advocate Children's Hospital - das cirurgias que você sugeria; da sua transfobia constante; e as suas reações foram até mesmo documentadas.
Você está na mira, inclusive, da Academia Americana de Pediatria - "pediatras não devem ser um primeiro valentão da criança". Todos nós colocamos você no nosso radar. Nós somos mães-urso. Nós somos lutadoras. E vamos lutar pela minha Stevie. Precisamos levá-la para casa.
STEVIE FICARÁ LIVRE! Sim, o nome dela é STEVIE!
Advocate Children's Hospital, vocês não conseguirão manter as crianças em cativeiro, tampouco poderão "corrigi-las". Vocês deveriam se envergonhar.
Ajude-me, por favor. Ajude-me a ajudá-los a levá-la para casa. Por favor! Ela quer voltar para casa!
Por favor, me ajude. Meu nome é Kathy, eu sou o pai ORGULHOSO de uma filha dissidente de gênero. Eu sou a tia Kathy para a garotinha mais incrível do mundo. Ajude-me a levá-la para casa!
#onomeDELAéStevie
#criançastransimportam
#mandeStevieparacasa
#liberdadeparaStevie
NOTAS:
¹ Lembre-se: até então, o autor deste texto lutava apenas nos bastidores da luta pelos direitos das pessoas trans. Diante da situação que ele e toda a comunidade de pais - especialmente a família de Stevie - está vivendo, percebe a necessidade de ser assertivo e chamar atenção.
² Trata-se de brinquedos culturalmente associados à feminilidade.
³ Department of Children and Family Services - Child Protection Service Hotline [órgão estadunidense responsável pela proteção de crianças]".
Disponível em: http://www.nlucon.com/2017/03/hospital-religioso-afasta-menina-trans.html
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