O cantor Lucas Miziony, de 23 anos, começou sua carreira musical na
igreja quando tinha apenas 6 anos de idade. A criança talentosa
aprimorou sua música ao longo dos anos e, aos 14, lançou seu primeiro
disco de música gospel. No ano de 2016, Lucas Fernandes, como era
conhecido na igreja, foi premiado como artista revelação gospel quando
já estava produzindo o seu terceiro CD.
Eis que recentemente, a vida de Lucas se transformou. O
rapaz por muitos anos fingiu ser o que não era dentro da igreja e, como
homossexual, sabia que não seria aceito na instituição religiosa da
qual fazia parte, a Assembléia de Deus de São Paulo. Foi então que o
cantor se tornou Lucas Miziony, abandonou a carreira na música gospel e
“saiu do armário” inspirado em personalidades LGBT como Pablo Vittar.
“Estava tudo certo para o terceiro CD gospel, mas eu pensei: vou ficar
famoso, é melhor parar por aqui. Sou gay, a igreja não aceita a
homossexualidade. De que adianta viver de aparência para as pessoas e
para Deus eu colocar uma máscara? Fiquei com muito medo de me assumir,
mas decidi parar de fingir para agradar os amigos.”, disse o cantor.
Em novembro deste ano, o cantor que é natural de São Paulo,
lançou o EP “Homem e mulher”, no qual ele mesmo aparece na capa vestido
como homem gay e como drag queen. Fã de outras cantoras adoradas pelo
público LGBT como Ludmilla, Anitta, Beyoncé e Lady Gaga, Lucas Miziony
na verdade almeja ser como a cantora Pabllo Vittar, que inspirou a capa
do seu EP e cujas músicas o incentivam a enfrentar as dificuldades que
irá encontrar na nova jornada. O sonho do cantor é dividir o palco com
Pabllo num ato de protesto contra qualquer tipo de preconceito. “Eu amo a
Pabllo Vittar, acho que ela é a pessoa que me representa, me faz ficar
mais forte. Penso que vou conseguir guerrear junto com ela para quebrar
esse preconceito na humanidade.”, explicou Lucas.
A revelação de sua homossexualidade para a mídia é recente,
e culminou com o lançamento de seu EP inspirado em Pabllo Vittar. Mas
há pelo menos um anos, Lucas Miziony se assumiu para os amigos mais
próximos e para a família, e disse que tentou lutar contra a própria
natureza para se manter na igreja. “Eu juro que tentei. Lutei muito
contra mim para chegar até aqui”, declarou. Por outro lado, o rapaz se
mantém firme ao defender quem é: “Deus me fez assim, e vou morrer assim.
Não quero generalizar, mas na igreja existe muita gente sofrendo porque
não pode se assumir. Tem gente que tem medo de perder a carreira, a
posição. Muitos fazem escondido e, no culto, dizem que não pode fazer
porque é pecado”.
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