Após assassinato de duas garotas no sábado (18/11) veio a público na grande
mídia um esquema de prostituição infantil e adulta na Região
Metropolitana de Belo Horizonte.
As duas garotas foram mortas em um sítio em Betim, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Uma tinha 16 anos, a
outra 18.
A própria Polícia Civil aponta como um dos organizadores das festas o
ex-candidato ao governo do Estado de Minas Gerais em 2014 e a prefeito
de Contagem em 2016, Eduardo Ferreira de Souza, que concorreu em 2014
pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC) e em 2016 pelo Partido
Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). Além do político, um
tenente-coronel reformado da PM era frequentador assíduo dos locais da
rede de prostituição e também é investigado.
Segundo a polícia, as garotas teriam se negado a ter relações sexuais
com dois dos homens que estavam no sítio em Betim, e por isso foram
torturadas por cerca de duas horas, mortas e depois tiveram seus corpos
abandonados em diferentes pontos no caminho de Betim para Esmeraldas.
Uma terceira garota, de 15 anos, fingiu estar morta após os disparos e
conseguiu escapar.
Fachada do sítio em Betim onde o crime aconteceu.
Foto: reprodução/Google Street View.
Impunidade, hipocrisia e brutalidade machista
Além do sítio onde o grupo estava, pelo menos outros dois imóveis
seriam usados como pontos de prostituição de adolescentes, de acordo com
o próprio delegado da Polícia Civil. Mesmo assim, este esquema só foi
descoberto devido aos assassinatos das jovens.
Este caso escancara a realidade da maior parte das atividades
criminosas do Brasil: as polícias, os políticos e o judiciário trabalham
em conjunto com criminosos comuns para enriquecer, ganhar poder e para
cometer todo tipo de crimes. Neste caso, além do tenente-coronel
reformado da PM e do político envolvidos, o delegado da Polícia Civil
que investiga o caso afirmou à imprensa que “há também [outros]
indivíduos influentes” envolvidos no esquema.
Enquanto a grande mídia, o judiciário e os políticos de direita
querem convencer que este é um problema das “penas leves” e da “justiça
lenta” do Brasil, a realidade é que as prisões estão cada vez mais
superlotadas – em sua maioria de negros e pobres que nem foram julgados
ou condenados por crimes leves – e os problemas sociais não encontram
solução, porque têm sua raiz na desigualdade social e em instituições
cheias de poder e privilégios sobre o restante da população, como é o
caso das polícias e dos políticos, que “podem tudo” e se encorajam para
fazer todo tipo de brutalidade.
Neste caso, o crime é ainda maior. As vítimas são adolescentes tão
novas quanto a sobrevivente da tentativa de assassinato: 15 anos. No
Brasil, especialmente na atual situação social com alto desemprego,
salários cada vez mais baixos e educação precária, jovens que procuram
uma saída na prostituição são um triste sintoma de uma sociedade que não
dá um futuro à juventude. Com falta de opções, garotas se submetem a
situações tão degradantes e perigosas como esta.
É preciso denunciar este caso e lutar contra a impunidade dos
pequenos e dos grandes responsáveis por tamanha violência machista.
Com informações do Terra e do Estado de Minas.
Foto de capa ilustrativa: Matt Roper.
Disponível em: http://www.esquerdadiario.com.br/Mortes-e-prostituicao-infantil-vem-a-publico-esquema-comandado-por-politicos-e-PM-em-MG
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