Na Unicamp está aberto o processo eleitoral para o Diretório Central dos
Estudantes, onde a UJS está fazendo chapa com o grupo Apenas Alunos,
que tem membros do MBL.
Após o PCdoB ter liberado sua bancada para votar a favor dos ataques
contra os trabalhadores e ter chamado Rodrigo Maia, o presidente
golpista da Câmara de Deputados, como convidado de honra do seu
Congresso partidário, agora mostra novamente seus acordos sem princípios
em busca de votos: na Unicamp, a UJS, juventude do PCdoB, está fazendo
chapa para DCE com o grupo Apenas Alunos, que tem membros do MBL.
O Apenas Alunos surgiu na Unicamp após a greve 2016 para atuar
fundamentalmente contra o movimento estudantil que estava protagonizando
uma das suas maiores lutas, se auto-organizando contra os cortes da
reitoria, em defesa das cotas étnico-raciais e a favor da permanência
estudantil. A primeira medida desse grupo enquanto representantes do
Conselho Universitário foi retirar a autonomia dos estudantes na
organização da votação para escolha de seus próprios representantes,
defendendo junto à reitoria que a votação seja online e controlada pela
burocracia universitária.
Com o contraditório discurso de "pluralidade ideológica", o Apenas
Alunos, com seus membros do MBL, vem se constituindo na Unicamp em
defesa do discurso e ideologia hegemônica dos que governam a
universidade para que ele se mantenha elitista e voltada aos lucros.
Estão defendendo a repressão da reitoria aos estudantes e trabalhadores,
apoiando os cortes, sendo conivente com as punições aos grevistas e
propondo medidas de monitoramento da vida acadêmica dos estudantes
bolsistas.
Em uma conjuntura reacionária, com a reforma trabalhista para entrar
em vigor, com a queima de imagens de feministas, como fizeram com a
Judith Butler em sua palestra no Brasil, e a censura aos museus, Escola
Sem Partido, estar com o MBL é apoiar e promover todos esses ataques e
conservadorismo. Com isso mostra mais uma vez que está seguindo os
passos do PT e Lula, que disse que é o momento de perdoar os golpistas,
deixar o grito indignado de "Fora Temer" de lado e aceitar cada ataque
feito aos jovens, trabalhadores, mulheres, LGBTs, negros, artistas etc.
A UJS, que é direção da maior entidade estudantil do país, a UNE, se
alia aos setores mais reacionários da crise política brasileira. Todo
discurso que fizeram no 55° Congresso Nacional da UNE se mostrou
demagógico, pois sem a concepção de independência politica e combate por
parte de sua direção, está muito distante de ser uma alternativa para a
luta dos estudantes e trabalhadores, mas, pior, está se aliando aos que
mais nos odeiam e que querem nos ultraexplorar.
O discurso da UJS contra os ataques foi há muito tempo deixado de
lado pelo seu partido e demais setores petistas, na primeira
oportunidade se transforma num discurso amigo da direita golpista para
justificar suas ambições eleitorais. Essa é a receita para a construção
de um DCE burocrático e que desarma o movimento estudantil, por isso é
preciso construir uma alternativa auto-organizada dos estudantes e em
aliança com os trabalhadores para enfrentar a reitoria conservadora e
construir um pólo de resistência e combate aos golpistas.
Disponível em: http://esquerdadiario.com.br/PCdoB-se-alia-com-MBL-na-eleicao-do-DCE-da-Unicamp?var_mode=calcul
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