Dados mostram também que a renda do 1% mais rico é 36 vezes maior que a
média da metade mais pobre. Desigualdade é maior entre mulheres e negros.
Sudeste concentra mais da metade da massa salarial do país enquanto o Nordeste é a região com maior desigualdade nos rendimentos
A soma de todos os rendimentos recebidos nos lares brasileiros atingiu 255,1 bilhões de reais per capita em 2016. Os 10% com menores rendimentos da população
detinham 0,8% dessa massa, enquanto os 10% com maiores rendimentos
possuíam 43,4%. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quarta-feira 29 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa mostrou também que renda recebida pelos
trabalhadores que formam o grupo do 1% mais rico é 36,3 vezes maior que
a metade com os menores rendimentos provenientes do trabalho. Em 2016,
enquanto o grupo do topo da pirâmide social recebia, em média, 27,085
mil reais, o grupo oposto ganhava 747 reais, menos que um salário mínimo.
Já o rendimento médio mensal de todas as fontes,
que contempla fontes pagadoras além do trabalho, foi de 2,053 mil reais.
O Sudeste apresentou os maiores valores, 2,461 mil reais, enquanto os
menores foram no Norte 1,468 e no Nordeste 1,352 mil reais.
Entre os 205,5 milhões de pessoas residentes no
país, 60,5% (124,4 milhões) possuíam algum tipo de rendimento no ano
passado. Desses, 42,4% (87,1 milhões) tinham rendimentos do trabalho e
24,0% (49,3 milhões) recebiam rendimentos de outras fontes.
Do rendimento médio mensal domiciliar per capita, 74,8% provêm do trabalho e 25,2% vêm de outras fontes: aposentadoria e pensão (18,7%); outros rendimentos (3,2%); aluguel e arrendamento (2,2%); e pensão alimentícia, doação e mesada de não morador (1,1%).
Do rendimento médio mensal domiciliar per capita, 74,8% provêm do trabalho e 25,2% vêm de outras fontes: aposentadoria e pensão (18,7%); outros rendimentos (3,2%); aluguel e arrendamento (2,2%); e pensão alimentícia, doação e mesada de não morador (1,1%).
Do total da população, 60,5% possuíam algum tipo de
rendimento. Desses, 42,4% tinham rendimentos do trabalho e 24,0%
recebiam rendimentos de outras fontes, que contemplam aposentadoria e
pensão (13,9%); outros rendimentos (7,7%); pensão alimentícia, doação e
mesada de não morador (2,4%); e aluguel e arrendamento (1,8%).
Aposentadoria e pensão tiveram os maiores percentuais entre
as grandes regiões. O destaque foi o Sul (17,3%), que também possui a
população mais idosa do país, seguido pelo Sudeste (15,0%), Nordeste
(13,1%), Centro-Oeste (10,8%) e Norte (8,0%).
Desigualdade é maior entre
mulheres e negros
Apesar de as mulheres representarem mais da metade da população em idade de trabalhar, os homens preencheram 57,5% dos postos de trabalho.
A
média rendimento mensal recebido por toda a população ocupada foi de
2,149 mil reais. As mulheres, porém, receberam, em média, 1,836 reais, o
equivalente a 22,9% menos do que os homens, 2,380 mil reais.
O
Sudeste teve a maior média de rendimento para homens (2,897 mil reais) e
mulheres (2,078 mil) reais, porém teve a maior desigualdade, com as
mulheres ganhando 28,3% menos do que os homens. O Norte (1.567) e o
Nordeste (1.427), que têm os menores rendimentos médios, tiveram a menor
desigualdade salarial, com as mulheres ganhando, respectivamente, 10,8%
e 11,6%, menos do que os homens.
Entre
a população ocupada, os brancos representavam 46,6%, enquanto os
pretos, 9%, e os pardos, 43,4%. O rendimento médio de todos os trabalhos
das pessoas brancas (2.810) foi aproximadamente 45% maior do que o das pessoas pretas (1.547) e pardas (1.524).
Os
brancos apresentaram rendimentos 30,8% superiores à média nacional
(2.149), enquanto pretos e pardos receberam rendimentos,
respectivamente, 28,0% e 29,1%, inferiores.
Considerando-se a escolaridade da população
ocupada, os trabalhadores com ensino superior completo tinham rendimento
médio mensal de 5,189 mil reais, cerca de três vezes mais do que
aqueles com somente o ensino médio completo (1.716), e cerca de seis
vezes acima daqueles sem instrução (884). O rendimento médio dos
trabalhadores sem instrução era 36,67% menor que o daqueles com ensino
fundamental completo (1.395).
Sudeste concentra mais da metade da massa salarial do país
O Sudeste concentrou 53% do total de rendimentos de todos os trabalhadores brasileiros, seguido pelo Sul (17%), Nordeste (15,6%), Centro-Oeste (8,9%) e Norte (5,5%). Sul tem o maior rendimento médio entre os 50% com menor renda. Na comparação regional entre os rendimentos médios da metade menos remunerada dos trabalhadores, o Sul mostrou a maior média (949), que equivalia a quase o dobro das médias do Nordeste (485) e do Norte (560).
Enquanto o rendimento médio real de todos os trabalhos
atingiu 2,193 mil reais, no Nordeste foi 1,473 mil reais e no Norte,
1,615 mil reais, os menores valores. O maior foi no Sudeste, 2,573 mil
reais. Considerando outras fontes de renda além do trabalho, os maiores
valores foram no Sudeste (2.461), seguido pelo Centro-Oeste (2.292), Sul
(2.249), Norte (1.468) e Nordeste (1.352).
Seis brasileiros têm a mesma riqueza que os 100 milhões mais pobres
A concentração de renda é maior do que se imaginava.
A concentração de renda é maior do que se imaginava.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/ibge-10-da-populacao-mais-rica-concentra-quase-metade-da-renda?utm_source=social_monitor&utm_medium=widget_vertical
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