O desembargador aposentado Lauro Pacheco de Medeiros Filho, pai de
Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, primo do senador afastado Aécio
Neves (PSDB-MG), afirmou que "falta qualidade moral e intelectual" ao
tucano. Fred foi preso na Operação Patmos, na quinta-feira passada, 18,
após ser filmado buscando uma mala com R$ 500 mil - o dinheiro seria
propina da JBS, supostamente a pedido de Aécio.
Nesta segunda-feira,
22, o pai de Fred usou a internet para atacar Aécio. "Aécio: meu filho
Frederico Pacheco de Medeiros está preso por causa de sua lealdade a
você, seu primo. Ele tem um ótimo caráter, ao contrário de você, que
acaba de demonstrar não ter, usando uma expressão de seu avô Tancredo
Neves, 'um mínimo de cerimônia com os escrúpulos'."
Medeiros
escreveu, ainda. "Falta-lhe, Aécio, qualidade moral e intelectual para o
exercício do cargo que disputou de presidente da República. Para o bem
do Brasil, sua carreira política está encerrada."
Ao telefone, ele
repetiu o desabafo e, com voz embargada, disse que a família está
chocada com a forma com que Aécio referia-se ao primo nas gravações.
O
trecho sobre quem seria o responsável para retirar o dinheiro da
propina da JBS foi o que mais "incomodou" Medeiros e a família. "Tem que
ser um que a gente mata ele antes de fazer delação (...) Vai ser o Fred
com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai
de lá e vai no cara", disse Aécio na conversa com Joesley Batista, dono
da JBS.
Segundo a investigação, a propina acertada entre o
empresário e Aécio era de R$ 2 milhões. Segundo investigações, em pelo
menos duas ocasiões Fred foi pessoalmente à sede da JBS para buscar
parte da propina acertada para o primo.
No texto publicado nas
redes sociais, Lauro Pacheco de Medeiros Filho seguiu. "Vejo agora,
Aécio, que você não faz jus à memória de seu saudoso pai, o deputado
Aécio Cunha."
Defesa
A reportagem procurou o senador
afastado para ouvi-lo sobre a mensagem do seu tio. Nota divulgada na
semana passada pelo advogado de Aécio, José Eduardo Alckmin, afirmou que
o "diálogo se deu numa relação entre pessoas privadas, no qual o
senador solicitou apoio para cobrir custos de sua defesa, já que não
dispunha de recursos para tal".
No mesmo comunicado, o senador
afastado ainda disse lamentar os "termos inadequados que usou na
conversa gravada, já tendo se manifestado diretamente junto a cada um
dos companheiros e autoridades mencionados." O tucano também afirmou que
não houve "contrapartida".
"O delator propôs, já atendendo aos
interesses de sua delação, emprestar recursos lícitos provenientes de
sua empresa, o que ocorreu sem qualquer contrapartida, sem qualquer ato
que possa ser considerado ilegal ou que tenha qualquer relação com o
setor público." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Disponível em: http://www.opovo.com.br/noticias/politica/ae/2017/05/falta-qualidade-intelectual-e-moral-a-aecio-diz-tio-do-tucano.html
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