Policiais usaram bombas para dispersar manifestantes; organizadores denunciam uso de arma letal.
Redação Brasil de Fato | São Paulo (SP)
Cavalaria também foi usada contra os manifestantes nesta quarta-feira
Mídia Ninja
A Polícia Militar (PM) reprimiu com violência o ato do Ocupa Brasília na
tarde desta quarta-feira (24). Os oficiais tentaram dispersar mais de
200 mil manifestantes que marchavam em direção ao Congresso Nacional,
pedindo a saída do presidente golpista Michel Temer (PMDB) e eleições
diretas. Do carro de som, organizadores do protesto afirmam que um
senhor que se manifestava levou um tiro de arma letal. Ainda não há
informações oficiais sobre o caso.
Segundo os advogados da Frente Brasil Popular, que convocou
as manifestações junto a outras organizações, policiais estão
apreendendo celulares dos manifestantes e enviando para perícia.
A reportagem no local informa que incêndios ocorrem
no Ministério da Agricultura e da Fazenda e de que as Forças Armadas
estão cercando o Palácio do Planalto. Segundo o portal Uol, os prédios de todos os ministérios estão sendo evacuados.
Procurada pelo Brasil de Fato, a
Secretaria de Segurança Pública do DF atualizou os números de
manifestantes e informou que "cerca de 35 mil manifestantes estão, neste
momento, na Esplanada dos Ministérios". Segundo o órgão, quatro
pessoas foram detidas pelos policiais, sendo três delas por porte de
entorpecentes e porte de arma branca, e foram encaminhados ao
Departamento de Polícia Especializada (DPE).
"Um dos manifestantes, ao tentar atingir um policial
militar com um rojão, teve ferimento na mão devido à explosão. O
manifestante foi socorrido por populares. O Corpo de Bombeiros fez até
há pouco dois atendimentos, entre eles um policial", respondeu a
secretaria, em nota.
Por volta das 13h30, próximo à Esplanada dos Ministérios,
policiais começaram a repressão aos militantes, com uso de bomba de gás
lacrimogêneo e de efeito moral. A cavalaria da PM também foi usada
contra os manifestantes. A PM ainda atacava ininterruptamente os
manifestantes por volta das 15h40, fechamento desta reportagem.
Presente no ato, deputado federal Dionilso Marcon (PT-RS)
criticou a truculência da Polícia Militar e chamou a ação como "uma
vergonha". "Um cara que faz um banquete com grande empresários e depois
está envolvido em delações só mostra o que já diz o ditado: para os
grandes é picanha, para os pobres, cacetada; como estamos vendo aqui
hoje", declarou o parlamentar.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), entrevistado pelo Brasil de Fato, também denunciou a repressão da PM, gerida pelo governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), governador do Distrito Federal (DF).
João Paulo Rodrigues, dirigente nacional do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reiterou que o "Ocupa Brasília" é
uma das maiores mobilizações feitas na capital federal no período
recente. Ele destacou a pluralidade de categorias e pessoas de todos os
estados no ato e classificou a violência policial como "impressionante".
"Vai ser um dia de uma batalha campal, com muita dificuldade de fazer
um ato político ou encerramento", disse.
* Com informações de Rafael Tatemoto.
Edição: Vivian Fernandes
Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2017/05/24/policia-militar-ataca-manifestantes-do-ocupa-brasilia/
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