terça-feira, 11 de abril de 2017

ATO REPUDIA MACHISMO EM TORNEIO DE FUTEBOL UNIVERSITÁRIO

Alunas apontam machismo e depreciação do corpo feminino no nome e brasão de dois dos times inscritos no evento, organizado pelo CA de Direito de uma instituição de Fortaleza.

 

Um torneio de futebol organizado pelo Centro Acadêmico do curso de Direito do Centro Universitário 7 de Setembro, na manhã do último sábado foi alvo de protesto na manhã desta segunda-feira, 10. Alunos de diversos cursos repudiaram o machismo e a depreciação do corpo feminino expresso por dois dos times inscritos na chamada Copa Tabosão.

Uma das equipes intitulada "habeas pernas" além do nome conter um trocadilho sugestivo, utilizou como brazão a imagem de uma mulher com as pernas abertas. Outro time chamado "Atecubanos", lido de trás para frente mostra expressões ofensivas e machistas às mulheres.

(Foto: Reprodução Facebook)
O ato foi organizado depois de denúncias realizadas nas redes sociais e dezenas de alunos se reuniram no pátio de entrada da instituição para cobrar um posionamento e uma punição aos envolvidos na Copa Tabosão. Para uma das organizadoras do ato e aluna da faculdade, Carolina Azin, "o que aconteceu no campeonato apenas reflete o machismo dos alunos do curso".
Em depoimento feito por uma das alunas no Facebook, ela afirma que ao perceber os trocadilhos e ofensas, as alunas resolveram se manifestar e contestar os responsáveis, "nós respondemos. Dissemos que não gostamos. Fizemos barulho. Não nos calamos. Se não poderíamos nos calar como estudantes, como mulheres é que isso não poderia ocorrer mesmo. A resposta foi só uma ratificação do desrespeito pelo qual já tínhamos passado: disseram que nós estávamos exagerando, tempestade em copo d'água, era uma brincadeira. Até mulheres, porque sim, a maior vitória do opressor é ter o oprimido do seu lado, nos mandaram procurar o que fazer, nos preocuparmos com a violência real. Nós fomos desrespeitadas", o post ganhou repercussão e muitos alunos também mostraram revolta com o acontecimento.A vice-presidente do CA de Comunicação Social, Karol Saldanha, afirma que a "manifestação é necessária e o ato de hoje é uma resposta ao ato de machismo desses alunos e da objetivação da mulher. Mostramos que nós alunos não podemos deixar que esses atos de desrespeito se perpetuem dentro do ambiente acadêmico", afirma.
O presidente do CA de Direito, Alysson Castro, afirmou que os organizadores receberam os nomes dos times e que não perceberam o trocadilho. Acrescentou que a única atitude que poderia ser tomada na hora era cobrir o brasão e os nomes das equipes.  Em nota, os organizadores afirmaram que "não corrobora com qualquer prática machista e que repreenderá, dentro dos limites do razoável, atitudes que causem constrangimento indevido a qualquer grupo social",  a nota foi divulgada no perfil oficial do Centro Acadêmico Agerson Tabosa no Facebook. Em nota divulgada pelo Centro Universitário 7 de Setembro, a instituição afirma que irá tomar as providências acadêmicas previstas em seu regimento interno e que valoriza a manifestação dos alunos. Apesar da nota divulgada nas redes sociais e em seu site oficial, a diretoria da instituição se recusou a falar com o O POVO Online sobre o assunto.

Nota de esclarecimento divulgada pela Uni7 (Foto: Reprodução Facebook)
Redação O POVO Online

 Disponível em:  http://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2017/04/ato-repudia-machismo-em-torneio-de-futebol-universitario.html

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