O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) a cassação do presidente Michel Temer (PMDB) e a
inelegibilidade da presidente cassada Dilma Rousseff (PT), segundo
fontes que acompanham as investigações. A manifestação da
Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), mantida sob sigilo, foi encaminhada
na noite desta terça-feira (28) ao TSE.
O julgamento da ação que apura
se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para
se reeleger em 2014 foi marcado para começar na manhã da próxima
terça-feira. O TSE dedicará quatro sessões da semana que vem - duas
extraordinárias e duas ordinárias - para se debruçar sobre o caso, que
poderá levar à cassação de Temer e à convocação de eleições indiretas.
Se
os ministros do TSE seguirem o entendimento da PGE - ou seja, cassarem
Temer, mas o deixarem elegível -, ele poderia concorrer numa eleição
indireta.
Procurada pela reportagem, a defesa de Temer informou
que só se manifestará sobre o parecer no julgamento. A defesa de Dilma
não se manifestou.
O parecer foi assinado pelo
vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, que atua na Corte
Eleitoral por delegação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Dino é um dos pré-candidatos à sucessão de Janot, que tem mandato
previsto para acabar em setembro.
Para assumir o posto, no
entanto, ele precisará ser escolhido pela categoria em lista tríplice e
depois indicado por Temer para a vaga. Dino já sofre resistências no
Congresso à sua indicação por ser irmão do governador do Maranhão,
Flávio Dino (PCdoB), opositor do núcleo do PMDB no Estado.
No ano
passado, um parecer do Ministério Público Eleitoral recomendou que fosse
rejeitado o pedido da defesa de Temer para separar sua responsabilidade
em relação à da ex-presidente Dilma Rousseff no processo. Na época,
Dino afirmou que "o abuso de poder aproveita a chapa em sua totalidade,
beneficiando a um só tempo o titular e o vice".
Em outro parecer,
o MPE indicou a existência de "fortes traços de fraude e desvio de
recursos" ao analisar as informações colhidas com a quebra do sigilo
bancário das gráficas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB, contratadas
pela chapa Dilma-Temer.
A ação que investiga última disputa
presidencial foi proposta em 2014 pelo PSDB, partido derrotado nas urnas
pela chapa encabeçada pelo PT. Nas alegações finais entregues ao TSE
nos últimos dias, o PSDB isentou o presidente Michel Temer de
responsabilidade.
Disponível em: http://www.opovo.com.br/noticias/politica/ae/2017/03/mpe-pede-cassacao-de-temer-e-inelegibilidade-de-dilma.html
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