Povo entoou gritos e palavras de ordem, como: “Eu sou Fidel!”, “Viva
Fidel, venceremos!”, “Sempre Fidel!” e “O povo, unido, jamais será
vencido”
População lotou praça da Revolução para dar adeus a Fidel
Mais de 2 milhões de pessoas lotaram a praça da Revolução, em Havana, na
noite desta terça-feira (29/11), para se despedir do líder da Revolução
Cubana, Fidel Castro. O ato desta terça faz parte dos nove dias de luto
oficial decretado pelo governo para homenagear e memória do líder
revolucionário.
Na presença de chefes de Governo e representantes de diversas nações,
muitos dos quais discursaram em homenagem e agradecimento a Fidel, o
povo entoou gritos e palavras de ordem, como: “Eu sou Fidel!”, “Viva
Fidel, venceremos!”, “Sempre Fidel!” e “O povo, unido, jamais será
vencido”.
Fidel Castro morreu na noite de sexta-feira (25/11), exatamente 60 anos
depois de que partiu, do México rumo a Cuba, no iate roubado Granma,
com um grupo de 82 guerrilheiros. A ação foi desbaratada pelas tropas do
então presidente do país, Fulgêncio Batista, mas Fidel conseguiu fugir e
agrupar forças suficientes na Serra Maestra, de onde, quase três anos
depois, viria a liderar a entrada em Havana na Revolução Cubana.
Na primeira etapa da série de atos programados, cubanas e cubanos
passaram para se despedir de Fidel pelo salão com suas cinzas montado
dentro do Memorial José Martí, que fica na mesma praça, além da
assinatura do compromisso com a revolução firmado por Fidel em 2000. Só
em Havana, mais de 3,5 milhões de pessoas assinaram os livros
disponibilizados com esse propósito.
A partir das 7h desta quarta-feira (30/11), as cinzas de Fidel seguem
em cortejo fúnebre para Santiago, cidade natal do comandante (leste da
ilha), para que os cubanos de outras cidades possam também dar adeus a
ele e firmar o mesmo compromisso. O trajeto repete a Caravana da
Liberdade realizada pelos revolucionários após a derrubada de Batista,
em 1959, e se encerra no sábado (3/12).
Grande ato de massas
O grande ato de massas na praça da Revolução começou pouco antes das
19h (22h de Brasília), com três músicos cubanos - Luna Manzanare,
Maurício Madrigal e Raul Torres - cantando a música “Um homem que
sonha”, dedicada a Fidel. Em seguida, houve a execução do hino nacional e
a declamação de um poema pela poetisa Corina Mestre, que terminou ao
som de “Fidel, Fidel”, vindo da multidão. O grito se repetiria algumas
vezes mais no decorrer da noite.
Rodobaldo Hernández, apresentador da TV oficial, foi o mestre de
cerimônias, passando a chamar uma lista de 17 presidentes ou
representantes de países para proferirem seus discursos. Até que Raul
Castro, irmão de Fidel e atual presidente cubano, fizesse uso da
palavra, encerrando o ato às 22h50 (horário local), totalizando quase
quatro horas.
Desde às 14h, as cubanas e os cubanos começaram a se dirigir para a
praça, para buscar os lugares mais perto de onde ficariam as autoridades
locais e representantes de outras nações. Muitos jovens e adolescentes,
alguns vindos em excursão escolar vestindo uniformes, participaram do
ato. Variados tipos de camisetas com rosto de Ernesto Che Guevara, de
Cuba ou com a assinatura de Fidel se misturavam a bandeiras, faixas e
bandanas com as cores do país.
“Vim aqui apoiar a causa de que Fidel nos ensinou. Este ato teve um
significado especial para todos os cubanos, com muita gente, as ruas
estavam repletas. E todo mundo apoiando Fidel. Somos um só, Fidel vive
em nós”, afirmou Marlon Yeladita, 20 anos, maestro de música em uma
escola primária.
Para Santiago Herrera, economista de 47 anos, o momento foi de reforçar
o compromisso revolucionário. “Como você pode ver, o povo veio
reafirmar a Revolução Cubana. Reafirmar que as ideias e o legado de
Fidel terão continuidade”, disse. “A partida de Fidel deixou convicções,
princípios e ensinamentos que ele nos mostrou durante tantos anos de
revolução. A força de nosso futuro está no trabalho político e
ideológico que foi feito. E, para isso, a juventude está encarregada de
dar continuidade”, complementa.
Marisol Rodrigues Santos, professora primária, acredita que “o líder
histórico da revolução” apenas partiu fisicamente. “Mas nos restou a
satisfação de seu legado ao qual nós vamos dar continuidade. E, como
juramos, vamos seguir adiante com o conceito que ele deu de revolução.
Isso é ter Fidel ao nosso lado, o amor que pudemos demonstrar que
sentimos por ele. Penso que não só eu, mas todo o povo de Cuba sente.
Suas ideias estarão presentes em mim”, diz emocionada.
Os eventos que marcam o luto oficial em memória a Fidel Castro incluem
ainda um segundo ato de massas, na praça Antonio Maceo, em Santiago, no
sábado. No dia seguinte, ocorrerá a última cerimônia, no cemitério Santa
Ifigênia.
Disponível em: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/geral/45827/mais+de+2+mi+de+pessoas+lotam+praca+da+revolucao+em+havana+para+se+despedir+de+fidel.shtml
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