Caro Eliomar de lima, Gostaria de compartilhar com você este
relato de uma professora via Facebook. Acho que deveríamos divulgar a
falta de respeito desse shopping com os alunos de escola pública. Por
favor, peço que publique, pois é um grito pela educação pública.
Anne Shérida, sentindo-se indignada com Gabriel Sorriso e outras 16 pessoas em Shopping Parangaba
.
Hoje, 27/10/2016, fomos eu e mais quatro professores com um grupo de
120 alunos para uma sessão especial de cinema no Shopping Parangaba.
Fomos bem recebidos pelos funcionários do cinema, o filme foi muito bom e
os alunos amaram, muitos deles estavam tendo essa experiência pela
primeira vez.
No entanto, quando o filme terminou, tínhamos uma hora para passear e
merendar pelo shopping, que era o tempo que demoraria para o ônibus vir
nos buscar. Mas, infelizmente, foi muito constrangedor o que passamos
(e não digo isso por mim porque eu sei me defender, mas pelos meus
alunos).
Logo que o filme terminou, uma segurança me abordou e disse que os
clientes do shopping estavam incomodados com os alunos, que eu pedisse
para que eles fizessem silêncio. Como assim? Incomodados? Parece piada,
né? Olhei nos olhos dela e disse que eles eram tão clientes quanto
aqueles poucos que estavam ali almoçando. Pensei que o problema estava
resolvido, grande ilusão!
Combinamos o horário e lugar de encontro com os alunos e deixamos
eles irem passear, mas quando os mesmos estavam descendo a escada
rolante do 3° piso em direção ao 2° piso, foram abordados por uns 3
seguranças e uma bombeira dizendo que eles não poderiam circular pelo
shopping . Não consigo descrever a raiva que senti ao ver os meus alunos
todos fardados e identificados “presos” naquele cubículo do 2° piso
simplesmente por serem alunos da escola pública, porque foi exatamente
isso que aconteceu: PRECONCEITO!!! Pois haviam lá alunos com a farda do
Farias Brito, do Teleyos, mas eles podiam circular livremente pelo
shopping, mas os nossos alunos não. Indignei-me com aquela situação e
fui lá com a coordenadora, perguntamos qual era problema, dissemos que
eles iriam passear sim caso contrário iríamos chamar a polícia.
Os alunos passearam, merendaram, jogaram no Game Station, pois eles
haviam se preparado financeiramente para aquele momento, mas,
infelizmente, mesmo depois que conversamos com os seguranças e fizemos
uma reclamação à administração do shopping, os alunos ainda sofreram
constrangimentos por parte daqueles seguranças desalmados e mal
treinados proibindo os meninos de usarem o elevador, tirar selfie. Um
absurdo sem tamanho! Estou extremamente decepcionada com o treinamento
que o shopping dá aos seus funcionários.
Para finalizar, quando estávamos indo embora, um aluno do 6° ano, uma
criança de 11 anos de idade, olhou para mim e disse assim: – Tia, eu
amei o cinema, eu nunca tinha vindo, amei o passeio; que pena que eles
não gostaram muito da gente, né?! Vai ter outro, Tia?
Aquilo me doeu na alma. Olhei nos olhos dele, tão empolgados pela
aquela nova experiência, e disse: – Nós não precisamos que eles gostem
da gente! E, sim, vai ter outros sim! Eles vão ter que engolir o
preconceito deles e nos aceitar! Vamos vir quantas vezes quisermos!
E um sorriso brotou naquele rosto tão inocente.
Francisco Djacyr Silva de Souza, professor
Outro lado
O Shopping Parangaba esclarece que nenhum tipo de discriminação, de
qualquer natureza, é tolerada dentro de suas dependências e tem uma
postura clara de respeito a todos os seus clientes e lojistas.
O Shopping adota uma política de incentivo à inclusão social,
firmando parceiras e promovendo ações que permitam o livre acesso ao
lazer e à cultura dentro nas suas dependências.
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