quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O PRIMEIRO PASSO PARA A PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRÁS ESTÁ DADO

Empresa estatal perde obrigatoriedade de investimento na área do pré-sal após aprovação de projeto na Câmara; petroleiras estrangeiras devem começar a assumir poços de petróleo no local.

Foto: Mídia NINJA 

Foto: Mídia NINJA
 
Já era esperado: a aprovação da mudança na obrigatoriedade da Petrobras investir na exploração do pré-sal alude a uma antiga contribuição do site Wikileaks ao Brasil. Lá atrás, em 2011, o portal de Julian Assange deu a chave, dizendo que José Serra (PSDB-SP), ex-senador e atual Ministro de Relações Exteriores do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB-SP), seria a garantia dessa alteração na legislação.
O PLS (Projeto de Lei do Senado) 131, aprovado ontem (5), de autoria de Serra, tem o objetivo simples de "livrar a empresa das obrigações de ser a operadora exclusiva em todos os campos do pré-sal e de arcar, simultaneamente, com 30% de todos os investimentos", segundo artigo do Ministro para o jornal O Estado de S.Paulo.


Manifestação no Rio de Janeiro contra PLS.
 Foto: Mídia NINJA


A retomada do crescimento da empresa tende a ser mais lenta uma vez que perde espaço naquilo que já foi a menina dos olhos do governo federal e até mesmo do país. Por outro lado, é o novo governo que toma para si o poder de ceder para as empresas estrangeiras a exploração, como também avaliou Serra em artigo: "O projeto deixa 100% do controle do pré-sal nas mãos do poder público brasileiro", afirmando posteriormente, "Dizer que as empresas estrangeiras vão tomar o pré-sal é o tutu marambá que os marmanjos jurássicos usam para criar sobressalto no coração das gentes".
De fato, não vão tomar: vão receber de mãos beijadas do Ministro que acredita estar nos "Estados Unidos do Brasil" e conta nos dedos tentando identificar a correspondência das letras dos BRICS, principais parceiros econômicos do Brasil.


José Serra é acusado de receber 23 milhões em propinas da empreiteira Odebrecht, na 
Operação Lava Jato da Polícia Federal. 
Foto: Mídia NINJA
 
 
Não é minimamente razoável acreditar que a empresa possa se beneficiar ao não investir em uma tecnologia da qual é pioneira, enquanto concorrentes internacionais faturam com a produção de barris de petróleo em áreas que não somente não têm acesso hoje, como também não têm tecnologia semelhante para imergir com suas perfuradoras, como a empresa estatal brasileira possui.
Além disso, ainda que regulado pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) e pelo Executivo controlado pelo PMDB, é certo que com Michel Temer a frente, com a caneta para decidir, o processo de cessão dos campos de exploração deve ser, como diz Serra, acelerado, uma vez que é preciso mais royalties para garantir que sua base aliada permaneça fiel aos seus planos de austeridade, ou melhor, de retrocessos.


Manifestação do Sindipetro no Rio de Janeiro contra PLS. 
Foto: Mídia NINJA
 
 
O prejuízo a longo prazo deve ser a estatal enfraquecida no mercado internacional diante do crescimento tecnológico das suas concorrentes, principalmente a Chevron, que mantem laços estreitos com o ministro, como provou os telegramas divulgados pelo Wikileaks.
Em suma, a maior empresa brasileira chega ao seu declínio maior ao deparar-se com políticos que a esfaqueiam dando tapinhas nas costas sob flashs da mídia, discursam afirmando que assim ela estará melhor e apoiam-se no discurso do anti-petismo e da corrupção na empresa para enfim iniciar o seu processo de privatização.

Disponível em:  https://ninja.oximity.com/article/O-primeiro-passo-para-a-privatiza-1

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