Até
os anos 60, a Noruega era um país de pouca influência na economia
mundial. Sua economia se baseava em exportações de peixes enlatados e de
minérios de baixo valor. O país figurava entre os mais pobres da
Europa. As descobertas de petróleo no Mar do Norte, em fins dos anos 60,
deram uma guinada fantástica naquele País, que soube utilizar essa
riqueza para gerar progresso e desenvolvimento para o seu povo.
O
Modelo de exploração é feito pela estatal Statoil, que faz parcerias
com empresas privadas na operação, faz partilha dos lucros, mas fica com
cerca de 80% deles. As receitas são administradas pela empresa Petoro,
100% estatal do governo federal, que as divide de acordo com as demandas
de todo o País, viabilizando altos investimentos estratégicos em
desenvolvimento tecnológico, saúde e educação.
Hoje,
a Noruega tem a terceira maior renda per capita do mundo (US$ 59,3 mil)
e ainda é dona do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais alto do
planeta. A Noruega administrou uma reserva de cerca de 20 bilhões de
barris, que hoje está em cerca de 8 bilhões, e conseguiu essa
transformação fantástica na qualidade de vida do seu povo. O País criou
ainda um Fundo Soberano que recebe os recursos do petróleo e os investe
para garantir o futuro do seu povo quando o petróleo acabar. Esse Fundo
tem hoje cerca de US$ 800 bilhões.
Apesar
da economia norueguesa se sobressair em diversas áreas, o petróleo é
ainda a locomotiva do progresso do país, contribuindo com a maior parte
das suas exportações e contribuindo com mais de 30% da receita
tributária. A Noruega, como os demais países escandinavos é reconhecida
pelo Estado de bem-estar social e excelentes indicadores.
Enquanto
isto, o Brasil que tinha 14 bilhões de barris de reservas petrolíferas,
descobriu outros 60 bilhões no pré-sal, e pode superar os 100 bilhões
de barris. Se fizesse como a Noruega, atingiria o seu potencial de país
mais viável do planeta em curto prazo. Mas o que faz o Governo Dilma?
Entrega o campo de Libra, já descoberto, comprovado pela Petrobrás com
uma reserva superior a 15 bilhões de barris, o maior campo do pré-sal e
do mundo, ao cartel internacional de petróleo, que ficou com 60% do
campo. E o IDH brasileiro é hoje 79º, entre 180 países. E o Brasil pode
perder a maior oportunidade de deixar de ser o eterno país do futuro.
Fernando Siqueira em sua coluna no site da Associação dos Engenheiros da Petrobras.
Disponível em: http://www.debateprogressista.com.br/noruega-e-o-pais-que-e-porque-nao-teve-um-tucano-para-entregar-seu-petroleo-aos-estrangeiros/
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