Dia 12/10 dia de Nossa Senhora Aparecida – No candomblé e na umbanda 12/10 é dia de Mamãe Oxum.
Mamãe Oxum
Conta-nos uma lenda, que Oxum queria muito aprender os segredos e
mistérios da arte da adivinhação, para tanto, foi procurar Exú.
Exú, muito matreiro, falou à Oxum que lhe ensinaria os segredos da
adivinhação, mas para tanto, ficaria Oxum sobre os domínios de Exú
durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em
troca ele a ensinaria.
E, assim foi feito, durante sete anos Oxum foi aprendendo a arte da
adivinhação que Exú lhe ensinará e consequentemente, cumprindo seu
acordo de ajudar nos afazeres domésticos na casa de Exú. Findando os
sete anos, Oxum e Exú, tinham se apegado bastante pela convivência em
comum, e Oxum resolveu ficar em companhia desse Orixá.
Em um belo dia, Xangô que passava pelas propriedades de Exú, avistou
aquela linda donzela que penteava seus lindos cabelos a margem de um rio
e de pronto agrado, foi declarar sua grande admiração para com Oxum.
Foi-se a tal ponto que Xangô, viu-se completamente apaixonado por
aquela linda mulher, e perguntou se não gostaria de morar em sua
companhia em seu lindo castelo na cidade de Oyó. Oxum rejeitou o
convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Exú.
Xangô então irritado e contrariado, seqüestrou Oxum e levou-a em sua
companhia, aprisionando-a na masmorra de seu castelo. Exú, logo de
imediato sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por todas
as regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupila de anos de
convivência.
Chegando nas terras de Xangô, Exú foi surpreendido por um canto
triste e melancólico que vinha da direção do palácio do Rei de Oyó, da
mais alta torre. Lá estava Oxum, triste e a chorar por sua prisão e
permanência na cidade do Rei.
Exú, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que de pronto
agrado lhe cedeu uma poção de transformação para Oxum desvencilhar-se
dos domínios de Xangô. Exú, através da magia pode fazer chegar as mãos
de sua companheira a tal poção. Oxum tomou de um só gole a poção mágica e
transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou e pode então
retornar em companhia de Exú para sua morada.
LENDAS
Logo que todos os Orixás chegaram à terra, organizavam reuniões das
quais mulheres não podiam participar. Oxum, revoltada por não poder
participar das reuniões e das deliberações, resolve mostrar seu poder e
sua importância tornando estéreis todas as mulheres, secando as fontes,
tornando assim a terra improdutiva.
Olodumaré foi procurado pelos Orixás que lhe explicaram que tudo ia
mal na terra, apesar de tudo que faziam e deliberavam nas reuniões.
Olodumaré perguntou a eles se Oxum participava das reuniões, foi quando
os Orixás lhe disseram que não. Explicou-lhes então, que sem a presença
de Oxum e do seu poder sobre a fecundidade, nada iria dar certo.
Os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos e
reuniões, e depois de muita insistência, Oxum resolve aceitar.
Imediatamente as mulheres tornaram-se fecundas e todos os
empreendimentos e projetos obtiveram resultados positivos. Oxum é
chamada Iyalodê (Iyáláòde), título conferido à pessoa que ocupa o lugar
mais importante entre as mulheres da cidade.
OXUM
Nome de um rio na Nigéria, em Ijexá e Ijebú. Segunda mulher de Xangô,
deusa do ouro, riqueza e do amor. A Oxum pertence o ventre da mulher e
ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe
pertencem. Dona dos rios e cachoeiras gosta de usar colares, jóias, tudo
relacionado à vaidade, perfumes, etc.
O ARQUÉTIPO DE OXUM
As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram
perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a
beleza. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto. São boas donas de
casa e companheiras, despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em
intrigas.
Oxum é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos seus. Ela
usa sua sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus
lenços e o mel, seduzindo Ogum até que ele volte a produzir os
instrumentos para a agricultura.
Assim a cidade fica livre da fome e miséria. Oxum enfrenta o perigo
quando Olodumare, Deus supremo, ofendido pela rebeldia dos orixás,
prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se abatam
sobre o aiê (a Terra). Transformada em pavão, Oxum voa até o deus maior,
para suplicar ajuda.
Mesmo tornando-se abutre pelo calor do sol, que queima-lhe,
enegrecendo as penas, ela alcança a casa de Olodumare. Indignada por se
perceber excluída da reunião de orixás masculinos, Oxum torna estéreis
todas as mulheres até que ela seja convidada para o encontro.
Uma demonstração de que com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o
que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da
fragilidade à força, com toque feminino de bondade, é assim o jeito
dessa deusa-heroína. Sensível à condição de fraqueza, Oxum se dispõe a
aliviar o sofrimento alheio.
Assim ela o faz quando Oxalá tem seu cajado jogado ao mar e a perna
ferida por Iansã. Oxum vem para ajudar o velho, curando-o e recuperando
seu pertence. Ela é adorada por Oxalá. A deusa do amor parte com um ebó
até Olodumare, para que não haja mais seca na Terra. No caminho ela não
hesita em repartir os ingredientes da oferenda com o velho Obatalá e as
crianças que encontra, e mesmo assim alcança seu objetivo pela comoção
de Olodumare.
Com grande compaixão, Oxum intercede junto a Olodumare para que ele
ressuscite Obaluaiê, em troca do doce mel da bela orixá. E ela garante a
vida alheia também ao acolher a princesa Ala, grávida, jogada ao rio
por seu pai. Oxum cuida da recém-nascida, a querida Oiá.
Com suas jóias, espelhos e roupas finas, Oxum satisfaz seu gosto pelo
luxo. Ambiciosa, ela é capaz de geniais estratagemas para conseguir
êxito na vida. Vai à frente da casa de Oxalá e lá começa a fazer
escândalo, caluniando-o aos berros, até receber dele a fortuna desejada
para então calar-se. E assim Oxum torna-se “senhora de tanta riqueza
como nenhuma outra Yabá (Orixá femino) jamais o fora”.
A vontade de conhecer os segredos do destino faz com que Oxum,
esperta que é, coloque seu poder de atração sexual em acordos para esse
fim. Ela é especialista no toma-lá-dá-cá. É desse modo que aprende a
arte da adivinhação com Exu, e as roupas de Obatalá, e as vestes do
“Senhor do Pano Branco” pelo segredo do Ifá.
Assim Oxum se torna senhora do jogo de búzios. Beleza, agilidade e
astúcia são ingredientes do sucesso deste orixá. No amor Oxum é
ardorosa, de tão formosa e quente que é. Oxum luta para conquistar o
amor de Xangô e quando o consegue é capaz de gastar toda sua riqueza
para manter seu amado.
Ela livra seu querido Oxósse do perigo e entrega-lhe riqueza e poder
para que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu. Oxum provoca disputa
acirrada entre dois irmãos por seu amor: Xangô e Ogum, ambos guerreiros
famosos e poderosos, o tipo preferido por ela. Xangô é seu marido, mas
independente disso, se um dos dois irmãos não a trata bem, o outro se
sente no direito de intervir e conquistá-la.
Afinal Oxum quer ser amada e todos sabem que ela deve ser tratada
como uma rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa comida, tudo a
seu gosto. A beleza é o maior trunfo do orixá do amor. Como esposa de
Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a preferida e está sempre atenta
para manter-se a mais amada.
Ela adora enganar Obá. Oxum induz Obá a cortar a própria orelha para
cozinhar e servir para Xangô, dizendo ser o prato preferido do marido,
que na verdade fica enojado e enfurecido. Ela também engana Eleguá que, a
serviço de Obá para fazer um sacrifício, corta erradamente o rabo do
cavalo de Xangô. Outra vez Obá queria agradar seu marido, mas acaba
odiada por ele.
Oxum definitivamente quer o fracasso de quem considera rival. Foi de
Oxum a delicada missão dada por Olodumare de religar o orum (o céu) ao
aiê (a terra) quando da separação destes pela displicência dos homens.
Tamanho foi o aborrecimento dos orixás em não poder mais conviver com os
humanos que Oxum veio ao aiê (a terra) prepará-los para receber os
deuses em seus corpos.
Juntou as mulheres, banhou-as com ervas, raspou e adornou suas
cabeças com pena de ecodidé (pena de um passáro sabrado), enfeitou seus
colos com fios de contas coloridas, seus pulsos com idés (pulseiras),
enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E eles vieram.
Dançaram e dançaram ao som dos atabaques e xequerês.
Para alegria dos orixás e dos humanos estava inventado o Candomblé.
Os mitos da Oxum mostram o quão múltipla é sua personalidade. (Prandi,
1997)
Trecho extraído e adaptado de:
PRANDI, Reginaldo – Mitologia de Orixás,
Mitos afro-americanos reunidos e recontados,
São Paulo, 1997 (mimeo).
PRANDI, Reginaldo – Mitologia de Orixás,
Mitos afro-americanos reunidos e recontados,
São Paulo, 1997 (mimeo).
Deusa dos rios , Oxum carrega consigo predicados de beleza,
riqueza e a capacidade de projeção social. É uma ninfa da cultura
yorubana, cidade Oshogbo, na Nigéria, está localizada às margens do rio
Oxum. Ela é a dona do ovo, a maior célula viva. Na cultura Gêge-Vodú é
conhecida como Aziri Tobossi.
Genitora por excelência, ligada particularmente à procriação.
Deusa das àguas doces, reina sobre os rios, também divindade do ouro e
dos metais amarelos. Coquete e vaidosa, foi segunda esposa de Xangô,
tendo vivido anteriormente com Ogun, Orunmilá e Oxóssi.
Maternal, carinhosa e muito afeita às crianças, amante da
beleza e do adôrno. Também é chamada de Iyálòóde, título conferido à
pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da
cidade. Seus axés são pedras do fundo do rio Oxum, jóias de cobre e ou
metal amarelo, no Brasil, pedras de rio e adornos. Sua cor e contas, é
amarelo-ouro, sua saudação:
Ore Yèyé o!!!, chamemos a benevolência da mãe!!!
Zeca Baleiro - Mamãe Oxum
https://www.youtube.com/watch?v=RdB4-5wexf0
Disponível em: https://lacosespirituais.wordpress.com/2010/10/12/12-de-outubro-dia-de-nossa-senhora-aparecidamamae-oxum/
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