O jornal francês lembra que Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos
Deputados, e preso nesta quarta-feira (19), é suspeito de envolvimento
no escândalo de corrupção da Petrobras.
Eduardo Cunha foi preso e escoltado para Curitiba. REUTERS/Adriano Machado
O Le Monde ressalta que Cunha é objeto de múltiplas
acusações de corrupção e suspeito de manter uma conta secreta na Suíça.
Ele será transferido a Curitiba, onde ficará “à disposição” do juiz
Sérgio Moro, que pediu sua prisão “preventiva e por tempo ilimitado”.
O
juiz estima que a liberdade provisória representava um risco para a
ordem pública, além de “uma possibilidade concreta de fuga”, lembra Le Monde.
O jornal destaca que, há poucos meses, Cunha foi afastado da
presidência da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal, e teve seu mandato
cassado, perdendo a imunidade que o protegia da Justiça.
O artigo do Le Monde,
um dos mais lidos no site do jornal nesta quinta-feira (19), também
traça um breve perfil de Cunha, “deputado evangélico” ultraconservador,
acusado de ter mentido para seus correligionários em relação às suas
contas na Suíça.
Prisão de Cunha movimenta bastidores em Brasília
Apesar
de esperada, a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha movimentou os
bastidores de Brasília. A questão é se o peemedebista vai fazer delação
premiada e, assim, entregar políticos e empresários. O Palácio do
Planalto preferiu se distanciar do assunto. Já o PT aproveitou para
colocar ainda mais lenha na fogueira.
O líder do partido no
Senado, Humberto Costa, disse que tem a informação de que Cunha já
começou a negociar a delação, o que segundo ele, pode comprometer todo o
governo de Michel Temer e os parlamentares governistas. No Plenário da
Câmara, também houve repercussão. Enquanto alguns deputados diziam que a
prisão veio tarde, o deputado Alberto Fraga, do Dem, saiu em defesa de
Cunha dizendo que vai haver muito mais prisões do lado de lá do que do
lado de cá.
O pedido de prisão preventiva foi feito pelo juiz
federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. Para o
magistrado, havia risco de fuga do ex-deputado, principalmente porque
ele tem contas no exterior. Preso em Brasília, Cunha foi transferido
para a Superintendência Regional no Paraná. Em nota, o peemedebista
disse que a prisão é absurda e que seus advogados vão tomar as medidas
cabíveis.
(Com informações de Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília)
Disponível em: http://br.rfi.fr/brasil/20161020-le-monde-destaca-prisao-de-cunha-arquiteto-do-impeachement-de-dilma
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