No momento mais agudo da crise política, em que a oposição busca o impeachment a partir da prisão do marqueteiro João Santana, a presidente se afasta do PT e deixa de comparecer à festa de 36 anos do partido; de um lado, Dilma Rousseff se vê sem apoio para encaminhar medidas como o ajuste fiscal e a reforma da Previdência; de outro, setores do PT lamentam que o Planalto tenha dado aval a um projeto que abre o pré-sal a empresas internacionais – o que o ex-presidente Lula viu como "derrota"; agora, para não perder o apoio do PT, Dilma poderá vetar o projeto e já vem sendo pressionada para isso nas redes sociais.
247 – A presidente Dilma Rousseff não compareceu à festa de 36 anos do PT na noite deste sábado 27 no Rio de Janeiro. A decisão atestou de vez o distanciamento da presidente com seu partido.
A relação, que já tinha problemas, ganhou mais tensão nesta semana que passou, especialmente após a aprovação no Senado do projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que retira a participação obrigatória da Petrobras na exploração do pré-sal. A mudança foi vista pelo ex-presidente Lula como uma "derrota" para o governo.
O PT é contra a proposta. E o governo também era, até a noite de quarta-feira, quando firmou um acordo com o PMDB e a oposição e enviou outro texto para ser votado no lugar, dando prioridade à estatal nas negociações do pré-sal.
O acordo, porém, pegou os senadores do PT de surpresa. O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), apontou "erro de condução política" na votação e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) se disse "traído" pela presidente.
Resultado: Dilma se distanciou do PT no momento mais agudo da crise, quando a oposição busca a cassação da chapa Dilma-Temer, via Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio da prisão do marqueteiro João Santana, pela Operação Lava Jato.
Agora, de um lado, ela se vê sem apoio para encaminhar medidas como o ajuste fiscal e a reforma da Previdência no Congresso. E de outro, recebe críticas de petistas, movimentos sociais e começa a ser pressionada a vetar o projeto do pré-sal, que ainda passará pela Câmara.
Segundo a colunista Natuza Nery, movimentos sociais ameaçam radicalizar contra o governo e não pouparão Dilma nas manifestações de 31 de março após a mudança no pré-sal. "A tendência é entrarmos em estado de guerra", diz Raimundo Bonfim, da CMP, um dos organizadores dos atos.
Nas redes sociais, diversos artistas, intelectuais e políticos mudaram o avatar para uma foto com a frase: "o pré-sal é do Brasil!".
Em seu discurso na festa do PT, Lula mandou seu recado: "Dilma precisa saber que o lugar dela é do nosso lado. Ela precisa de nós para sobreviver aos embates que vêm sofrendo no Congresso Nacional".
A presidente também mandou seu afago, apesar de à distância. Enviou uma carta, lida no início do evento pelo presidente da legenda, Rui Falcão, em que exaltava as conquistas da sigla nesses 36 anos.
Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/218808/Pr%C3%A9-sal-ser%C3%A1-a-prova-dos-nove-da-rela%C3%A7%C3%A3o-Dilma-PT.htm
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