Deputado que presidiu a CPI das Milícias vive há dez anos com escolta policial.
RIO - Vivendo sob escolta policial por conta de ameaças que recebe desde a época em que presidiu a CPI das Milícias da Alerj, há dez anos, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) soube nesta segunda-feira pelo Diário Oficial que os quatro policiais militares lotados em seu gabinete foram convocados pelo gabinete da intervenção federal. Dois cuidavam de sua segurança pessoal, e os outros acompanhavam o dia a dia do delegado Vinícius George, que atuou como braço direito do parlamentar durante os trabalhos da comissão.
Muitos deputados reclamaram da decisão do governo, mas o estado só reconsiderou o caso de Freixo. Ele se reuniu com o secretário de Segurança, general Richard Nunes, e, no encontro, ficou acertado que o parlamentar terá sua escolta restabelecida, mas formada por outros agentes. Os quatro PMs que faziam o trabalho serão substituídos, provavelmente por policiais civis.
Concluído em 2008, o relatório final da CPI das Milícias pediu o indiciamento
de 225 pessoas, incluindo políticos, policiais, agentes penitenciários e
bombeiros. Na ocasião, foram apresentadas 58 propostas para enfrentamento do
crime organizado.
CONVERSA SOBRE INVESTIGAÇÃO
Citando o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), que, de acordo com
uma linha de investigação da Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil, pode
ter sido cometido por milicianos, Freixo disse ontem que correria risco se
ficasse sem escolta.
— Não é possível que, diante desse momento, dessa situação, a gente tenha que
parar para resolver isso — criticou o deputado antes da reunião com o
secretário.
Freixo também se reuniu nesta segunda com o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo
Barbosa. Ele e parentes de Marielle e do motorista Anderson Pedro Gomes, morto
com a vereadora no dia 14 de março, conversaram sobre a investigação do crime. O
deputado manifestou confiança no trabalho da DH.
Para o deputado Paulo Ramos (PDT), que perdeu um policial que trabalhava em
seu gabinete, a decisão da Secretaria de Segurança de ordenar a saída de 87 PMs
da Alerj foi tomada sem considerar os gabinetes nos quais estavam lotados e o
impacto da medida no funcionamento da Casa.
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