Apartamento pertencente à construtora OAS e pivô do processo que levou à
prisão do ex-presidente ficou ocupado durante a manhã desta
segunda-feira.
Fachada do edifício Solaris, em Guarujá, pivô do processo que a Lava Jato tomou como razão para prender Lula
São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) ocupou na
manhã desta segunda-feira (16) o tríplex em Guarujá, litoral sul
paulista, atribuído pela Lava Jato ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. O imóvel é objeto de leilão para efeito de quitação de dívidas da OAS, o que comprova a sua posse pela empreiteira.
Por voltas das 11h50 os manifestantes desocuparam o apartamento. De acordo com o MTST, a Polícia Militar ameaçou realizar a reintegração de posse com violência, então, decidiram deixar o local.
"O MTST foi retirado do triplex, sob a alegação de
flagrante, disseram que não precisavam de reintegração e ameaçaram
prender todos se não saísse no prazo, levando a uma intervenção do
Choque. Totalmente arbitrário. Nenhuma novidade", disse o líder do movimento e pré-candidato do Psol à Presidência da República Guilherme Boulos.
No ato da ocupação, o MTST mandou recados para o sistema judiciário,
que forçou a denúncia como forma de associar Lula a atos de corrupção na
Petrobras – único meio de o processo ficar a cargo do juiz Sérgio Moro. "Se é do Lula é nosso. Se não é por que prendeu?"
Em manifestações, Lula já havia sugerido ao MTST que ocupasse o
imóvel. Boulos tem sido um defensor da liberdade de Lula e de seu
direito de disputar a eleição.
Segundo Boulos, a
condenação do ex-presidente ocorreu sem provas e é fruto de um processo
"viciado", conduzido a partir de uma culpa já pré-estabelecida. "A
condenação do Lula, na semana passada, pelo Sérgio Moro, na medida em
que foi uma condenação sem provas, na medida em que, desde o princípio, o
processo foi conduzido com presunção de culpa, de maneira viciada, foi
uma condenação política, e não jurídica", afirmou.
A própria força-tarefa da Operação Lava Jato admite não ter conseguido comprovar
a posse ou uso da unidade pelo ex-presidente. A base da denúncia tem é
um testemunho premiado do dono da construtura, Léo Pinheiro, que chegou a
mudar depoimento – depois de ter negado num primeiro momento –
associação de Lula ao tríplex. Pinheiro aceito acordo com o Ministério
Público com objetivo de amenizar sua punição por prática de corrupção. A
condenação decretada por Moro acabou levando em conta "atos de ofício
indeterminados" e a convicção do procurado Deltan Dallagnol.
O processo deixou perplexo o meio acadêmico e jurídico pela inconsistência e pelo cerceamento do direito de defesa.
Disponível em: http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2018/04/mtst-ocupa-triplex-no-guaruja-se-e-do-lula-e-nosso-se-nao-e-por-que-prendeu
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