Celebração eucarística durante a Assembleia da CNBB em Aparecida
Assembleia da CNBB irá se manifestar sobre as eleições e o
momento nacional. Na quarta (18), falaram três bispos que são o rosto da
Igreja que, no Brasil, caminha com o Papa: dom Claudio Hummes, dom
Roque Paloschi e dom Guilherme Werlang. Dom Paloshi foi contundente
sobre a criminalização dos movimentos sociais e daqueles que atuam ao
lado dos mais pobres: “Temos consciência de que se a Igreja não falar,
as pedras vão falar”.
Por Mauro Lopes, com informações da CNBB
Nesta quinta (19), a 56ª Assembleia Geral da CNBB, reunida em
Aparecida, divulgará duas manifestações importantes, sobre as eleições e
o momento nacional. Elas darão o norte da Igreja Católica no país nos
próximos tempos: haverá profetismo ou será mantida a linha de concessões
aos integristas com uma posição dúbia e silente diante dos atentados às
democracia, aos assassinatos e prisões injustas?
Ontem falaram à assembleia três bispos que são o rosto da Igreja que,
no Brasil, caminha ao lado do Papa. Eles participaram da entrevista
coletiva diária organizada pela CNBB (se quiser, você pode clicar no
link abaixo e assistir).
O cardeal dom Claudio Hummes, presidente da REPAM
(Rede Eclesial Pan-Amazônica) falou sobre o Sínodo da Amazônia, que
acontecerá em 2019. Voltando de um encontro com o Papa, ele afirmou:
“Segundo o Papa, os primeiros interlocutores desse Sínodo são os
indígenas e o povo simples, como os ribeirinhos e todos aqueles que
trabalham no interior da Amazônia”. Segundo dom Cláudio, “queremos
passar de uma Igreja indigenista a uma Igreja indígena”.
O presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi)
e arcebispo de Porto Velho (RO), dom Roque Paloschi, fez uma
contundente denúncia da situação dos indígenas no país: “O sofrimento
dos indígenas nunca passa da sexta-feira Santa, eles são sempre
vilipendiados e vítimas de escárnio no Brasil”. Ele falou ainda sobre a
sequência de assassinatos, prisões e perseguições como as que vitimaram
irmã Dorothy Stang (assassinada por ruralistas em 2005) e padre José
Amaro (preso desde 27 de março último a mando dos mesmos ruralistas),
ambos em Anapu (PA): “Há uma ação muito articulada para excluir,
desmoralizar e criminalizar todos aqueles que se colocam ao lado dos
menos favorecidos, seja ao lado dos quilombolas, indígenas,
desempregados, pescadores, quebradoras de coco. Mas temos consciência de
que se a Igreja não fala, as pedras vão falar.”
Dom Guilherme Werlang, bispo de Lages (SC) e presidente da Comissão
Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da CNBB, falou
sobre o desejo de uma nova Semana Social Brasileira (a última foi em
2013) e a edição 2018 do Grito dos Excluídos.
Para ele, “toda ação social feita pela Igreja deve ser transformadora a
partir dos valores do Evangelho. Deus sempre olha e ouve o grito do seu
povo, os mais pobres e oprimidos, desce para libertar e devolve a
dignidade de filiação divina a todos os seus filhos e filhas”.
Assista as entrevistas, elas revelam uma faceta da CNBB herdeira do melhor da tradição aberta por dom Helder Câmara:
AG CNBB | Coletiva de Imprensa do dia 18 de abril de 2018 – 56ª AG CNBB
https://www.youtube.com/watch?v=nKfJnXqt0Kg
Disponível em: http://outraspalavras.net/maurolopes/2018/04/19/dia-decisivo-na-assembleia-da-cnbb/
Nenhum comentário:
Postar um comentário