O interventor federal na segurança pública do Rio, general Walter Braga
Netto, e o chefe de Gabinete de Intervenção Federal, general Mauro
Sinott (à esquerda)
A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro não inibiu
os índices de criminalidade. Os roubos de veículos, cargas, a pedestres,
em ônibus e de celulares registraram seus piores índices da série
histórica em março, primeiro mês completo do socorro dos militares. As
informações são do jornal O Globo.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foi
registrado, por exemplo, um aumento de 7,1% nos roubos de veículos, que
saltaram de 5.002, no mesmo mês do ano passado, para 5.358, resultando
no pior março da série histórica, iniciada em 1991. É como se um
automóvel fosse levado por assaltantes a cada oito minutos no estado.
Houve recordes negativos em crimes como roubos de cargas, a
pedestres, em ônibus e de celulares. Segundo a reportagem, a comparação
com março do ano passado foi prejudicada por causa de uma greve da
Polícia Civil, que causou subnotificação.
O antropólogo Paulo Storani, ex-comandante do Batalhão de Operações
Especiais (Bope) da PM, diz que a intervenção não adotou uma medida
essencial para combater os crimes de rua: o policiamento ostensivo no
ambiente urbano. Segundo ele, há um déficit estimado de 15 mil homens na
Polícia Militar fluminense.
“Naturalmente, esses crimes relacionados à vida urbana não param de
crescer. E não adianta o Exército mobilizar suas estruturas, porque a
experiência dos militares não é a mesma da PM, voltada para a atividade
de rua”, afirmou Storani ao Globo.
O balanço divulgado pelo ISP também aponta para uma queda nos
principais índices de atividade policial. De acordo com o estudo do
instituto, as apreensões de armas caíram de 769, em março de 2017, para
680, no mês passado (redução de 11,6%).
As apreensões de adolescentes infratores despencaram 24%. O total de
apreensões de drogas apresentou ligeiro aumento (2,2%), saltando de
1.706 para 1.744. O número de veículos roubados recuperados pelas forças
de segurança cresceu: foram 3.450 em março de 2018, 17,7% mais do que
os 2.932 no terceiro mês do ano passado.
Os homicídios dolosos permaneceram estáveis, subindo de 498 para 503.
Os autos de resistência, por outro lado, caíram 11,4% (foram 123, em
março de 2017, contra 109 no balanço mais recente). O gabinete da
intervenção e a Secretaria de Segurança não quiseram comentar os
números.
O governador Luiz Fernando Pezão afirmou que o aumento da
criminalidade mesmo com a intervenção era esperado. “Não vai ser num
passe de mágica. A gente vinha em um momento muito difícil no estado,
com falta de investimentos, de recursos, mas eu tenho certeza de que a
gente vai melhorar estes números mês a mês. Já era um pouco esperado,
mesmo com todo o planejamento que iria acontecer, nesse momento de
transição. Isto foi conversado e as Forças Armadas estão se planejando
para reverter este quadro -afirmou o governador”, disse ao Globo.
Disponível em: http://m.congressoemfoco.uol.com.br/noticias/indices-de-criminalidade-aumentam-mesmo-com-intervencao-no-rio/
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