Aconteceu esta semana a inaguração de um altar em homenagem ao
escrito Oscar Wilde (1854-1900), localizado dentro de uma igreja na
cidade de Nova York. Wilde é um antigo defensor dos direitos LGBT’s e
por esse motivo a abertura do templo se faz necessária dentro do
contexto político conservador de Donald Trump segundo os idealizadores
do tributo. A homenagem não é novidade entre os organizadores. Os
responsáveis David McDermott e Peter McGough afirmam que o projeto tem
uma trajetória iniciada há 20 anos, e o contexto de sua abertura é a
crescente violência contra os LGBT’s nos últimos tempos. Uma
personalidade importante como Oscar Wilde, dentro de um templo religoso,
empresta uma conotação de tolerância. “Ele nos incentivou a todos a nos
rebelarmos, [dizia] que era qualidade inerente do ser humano ser
rebelde, sacudir a sociedade, ser individual”, afirmou o curador Alison
Gingeras, sobre o homenageado.
David McDermott
explicou que apesar de o templo estar localizado dentro de uma igreja
cristã, não existe nenhuma doutrina religiosa à frente do projeto. A
demonstração de reverência se dá apenas pela consideração ao escritor
como precursor dos direitos LGBT’s, sendo que o local permanece aberto a
todos os públicos e comporta até mesmo cerimônias de casamento. O
pastor responsável pelo igreja, Jeff Wells, acolheu com satisfação a
homenagem, uma vez que os frequentadores da igreja também são formados
pela população LGBT defendida por Wilde. A igreja fica localizada no
bairro de Greenwich Village, próximo de onde ocorreu a revolta LGBT de
Stonewall Inn. A exposição do templo permanecerá em Nova York até o mês
de dezembro, e depois seguirá para Londres.
O
escritor nasceu em Dublin, no dia 16 de outubro de 1854, e em 1890
tornou-se um dos dramaturgos mais aclamados de Londres. Com sua vida
agitada, era muito observado por seu comportamento considerado
extravagante para a época, daí sua defesa em prol dos LGBT’s. Wilde foi
detido em 1895 pelo crime de “praticar atos imorais” com outros rapazes,
condenação originada por uma denúncia da alta sociedade, berço do qual
saiu seu amante Lord Alfred Douglas. Na prisão o artista perdeu muito de
sua saúde e capacidade literária, no entanto, todas as suas produções
discutiam sobre amor. Atrás das grades, escreveu uma carta para Lord
Alfred, a qual foi chamada de De Profundis e hoje é um de seus famosos
clássicos. Faleceu no ano de 1900, acometido por uma meningite e
complicações de saúde devido à sífilis e álcool.
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