De infância humilde, no interior do Rio Grande do Sul, ele começou a trabalhar aos 9 anos. Rolando Spanholo tomou posse em 2015; nesta terça ele impediu governo de extinguir Renca.
“Durante o inverno, as mãos e os pés ficavam quase sempre congelados. Não tínhamos luvas de borracha e outros equipamentos de proteção que hoje são comuns e obrigatórios [...] . Vivíamos com fissuras nas mãos e pés"
Para o agora celebrado "juiz defensor da Amazônia", um diploma de curso
superior já parecia ser o máximo para ele e os quatro irmãos que
segundo Spanholo trocavam de roupa e sapatos entre si para não irem
todos os dias vestidos do mesmo jeito para a faculdade. No final do
curso, graças a um professor, ele disse que decidiu "ir mais longe".
Para romper com a antiga realidade de borracheiro e alcançar o sonho de ser magistrado em Brasília, o juiz disse ao G1
que apostou em disciplina e motivação. Estudava no ônibus, costurava
edredons para conseguir dinheiro extra, pedia livros emprestados. Ele
chegou a juntar 200 quilos de papel entre cadernos, fotocópias e resumos
de matérias para estudar.
Em 2014, quando ficou entre os 60 primeiros classificados no concurso
para juiz federal, ele se disse surpreso e orgulhoso. Em entrevista,
logo depois da posse, atribui o resultado ao esforço e a ajuda dos
familiares e amigos.
“A vida sempre me ensinou que dificuldades existem para serem
superadas. Aliás, dificuldades todos têm. Uns mais, outros menos, mas
todos enfrentam obstáculos para alcançar seus sonhos", disse Spanholo.
“No meu caso, desde criança, sempre precisei acreditar naquilo que para os outros seria motivo de dúvida. Nada nunca chegou fácil. Por necessidade, treinei minha mente para acreditar que com humildade, disciplina e motivação era possível vencer um a um os desafios da vida, mesmo não dispondo das melhores condições para enfrentá-los."
Renca
Na decisão sobre a reserva amazônica, publicada nesta terça-feira (29),
o juiz Rolando Spanholo fala da importância da Reserva Nacional do
Cobre e Associados (Renca), e diz que o local não pode ter seu uso
alterado por decreto. A medida é liminar (urgente e provisória), e prevê
que qualquer alteração no uso dos recursos existentes na área só pode
ser feita a partir de decisão do Poder Legislativo.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que vai recorrer ao Tribunal
Regional Federal da 1ª região para suspender a liminar de Spanholo. O
processo foi movido por um cidadão comum.
Criada em 1984 e localizada entre os estados do Amapá e do Pará, a
reserva tem mais de 4 milhões de hectares, aproximadamente o tamanho da
Dinamarca. A área tem potencial para exploração de ouro e outros
minerais, entre os quais ferro, manganês e tântalo.
Na última semana, o governo federal anunciou a extinção da reserva. Depois, publicou um novo decreto com poucas mudanças e que mantém a decisão de liberar a exploração mineral em parte da área.
Disponível em: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/juiz-do-df-que-suspendeu-extincao-de-reserva-amazonica-e-ex-borracheiro.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1
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