Grupo de trabalho tem até novembro para apresentar proposta de implementação do modelo de cotas étnico-raciais.
Integrantes de movimentos sociais e estudantis comemoram a aprovação da
proposta de adoção de cotas
(Foto: Antoninho Perri e Antonio Scarpinetti
/Jornal da Unicamp)
A Unicamp aprovou na última terça-feira
30 a adoção de cotas cotas étnico-raciais para ingresso nos cursos de
graduação. A decisão foi comemorada por movimentos sociais e estudantis.
Além da meta de 50% para autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, o
modelo da Unicamp será complementado por outros critérios. A
universidade já possui um sistema de ações afirmativas, criado em 2004, o
Paais – Programa de Ação Afirmativa para Inclusão Social, que estimula o
ingresso de estudantes da rede pública na Universidade e o Programa de
Formação interdisciplinar Superior (ProFIS), instituído em 2011, que
permite o ingresso à universidade ao aluno que obtiver a melhor
classificação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em 2017, a
Unicamp teve 50,3% dos matriculados eram oriundos de escolas da rede
pública
O sistema de cotas da universidade será elaborado por um grupo de
trabalho que tem até novembro deste ano para entregar um relatório
final.
Qual o cenário atual das cotas no Brasil?
Em 2000, a Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ) reservou 50% das vagas dos cursos de graduação
para alunos de escolas públicas. Apenas 12 anos depois, a questão chegou
ao Supremo Tribunal Federal e foi votada por unanimidade como
constitucional. Naquele momento, o movimento negro já reivindicava
políticas públicas em torno do direito universal de acesso ao ensino.
Em 2004, a Universidade de Brasília (UnB) constituiu políticas
afirmativas para negros nos vestibulares, sendo a primeira universidade a
adotar tal sistema. A partir de então diversas outras universidades
adotaram sistemas de ações afirmativas nesse sentido. Hoje, todas as
universidades federais e 30 das 38 estaduais aderem à adoção das cotas
raciais.
Apesar da adoção do sistema de cotas raciais do Sisu pela Faculdade
de Direito da USP, as demais faculdades da instituição não adotaram o
mesmo programa e permanecem com uma ação de inclusão social diferenciada
por meio de sistema de bonificação, o INCLUSP (Programa de Inclusão
Social da USP). Nos últimos anos, porém tem implantado a reserva de
vagas sob critério de raça via Sisu.
Disponível em: http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/cotas-etnico-raciais-aprovadas-na-unicamp-mostram-avanco-no-ensino-superior/
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