Um levantamento feito pela Associação dos Especialistas em Políticas Públicas de São Paulo (AEPPSP),
com base em critérios de um grupo de estudo da Universidade de São
Paulo (USP), identificou os maiores sites de notícias do Brasil que
disseminam informações falsas, não-checadas ou boatos pela internet, as
chamadas notícias de “pós-verdades”.
O estudou da AEPPSP utilizou os critérios do “Monitor do Debate Político no Meio Digital”
– criado por pesquisadores da USP -, uma ferramenta que contabiliza
compartilhamentos de notícias no Facebook e dá uma dimensão do alcance
de notícias publicadas por sites que se prestam ao serviço de construir
conteúdo político “pós-verdadeiro” para o público brasileiro.
Não são sites de empresas da grande
mídia comercial, tampouco veículos de mídia alternativa com corpo
editorial transparente, jornalistas que se responsabilizam pela
integridade das reportagens que assinam, ou articulistas que assinam
artigos de opinião.
Tratam-se de sites cujas “notícias” não
têm autoria, são anônimos e estão bombando nas bolhas sociais criadas
pelo Facebook e proliferam boatos, calúnias, difamações e até correntes
de WhatsApp.
Características em comum
Todos os principais sites que se encaixam no conceito de “pós-verdade” no Brasil possuem algumas características em comum:
1. Foram registrados com domínio .com ou .org (sem o .br no final), o
que dificulta a identificação de seus responsáveis com a mesma
transparência que os domínios registados no Brasil.
2. Não possuem qualquer página identificando seus administradores, corpo editorial ou jornalistas. Quando existe, a página ‘Quem Somos’ não diz nada que permita identificar as pessoas responsáveis pelo site e seu conteúdo.
3. As “notícias” não são assinadas.
4. As “notícias” são cheias de opiniões — cujos autores também não são identificados — e discursos de ódio (haters).
5. Intensiva publicação de novas “notícias” a cada poucos minutos ou horas.
6. Possuem nomes parecidos com os de outros sites jornalísticos ou blogs autorais já bastante difundidos.
7. Seus layouts deliberadamente poluídos e confusos fazem-lhes parecer grandes sites de notícias, o que lhes confere credibilidade para usuários mais leigos.
8. São repletas de propagandas (ads do Google), o que significa que a cada nova visualização o dono do site recebe alguns centavos (estamos falando de páginas cujos conteúdos são compartilhados dezenas ou centenas de milhares de vezes por dia no Facebook).
Produtores
Os produtores de “pós-verdades” mais compartilhados nas timelines dos brasileiros são os seguintes:
* Ceticismo Político: http://www.ceticismopolitico.com/
* Correio do Poder: http://www.correiodopoder.com/
* Crítica Política: http://www.criticapolitica.org/
* Diário do Brasil: http://www.diariodobrasil.org/
* Folha do Povo: http://www.folhadopovo.com/
* Folha Política: http://www.folhapolitica.org/
* Gazeta Social: http://www.gazetasocial.com/
* Implicante: http://www.implicante.org/
* JornaLivre: https://jornalivre.com/
* Pensa Brasil: https://pensabrasil.com/
Uma pesquisa mais profunda poderá confirmar a hipótese de que algumas destas páginas foram criadas pelas mesmas pessoas, seja por repercutirem “notícias” umas das outras, seja por utilizarem exatamente o mesmo template e formato.
Distribuição
2. Não possuem qualquer página identificando seus administradores, corpo editorial ou jornalistas. Quando existe, a página ‘Quem Somos’ não diz nada que permita identificar as pessoas responsáveis pelo site e seu conteúdo.
3. As “notícias” não são assinadas.
4. As “notícias” são cheias de opiniões — cujos autores também não são identificados — e discursos de ódio (haters).
5. Intensiva publicação de novas “notícias” a cada poucos minutos ou horas.
6. Possuem nomes parecidos com os de outros sites jornalísticos ou blogs autorais já bastante difundidos.
7. Seus layouts deliberadamente poluídos e confusos fazem-lhes parecer grandes sites de notícias, o que lhes confere credibilidade para usuários mais leigos.
8. São repletas de propagandas (ads do Google), o que significa que a cada nova visualização o dono do site recebe alguns centavos (estamos falando de páginas cujos conteúdos são compartilhados dezenas ou centenas de milhares de vezes por dia no Facebook).
Produtores
Os produtores de “pós-verdades” mais compartilhados nas timelines dos brasileiros são os seguintes:
* Ceticismo Político: http://www.ceticismopolitico.com/
* Correio do Poder: http://www.correiodopoder.com/
* Crítica Política: http://www.criticapolitica.org/
* Diário do Brasil: http://www.diariodobrasil.org/
* Folha do Povo: http://www.folhadopovo.com/
* Folha Política: http://www.folhapolitica.org/
* Gazeta Social: http://www.gazetasocial.com/
* Implicante: http://www.implicante.org/
* JornaLivre: https://jornalivre.com/
* Pensa Brasil: https://pensabrasil.com/
Uma pesquisa mais profunda poderá confirmar a hipótese de que algumas destas páginas foram criadas pelas mesmas pessoas, seja por repercutirem “notícias” umas das outras, seja por utilizarem exatamente o mesmo template e formato.
Distribuição
Todos esses sites possuem páginas próprias no Facebook mas, de longe, os
sites com mais “notícias” compartilhadas são o JornaLivre e Ceticismo
Político, que contam com a página MBL – Movimento Brasil Livre como seu
provável principal canal de distribuição, e o site Folha Política, que
conta com a página Folha Política para distribuir suas próprias
“notícias”. Ambas as páginas possuem mais de um milhão de curtidas e de
repercussões (compartilhamentos, curtidas, etc.) por semana realizadas
por usuários do Facebook.
O que é “Pós-verdade”?
O jornal eletrônico Nexo fez uma reportagem explicando o conceito de pós-verdade (https://goo.gl/iYgOSp). Seguem alguns destaques:
“Anualmente a Oxford Dictionaries”, departamento da University of Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma palavra para a língua inglesa. A de 2016 foi “pós-verdade” (“post-truth”).
Para diversos veículos de imprensa, a proliferação de boatos no Facebook e a forma como o feed de notícias funciona foram decisivos para que informações falsas tivessem alcance e legitimidade. Este e outros motivos têm sido apontados para explicar ascensão da pós-verdade.
Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicação de boatos e mentiras. Grande parte dos factóides são compartilhados por conhecidos nos quais os usuários têm confiança, o que aumenta a aparência de legitimidade das histórias.
Os algoritmos utilizados pelo Facebook fazem com que usuários tendam a receber informações que corroboram seu ponto de vista, formando bolhas que isolam as narrativas às quais aderem de questionamentos à esquerda ou à direita.” (Com informações da AEPPSP)
Nota Metodológica
Lista com os 17 sites ANÔNIMOS mapeados, ordenados em ordem alfabética e sem outros filtros:
* Ceticismo Político: http://www.ceticismopolitico.com/
* Click Política: http://clickpolitica.com.br/
* Correio do Poder: http://www.correiodopoder.com/
* Crítica Política: http://www.criticapolitica.org/
* Diário do Brasil: http://www.diariodobrasil.org/
* Folha do Povo: http://www.folhadopovo.com/
* Folha Política: http://www.folhapolitica.org/
* Gazeta Social: http://www.gazetasocial.com/
* Implicante: http://www.implicante.org/
* JornaLivre: https://jornalivre.com/
* PassaPalavra: http://www.passapalavra.info/
* Pensa Brasil: https://pensabrasil.com/
* Política na Rede: http://www.politicanarede.com/
* Rádio Vox: http://radiovox.org/
* Rede de Informações Anarquista: https://redeinfoa.noblogs.org/
* Revolta Brasil: http://www.revoltabrasil.com.br/
Disponível em: http://pensadoranonimo.com.br/mbl-e-o-maior-difusor-de-noticias-falsas-conclui-pesquisa-da-usp/
“Anualmente a Oxford Dictionaries”, departamento da University of Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma palavra para a língua inglesa. A de 2016 foi “pós-verdade” (“post-truth”).
Para diversos veículos de imprensa, a proliferação de boatos no Facebook e a forma como o feed de notícias funciona foram decisivos para que informações falsas tivessem alcance e legitimidade. Este e outros motivos têm sido apontados para explicar ascensão da pós-verdade.
Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicação de boatos e mentiras. Grande parte dos factóides são compartilhados por conhecidos nos quais os usuários têm confiança, o que aumenta a aparência de legitimidade das histórias.
Os algoritmos utilizados pelo Facebook fazem com que usuários tendam a receber informações que corroboram seu ponto de vista, formando bolhas que isolam as narrativas às quais aderem de questionamentos à esquerda ou à direita.” (Com informações da AEPPSP)
Nota Metodológica
A AEPPSP publicou, após o post, uma nota metodológica explicando os critérios para a aferição dos sites. Confira:
O mapeamento de sites que têm perfil de produção de notícias falsas e
que contam com ampla distribuição em páginas do Facebook aqui realizado
baseou-se nos oito critérios abaixo elencados e na lista de fontes
utilizadas pelo Monitor (que não tem qualquer responsabilidade por
estudos derivados dos dados que eles publicam, vale reforçar).
O principal critério utilizado foi o anonimato, mas não o único.
Pareceu-nos um bom critério: “Constituição Federal, Art. 5º, IV – é
livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO O ANONIMATO;”.
Catalogamos todos os sites listados pelo Monitor nas categorias
imprensa e comentário alternativo de esquerda e de direita e então,
dentre aqueles cuja responsabilidade pelos conteúdos publicados não é
possível de ser identificada (os sites e/ou as matérias são anônimos),
aplicamos os demais critérios.
Isto não quer dizer que sites autorais estejam livres de produzir
notícias falsas, tampouco que sites cujos autores preferem não se
identificar não possam produzir material honesto e de qualidade
jornalística.
Para evitar distorções e qualquer viés neste estudo ainda inicial,
preliminar, ampliaremos a listagem inicial com TODOS os sites mapeados
seguindo unicamente o critério de ANONIMATO, e nenhum outro.
Deste modo, entendemos que pesquisas mais refinadas possam ter neste nosso mapeamento uma fonte de inspiração. Compartilhamos aqui
uma planilha online para dar a máxima transparência deste levantamento
que, reforçamos, ainda é bastante preliminar e pode ser aprimorado por
qualquer pesquisador interessado no assunto.
Finalmente, lamentamos por quaisquer incompreensões e distorções
derivadas deste mapeamento e estamos abertos para aprimorá-lo. Nosso
objetivo é contribuir com todos aqueles que estão empenhados na luta
para que a Internet brasileira seja um espaço democrático e livre —
livre, inclusive, de haters, de discursos de ódio e de notícias falsas.
* Ceticismo Político: http://www.ceticismopolitico.com/
* Click Política: http://clickpolitica.com.br/
* Correio do Poder: http://www.correiodopoder.com/
* Crítica Política: http://www.criticapolitica.org/
* Diário do Brasil: http://www.diariodobrasil.org/
* Folha do Povo: http://www.folhadopovo.com/
* Folha Política: http://www.folhapolitica.org/
* Gazeta Social: http://www.gazetasocial.com/
* Implicante: http://www.implicante.org/
* JornaLivre: https://jornalivre.com/
* PassaPalavra: http://www.passapalavra.info/
* Pensa Brasil: https://pensabrasil.com/
* Política na Rede: http://www.politicanarede.com/
* Rádio Vox: http://radiovox.org/
* Rede de Informações Anarquista: https://redeinfoa.noblogs.org/
* Revolta Brasil: http://www.revoltabrasil.com.br/
Disponível em: http://pensadoranonimo.com.br/mbl-e-o-maior-difusor-de-noticias-falsas-conclui-pesquisa-da-usp/
Nenhum comentário:
Postar um comentário