Presidente Michel Temer (centro) participa, ao lado do ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles (dir.), e do presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (esq.), de reunião com comissão de Reforma da
Previdência
O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou
que o projeto de terceirização será votado nesta quinta-feira (9).
"Vamos votar amanhã. A proposta do governo [de reforma Trabalhista] é
tímida, acho que há temas que precisamos avançar", disse.
Apresentado pela primeira vez há 19 anos, o projeto anistia débitos e penalidades aplicadas a empresas que praticam terceirização.
Em evento em Brasília, o presidente da Câmara disse ainda que juízes do
trabalho tomam decisões "irresponsáveis", que quebraram bares,
restaurantes e hotéis no Rio de Janeiro, e que a Justiça do Trabalho
"não deveria nem existir".
"O excesso de regras no mercado de trabalho gerou 14 milhões de desempregados", afirmou.
Maia afirmou também que o Congresso teve que aprovar a regulamentação da
gorjeta. "Tivemos que aprovar uma regulamentação da gorjeta porque foi
quebrando todo mundo pela irresponsabilidade da Justiça brasileira, da
Justiça do Trabalho, que não deveria nem existir", disse.
"Acho que a gente vai avançar na regulamentação trabalhista.
Infelizmente, o presidente Michel não vai gostar, mas acho que a Câmara
precisa dar um passo além daquilo que está colocado no texto do
governo", afirmou, referindo-se ao projeto de reforma trabalhista
enviado pelo governo.
PREVIDÊNCIA
Rodrigo Maia também voltou a defender a reforma e afirmou que, caso
mudanças estruturais não sejam feitas na economia, há o risco de uma
candidatura presidencial "fora do padrão" ganhar as eleições de 2018.
Segundo Maia, a crise econômica mostrou que "o excesso de Estado gerou
essa crise" e que as reformas são necessárias para reverter o quadro.
Reforma da Previdência
"Em 2018, teremos condição de ter o Michel Temer como o grande condutor
do processo eleitoral. Os partidos da base estarão unidos, teremos uma
candidatura muito forte. Se não der certo, teremos pulverização e o
risco de algo fora do padrão ocorrer é muito forte. Se o Estado não
estiver reformado, entraremos em 2018 com o risco do imponderável."
Ele afirmou que o debate em torno da reforma da Previdência vem gerando informações falsas de alguns setores da sociedade.
"A decisão de fazer duas reformas gera muitos conflitos e informações
desencontradas e muitas vezes falsas verdades. Servidores públicos
concursados usam de má-fé e de informações que não têm nada a ver com
realidade do Brasil", afirmou, referindo-se a alegações da Anfip
(Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil)
de que as contas da Previdência na verdade são superavitárias.
"Já vivemos a hiperinflação. Se resolver isso, o servidor pode ganhar os
seus R$ 20 mil, mas com hiperinflação", disse o presidente da Câmara.
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