Da RBA
Um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para
investigar a real situação da Previdência Social no país já conta com 29
assinaturas – duas mais que o mínimo necessário –, coletadas pelo
mandato do senador Paulo Paim (PT)-RS). “O governo diz que a Previdência
é deficitária, mas nós dizemos que é superavitária. Queremos, então,
tirar a prova e saber quem são os maiores devedores, além de entender
como é a história das fraudes, sonegações e anistias”, argumenta Paim,
O senador informou que fará o pedido formal de instalação da CPI da
Previdência ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), nos
próximos dias.O pedido recebeu assinaturas até mesmo de senadores do
PMDB, partido do presidente Michel Temer, e de outros partidos
governistas. Com a adesão de membros da base aliada, o debate em torno
da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que trata da Reforma da
Previdência, deve se intensificar entre governo e oposição, logo após o
Carnaval.
“Nós começamos no Senado colher assinaturas para uma CPI da
Previdência Social com uma palavra de ordem: parem essa bomba de reforma
e vamos ver quem está com a razão”, disse Paim. Ele considera a CPI
fundamental para ver quem está roubando a previdência de todos os
brasileiros. Entidades ligadas à auditoria fiscal apontam R$ 400 bilhões
em dívidas que precisam ser cobradas dos empresários. “Se pegarmos os
grandes devedores, aí se comprovará, mais uma vez, que não há déficit na Previdência, mas superávit. Esse discurso falso do governo golpista não se sustenta”, afirmou o senador, em reportagem da Agência PT no Senado.
Ao jornal Dia, Paim afirmou que tem sofrido pressão por
parte do governo para que não dê seguimento à criação da CPI. “O governo
está fazendo terrorismo, inclusive ameaçando senadores para que eles
retirem o nome, mas quem não deve não teme. Quem tem medo de uma
investigação?”, questionou.
Se instalada, a comissão terá 120 dias para convocar pessoas para
depor, ouvir testemunhas, requisitar documentos e determinar
diligências, entre outras medidas que julgue necessárias para as
investigações sobre a real situação da Previdência.
A PEC 287, que trata da reforma da Previdência, altera regras para
que o trabalhador acesse benefícios previdenciários, como estabelecer
idade mínima de 65 anos para homens e para mulheres darem entrada no
pedido de aposentadoria junto ao INSS, além de impor mecanismos
diferentes de cálculo e o fim da cumulatividade de pensão com
aposentadoria, entre outros pontos.
A medida tem recebido fortes críticas de parlamentares da oposição e
até membros da base aliada de Michel Temer, que se queixam do caráter
austero da proposta.
Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/cpi-da-previdencia-ja-tem-assinaturas-suficientes-para-ser-instalada/
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