Thiago Wenceslau, juiz eclesiástico
O juiz eclesiástico Thiago Wenceslau, um dos religiosos presos na operação do Ministério Público que apurou desvio de dinheiro da Igreja Católica, em Formosa, em Goiás, foi o responsável pelo processo que resultou na excomunhão de Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, acusado de defender a relação entre gays, na Diocese de Bauru, no interior de São Paulo, em 2013. De acordo com o Ministério Público goiano, o padre Wenceslau foi convocado para apurar denúncias contra o clero de Formosa, mas agiu para encobrir os desvios.
A reportagem é de José Maria Tomazela, publicada por O Estado de S.Paulo.
Ele foi preso nesta segunda-feira, 19, na ação que prendeu também o bispo d. José Ronaldo Ribeiro
e outros cinco sacerdotes, além de leigos, acusados de comprar bens
materiais, carros e fazenda de gado com o dinheiro dos fiéis. Todos
tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça e continuavam presos
nesta terça.
Segundo o MP, Wenceslau chegou a ameaçar os padres que deixassem de defender o bispo das acusações de desvios.
O juiz eclesiástico exerce a função de julgador de questões
reservadas envolvendo os dogmas da igreja. No processo realizado pela Diocese de Bauru, o padre Beto foi acusado de defender temas polêmicos, como a união entre homossexuais, a falta de fidelidade entre cônjuges e a necessidade de mudanças na estrutura da Igreja.
Wenceslau assinou a peça enviada ao Vaticano,
considerando que "o padre feriu a Igreja com suas declarações
consideradas graves contra os dogmas da Fé Católica" e defendeu sua
excomunhão, deferida pelo papa. Beto recorreu à Justiça, e o caso será examinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/577266-padre-preso-em-operacao-pediu-excomunhao-para-religioso-que-defendeu-gays
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