Diz-se DSTs, Doenças Sexualmente Transmissíveis, toda enfermidade
que pode ser transmitida durante o ato sexual. Causada por vírus,
bactérias, protozoários ou fungos, elas passam de um hospedeiro a outro
durante o contato íntimo. O uso de preservativo no ato sexual
penetrativo atua como prevenção da maioria delas, mas em alguns casos o
contágio pode ser dar pelo sexo oral sem proteção, contato corporal ou
ainda pelo beijo ou troca de secreções. É preciso ficar atento aos
sinais e conhecer cada doença. A maioria delas aumenta ainda a
possibilidade de infecção para o HIV.
A baixa imunidade causada por bebidas e drogas, fatores de risco
como portas de entrada ou transar com desconhecidos aumentam o risco de
pegar uma destas doenças. O sexo anal é um fator que aumenta o risco de
contágio pois a hipervascularização da região do ânus e o atrito maior
sem lubrificação facilitam as infecções ou contágios. Por isso, use
camisinha, gel lubrificante em abundância e evite a exposição a estas
doenças. Primeiro, conheça as principais DSTs que listamos abaixo, use o
preservativo e evite se colocar em situações de risco. A maioria delas
apresenta sintomas claros como feridas, verrugas, corrimentos ou ínguas
na virilha. E se você tiver algum destes sintoma, procure um médico
especializado para o tratamento correto.
Condiloma acuminado (HPV)
Também conhecido também como verruga genital, é uma DST causada
pelo Papilomavírus humano (HPV). Há mais de 100 tipos de HPV – alguns
deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e no ânus. A
infecção pelo HPV é muito comum na população adulta sexualmente ativa. O
HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os fatores responsáveis
pelo desenvolvimento de lesões. A infecção pelo HPV normalmente causa
verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do
pênis (glande), base do pênis e na região do ânus. Na mulher, os
sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do
útero. A principal forma de transmissão desse vírus é pela via sexual,
que inclui o contato oral-genital, genital-genital ou mesmo
manual-genital. Portanto, a infecção pode ocorrer mesmo na ausência de
penetração vaginal ou anal. Para a transmissão, a pessoa infectada não
precisa apresentar sintomas, mas quando a verruga é visível, o risco de
transmissão é muito maior. É possível se vacinar contra os principais
tipos deste vírus. Se não tratado pode tomar conta da região, se
alastrando e causando dor.
Hepatites
A hepatite é a inflamação do fígado que pode ser causada por
vírus,e há diversos tipos que causam esta doença em todo o mundo. No
Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B
e C, sendo o C o mais agressivo. Milhões de pessoas no Brasil são
portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de as
doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao
fígado como cirrose e câncer. Os vírus A e E podem ser transmitidos por
alimentos mal preparados e por condições sanitárias precárias. Os Vírus
B,C e D tem grande contaminação por via sexual ou compartilhamento de
instrumentos perfuro-cortantes. O Tipo C é muito agressivo e leva a
morte. Quem tem hepatite permanece com o vírus após o tratamento e
precisa controlar a infecção, tal como com o HIV. O SUS oferece testagem
para as hepatites bem como todo o tratamento.
Linfogranuloma Venéreo (Clamídia)
É uma infecção crônica causada pela bactéria Chlamydia trachomatis,
que atinge os genitais e os gânglios da virilha. A transmissão do
linfogranuloma venéreo ocorre pelo sexo desprotegido com uma pessoa
infectada. Por isso, é preciso usar camisinha sempre e cuidar da higiene
íntima após a relação sexual. Os primeiros sintomas aparecem de 7 a 30
dias após a exposição à bactéria. Primeiro, surge uma ferida ou caroço
muito pequeno na pele dos locais que estiveram em contato com essa
bactéria (pênis, vagina, boca, colo do útero e ânus) que dura, em média,
de três a cinco dias. É preciso estar atento às mudanças do corpo, pois
essa lesão, além de passageira, não é facilmente identificada. Entre
duas a seis semanas após a ferida, surge um inchaço doloroso dos
gânglios da virilha. Se esse inchaço não for tratado rápido, pode piorar
e formar feridas com saída de secreção purulenta, além de deformidade
local. Podem haver, também, sintomas gerais como dor nas articulações,
febre e mal estar. A doença é tratável e o paciente se recupera
totalmente.
Cancro Mole
Provocado pela bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente nas
regiões tropicais. A transmissão ocorre pela relação sexual com uma
pessoa infectada. Os primeiros sintomas – dor de cabeça, febre e
fraqueza – aparecem de dois a 15 dias após o contágio. Depois, surgem
pequenas e dolorosas feridas com pus nos órgãos genitais, que aumentam
progressivamente de tamanho e profundidade. A seguir, aparecem outras
lesões em volta das primeiras. Após duas semanas do início da doença,
pode aparecer um caroço doloroso e avermelhado na virilha (íngua), que
pode dificultar os movimentos da perna de andar. Esse caroço pode drenar
uma secreção purulenta esverdeada ou misturada com sangue.
Nos homens, as feridas aparecem na cabeça do pênis (glande). Na
mulher, ficam na vagina e/ou no ânus. Nem sempre, a ferida é visível,
mas provoca dor na relação sexual e ao evacuar.
Giardíase
Doença intestinal gerada pelo protozoário que recebe o nome de
Giardia lamblia e pode ocorrer por saneamento básico ruim, através da
água ou da comida contaminada com fezes, hábitos de higiene incorretos
como colocar a mão suja na boca ou hábitos sexuais como o sexo anal sem
proteção ou prática de cunilíngue. Os sintomas são vários, e o tempo de
latência varia de 1 a 4 semanas após o contágio. Diarreia aguda com
fezes aquosas, fortes dores abdominais, fezes com excesso de gordura,
flatulência e náuseas são alguns dos sintomas.
Uretrites
A Uretrite pode ser causada por várias bactérias e se passado às
mulheres pode atingir os órgãos sexuais internos da mulher, como útero,
trompas e ovários, causando inflamações (DIP). No homem se caracteriza
como uma coceira no pênis e uretra, causado pela infecção sem
apresentação de secreção purulenta. Entre homens pode haver a
transmissão via canal da uretra em contato entre os pênis. Se não
tratado no homem, a inflamação pode alcançar o sistema urológico e
comprometer órgãos vitais.
HIV
O vírus da imunodeficiência humana, causador da aids, ataca o
sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As
células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA
dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar,
rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Ter o
HIV não é a mesma coisa que ter a Aids. Há muitos soropositivos que
vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas,
podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas,
pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante
a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste
e se proteger em todas as situações. Não há como identificar o portador
do HIV, por isso o uso do preservativo é a única garantia de sexo
seguro.
Herpes
O vírus da herpes não tem cura, mas tem tratamento. Seus sintomas
são geralmente pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam
em feridas. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas
podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço
exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de
antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente
aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina, colo do útero). O
herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou
vaginal). Por ser muito contagiosa, a primeira orientação dada a quem
tem herpes é uma maior atenção aos cuidados de higiene: lavar bem as
mãos, evitar contato direto das bolhas e feridas com outras pessoas e
não furar as bolhas.
Clamídia
Infecção causada por bactéria que pode atingir os órgãos genitais
masculinos e femininos. A clamídia é muito comum entre os adolescentes e
adultos jovens, podendo causar graves problemas à saúde. Nos homens,
normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo
causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. Difere no sintoma
da gonorreia por apresentar uma abundante secreção transparente do
pênis.
Gonorreia
A gonorreia pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal
anal), a garganta e os olhos. Quando não tratada, assim como a Clamídia,
essa doença pode causar infertilidade, dor durante as relações sexuais,
entre outros danos à saúde. Émuito comum estar doente e não ter sintoma
aparente algum. O principal sintoma além de dor ao urinar, é a secreção
de um líquido esbranquiçado, pus.
Tricomoníase
Infecção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Nas
mulheres, ataca o colo do útero, a vagina e a uretra, e nos homens, o
pênis. Os sintomas mais comuns são dor durante a relação sexual,
ardência e dificuldade para urinar, coceira nos órgãos sexuais, porém a
maioria das pessoas infectadas, principalmente os homens, não sente
alterações no organismo, em raros casos pode haver secreção branca.
Donovanose
É uma infecção causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que
afeta a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus.
Causa úlceras e destrói a pele infectada. É mais frequente no Norte do
Brasil e em pessoas com baixo nível socioeconômico e higiênico, onde é
conhecida também como cavalo. Os sintomas incluem caroços e feridas
vermelhas e sangramento fácil. Após a infecção, surge uma lesão nos
órgãos genitais que lentamente se transforma em úlcera ou caroço
vermelho. Essa ferida pode atingir grandes áreas, danificar a pele em
volta e facilitar a infecção por outras bactérias.
Mononucleose (Doença do Beijo)
Causada pelo vírus Epstein-Barr (VEB), transmitido pela saliva, com
objetos contaminados e por transfusão de sangue. Leva o período de
incubação que dura de 30 a 45 dias. Causa Dor de
garganta;Fadiga;Inchaço dos gânglios linfáticos; Tosse; Perda de
apetite; Inflamação do fígado; Hipertrofia do baço… mas pode ser
assintomática. Se parece com uma gripe forte e passa normalmente sem ser
identificada.
Infecção pelo Vírus T-linfotrópico humano (HTLV)
A doença é causada pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV), que
infecta as células de defesa do organismo, os linfócitos T. O HTLV foi o
primeiro retrovírus humano isolado (no início da década de 1980) e é
classificado em dois grupos: HTLV-I e HTLV-II.A transmissão desse vírus
se dá pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada, compartilhamento
de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da mãe infectada para o
recém-nascido (também chamado de transmissão vertical), principalmente
pelo aleitamento materno. A maioria dos indivíduos infectados pelo HTLV
não apresentam sintomas durante toda a vida. Mas um pequeno grupo dos
infectados pode desenvolver manifestações clínicas graves, como alguns
tipos de câncer, além de problemas musculares (polimiosite), nas
articulações (artropatias), nos pulmões (pneumonite linfocítica), na
pele (dermatites diversas), na região ocular (uveíte), além da síndrome
de Sjögren, doença autoimune que destrói as glandulas que produzem
lágrima e saliva. Como o risco do desenvolvimento da doença associado ao
HTLV é muito baixo, não há tratamento específico para a infecção. O
paciente deve ser acompanhado em serviço de saúde especializado, para
diagnosticar e tratar precocemente doenças que podem estar associadas. É
possível se testar para o HTLV.
Sífilis
Sífilis primária
É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidume
que podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem
nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O
terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa
impressão de cura da doença. Os primeiros sintomas da doença são
pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que
surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém
infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não
apresentam pus.
Sífilis secundária
Sífilis terciária
Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer
sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se
desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias
partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. A doença
pode ficar sem apresentar sintomas por meses ou anos, até o momento em
que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral
e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte. Quando não há
evidencia de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste
laboratorial ou teste rápido.
Mais informações: http://www.aids.gov.br/pagina/quais-sao-dst
Disponível em: http://revistaladoa.com.br/2015/08/noticias/veja-15-dsts-que-voce-precisa-conhecer-por-isso-talvez-repensar-sua-vida-sexual/
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