O golpe institucional de abril de 2016 abriu um período de novos e
profundos ataques à democracia, à soberania e aos direitos sociais.
Parte desses ataques se expressa nas tentativas de restringir ainda mais
os direitos civis, como demonstram a tentativa de limitação do direito
ao habeas corpus ou da aceitação de provas ilegais, proposto pelo
Ministério Público, ou as inúmeras condenações baseadas exclusivamente
em delações de executivos envolvidos em atos de corrupção promovidos em
parceria com agentes públicos, muitas delas sem quaisquer provas.
Parte considerável do Poder Judiciário, dessa forma, expressa também o
avanço da agenda que restringe direitos e sufoca a democracia,
legitimando o golpe e seu conteúdo reacionário. Enquanto milhares de
jovens negros e pobres estão presos sem quaisquer prova, Aécio Neves e
Michel Temer, flagrados em áudios que evidenciam diferentes crimes,
beneficiam-se da impunidade que protege os ricos.
O inesperado julgamento do recurso do ex-presidente Lula no Tribunal
Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, para o mês de janeiro é, no
entender do PSOL, parte das tentativas de consolidar o golpe
institucional de 2016. A condenação de Lula, em sentença proferida sem
quaisquer provas na primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, já seria
um absurdo jurídico. Mas antecipar o julgamento do recurso para o mês de
janeiro, logo após o fim do recesso do Judiciário, representa uma
evidente tentativa de influenciar o quadro eleitoral deste ano e impedir
o direito de Lula de se candidatar.
O PSOL terá candidatura própria à Presidência da República. Uma
candidatura radical, popular e que aponte a necessidade de uma
alternativa independente dos trabalhadores e trabalhadoras, sem-teto,
sem-terra, da juventude e dos estudantes, das mulheres, negros e negras,
da população LGBT e todos os oprimidos, sem se furtar ao debate sobre
as diferenças de projeto que existem no campo das esquerdas. Mas
acreditamos que Lula tem todo o direito de participar das eleições de
2018, apresentando suas propostas para o Brasil. Por isso, denunciaremos
a tentativa de restrição desse direito em todos os espaços.
É preciso derrotar o golpe em todas as suas manifestações e a
ofensiva reacionária de parte do Judiciário é uma delas. Nestas
circunstâncias, defenderemos os direitos democráticos e o Estado de
Direito, com suas imperfeições e limites, jamais aceitando o linchamento
político, midiático ou judicial de quem quer que seja. A sociedade não
pode aceitar a criminalização sem provas, nem contra Lula, nem contra
qualquer cidadão ou cidadã.
Executiva Nacional do PSOL
13 de janeiro de 2018
Disponível em: http://www.psol50.org.br/nota-do-psol-em-defesa-da-democracia-e-do-direito-de-lula-disputar-as-eleicoes-2/
O ‘Nexo’ convidou
representantes de diferentes orientações e grupos políticos para que
projetassem cenários para 2018. Neste ensaio, Lucas Bulgarelli,
pesquisador e ativista LGBT analisa os desafios do movimento neste ano
eleitoral
Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2018/Cen%C3%A1rios-para-2018-quem-ainda-tem-medo-do-movimento-LGBT?utm_campaign=Echobox&utm_medium=Social&utm_source=Facebook
© 2017 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.
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