Existem certos modos de agir ainda recorrentes entre gays que já pegavam
mal em 2017. Confira as atitudes que você pode tomar para que 2018 seja
um ano mais diverso e igualitário para todxs.
Uma coisa é consenso: 2017 não foi um ano para iniciantes. Se houve
avanços na luta por um mundo mais igualitário, os contra-ataques
daqueles que acham que o mundo era muito melhor em 1965 emergiram com
toda força. Ao que tudo indica, esse movimento só tende a se fortalecer
em 2018 – razão por que gays deveriam se esforçar para diminuir atitudes
que semeiam o preconceito e a desunião dentro da comunidade LGBT. Ano
que vem já vamos ter bastante conflito vindo de outros grupos
demográficos, não há por que conviver com atitudes preconceituosas que
já eram feias em 2017. Confira a seguir as mais comuns delas, ponha a
mão na consciência, e prepare-se para contribuir, com seu próprio modo
de agir, para um 2018 mais igualitário.
1. Desprezar passives
O patriarcado pregou uma peça em todes nós – meninos que gostam de meninos, inclusive. A maioria de nós aprendeu como o sexo funciona sob o viés dos heterossexuais. Não é de espantar então que nossas impressões sobre sexo estão enraizadas nos papéis de gênero tradicionais. Em outras palavras, nós aprendemos que a pessoa que penetra é o forte, e a pessoa que está sendo penetrada é o fraco. Vamos analisar bem essa bobagem misógina que está encrustada em nossa cultura e deixá-la em 2017 para que não volte nunca mais.
2. Ser bifóbico
Sua bifobia prejudica todes Bs da comunidade LGBT. Segundo uma matéria do jornal Los Angeles Times,
pessoas bissexuais “evitam sair do armário porque não querem lidar com
as ideias equivocadas” que as pessoas têm sobre sua identidade. Outras pesquisas
demonstram que as pessoas bissexuais sâo seis vezes mais propensas a
esconder sua sexualidade e tendem a infligir danos a si mesmos e a
desenvolver pensamentos suicidas que lésbicas, gays e indivíduos
não-LGBT. Sim, as pessoas podem sentir atração por mais de um gênero.
Não, essas pessoas não são homossexuais enrustidos. Já deu, né.
3. Atacar pessoas que você acha que são gays
Quando alguém faz especulações sobre a orientação sexual de alguém
(mesmo celebridades) e, ainda por cima, usa isso para fazer piada, não
se faz mais que copiar o imbecil da escola que inferniza inúmeras
crianças viadas por andar, falar ou jogar futebol “feito um viadinho”.
Se a pessoa em questão realmente está tendo dificuldades em lidar com
sua identidade sexual, não são atitudes maldosas como essas que vão
provar para ela que as coisas uma hora vão ficar bem. Permita que cada
um tenha o espaço e o tempo para chegar a sua própria verdade.
4. Tentar “converter” os aliados héteros
Eu sei que muitos de nós temos fantasias com héteros – e sim, muitos de nós já pegamos um cara que se identifica como heterossexual. Isso não significa que todo hétero que convive tranquilamente com gays, no fundo, tem um desejo secreto de transar com um homem. Nosses amigues heterossexuais são aliades poderoses. A população precisa estar ciente de que todos os tipos de pessoas defendem a igualdade. Ser gentil, tranquilo, e compartilhar memes em prol da comunidade LGBT no Facebook não faz do seu amigo HT um gay no armário à espera de ser resgatado por você.
5. Confundir exploração com apoio
Falando de HTs que deixam os gays obcecados… Vamos parar de nos deixar enganar por pessoas que se dizem nossas aliadas mas no fundo só estão explorando a atenção dos gays. Ou seje, Nick Jonas não é um ícone gay só porque ele posou sem camisa para uma revista gay e fez alguns comentários ambíguos sobre suas experiências com homens. Nós precisamos exigir mais dos meios de comunicação para que nossa visibilidade seja cada vez maior e os retratos de pessoas LGBT sejam positivos, e apoiar as ocasiões em que isso realmente acontece.
6. Pensar que a luta já chegou ao fim
O casamento homoafetivo não resolveu o problema da violência contra homossexuais e pessoas transgênero. Basta lembrar do assassinato de Danyel Magalhães,
adolescente de 16 anos que no dia 20 de dezembro foi espancado até a
morte pelo pai, que descobriu que o filho era homossexual. Ainda vivemos
num país em que um hétero pode fazer um B.O. porque foi chamado de homofóbico,
mas um gay não é capaz de fazer um B.O. acusando alguém de homofobia –
nossa legislação não reconhece que homofobia é crime. Ainda há muito o
que fazer até que a igualdade seja conquistada.
7. Ter preconceito contra pessoas com HIV
Sabe o que não funciona? Ficar caçando defeito no histórico das pessoas com HIV para tentar se sentir melhor com relação às próprias escolhas sexuais. Você sabia que a maioria das infecções acontecem dentro de “relacionamentos primários” como namorados ou amantes? Você sabia que é muito ofensivo dizer que “está limpo” para afirmar que não tem HIV? Sabia também que estudos demonstram que, hoje, pessoas com HIV muito possivelmente terão vidas mais longas que a média da população, pois cuidam mais da saúde fazendo mais exames, e tendem a evitar drogas e álcool? Tá sabendo agora.
8. Ser racista
Eu vou escrever sobre isso até meus dedos caírem de LER, ou até o
racismo estar mais morto que a carreira do Kevin Spacey – o que
acontecer primeiro. Ir para uma boate gay e ver as guei branca tudo
cantando “Formation” da Beyoncé (ou “Vai Malandra” da Anitta) é muito
legal, mas o que não falta são as mesmas guei fazendo carão para
qualquer boy com traços afro. Não, “não curtir negros nem orientais” não é questão de gosto, é racismo mesmo. Trate de tirar isso dos seus perfis nos aplicativos antes do final de 2017.
Se um negro disser que n curte brancos tá tudo bem mas se um branco disser que n curte brancos e racismo ????
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