A organização internacional de defesa de pessoas transgênero, a
Transgender Europe (TGEU), divulgou novos dados sobre os assassinatos
contra a população trans. A atualização parte da pesquisa Trans Murder
Monitoring (TMM) e começou em virtude do Internacional Trans Day
Remembrance (TdoR), realizado em 20 de novembro de 2017.
Os
novos números provam que entre 1º de outubro de 2016 a 30 de setembro
de 2017, em pouco menos de um ano, foram 325 casos, o que representa um
aumento correspondente a 30 casos se comparado ao ano passado. A maioria
dos crimes aconteceu no Brasil, com 171 mortes; seguido do México, com
56 mortes e Estados Unidos, com 25. Fazendo um balanço mundial, foram
2.609 casos de assassinatos de pessoas trans em mais de 70 países, desde
1 de janeiro de 2008 até 30 de setembro de 2017.
Os
casos de violência contra pessoas trans demonstram o ódio de quem as
pratica. São situações que vão desde a ridicularização até as agressões
que são, na maioria das vezes, muito intensas. Os casos demonstram que
as formas de morte são dotadas de muito sofrimento e violência, como
vários tiros ou facadas. Os dados oficiais são muitas vezes relatados
por organizações que se esforrçam para esse fim, uma vez que, em vários
países as autoridades não reconhem a violência motivada por gênero e
sexualidade.
As raízes do problema são, há muito
tempo, as mesmas. Os altos índices de opressão se alimentam de
discriminações históricas vinculadas à outras categorias como racismo,
sexismo, homofobia, machismo e xenofobia. Ainda de acordo com as
estatísticas da Trans Murder Monitoring (TMM), em 62 % dos casos de
assassinato, as vítimas eram profissionais do sexo. Nesse segmento
profissional, foram 44 mulheres trans assassinadas na Turquia. Em
Portugal e Espanha, países que abrigam imigrantes, 69% das vítimas de
morte por transfobia eram imigrantes da América Central e do Sul. Nos
Estados Unidos, 86% das vítimas são negras, o que reforça a tese do
racismo.
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