Citado em depoimentos da Odebrecht na Operação Lava Jato, o
presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), negou qualquer
irregularidade e disse neste sábado ser alvo de perseguição política por
“defender pobres”.
Se esse for o preço a pagar, eu estou pronto,
sem medo de andar de cabeça erguida. De olhar no olho do meu filho, das
minhas filhas, e poder dizer: ‘Seu pai está sendo alvejado porque
defende pobre’. Porque ninguém quer defender pobre neste País”, disse
Eunício, durante evento do PMDB em Limoeiro do Norte, a 198km de
Fortaleza.
Em seu discurso, o senador destacou ainda nunca ter
sido alvo de processos na Justiça. “Tenho 64 anos de idade, faço agora
em setembro, e nunca tive um cheque sem fundo, nunca tive um inquérito.
Nunca tive nada, nunca nem passei em uma delegacia”, disse.
Neste
sábado, a revista Veja divulgou que uma nova delação, do ex-diretor José
de Carvalho Filho, teria revelado pagamento de R$ 2,1 milhões em
propinas para Eunício. O depoimento, que seguiria sob sigilo de Justiça,
contaria inclusive com provas, incluindo registro de ligações entre o
representante da empreiteira e um sobrinho do presidente do Senado
Federal.
Na primeira delação da Odebrecht tornada pública, o
executivo Cláudio Melo Filho disse ter pagado propina a Eunício, em duas
parcelas de R$ 1 milhão, entre outubro de 2013 e janeiro de 2014. O
dinheiro iria para campanha do peemedebista ao governo do Ceará em 2014,
em contrapartida por apoio a medidas que beneficiavam a empreiteira no
Congresso. Em março, empresas do senador foram alvo de ação da Polícia
Federal.
Eunício, por outro lado, nega todas as irregularidades e
diz confiar que o processo legal comprovará sua inocência. Ele destaca
que todas as doações de sua campanha de 2014 no Ceará seguiram trâmite
legal e foram declaradas à Justiça.
(Carlos Mazza)
Disponível em: http://www.opovo.com.br/jornal/politica/2017/04/citado-na-lava-jato-eunicio-diz-ser-perseguido-por-defender-pobres.html
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