domingo, 16 de outubro de 2016

FREIXO DIZ QUE CRIVELLA TERÁ QUE SER RESPONSABILIZADO PELA MORTE DE GAYS

Candidato do PSOL diz que livro revela discurso de ódio e preconceito.

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RIO — Faltando duas semanas para as eleições, o candidato Marcelo Freixo do PSOL chamou o adversário Marcelo Crivella para a guerra. Em comíncio na Praça da Fé, onde há uma igreja católica e uma Assembleia de Deus, em Bangu, no fim da tarde deste domingo, Freixo acusou Crivella de estimular a violência contra gays, responsabilizando-o por homicídios que venham a acontecer, por causa das ideias que escreveu sobre homossexualidade no livro "Evangelizando a África".
— Nós não vamos deixar que, em pleno século XXI, alguém que representa a sua religiosidade, governe a cidade para todo mundo o Rio é a cidade de divergência, da referência, da diversidade. Não pode ser a cidade da perseguição. Ele consegue enganar com a fala mansa. Se alguém tinha dúvidas de quem ele é, leia o que ele escreveu. O ódio não pode vencer o amor. Como pode odiar os gays pois isso estimula a violência e o homicídio. A cada fala de ódio contra os gays, ele se responsabiliza pelo homicídio de um gay que acontece na cidade de Rio. Não pode alguém que fala mal dos católicos e das religiões de matrizes africanas ganhar uma eleição.
Vestido com a camisa do Bangu, ele conclamou as pessoas a procurar vizinhos e usar as redes sociais para mostrar a realidade de cada candidato.
— Crivella vai ter que entregar cargos para Garotinho, PMDB e outros. Nós não! Temos duas semanas para mudar a cidade do Rio de Janeiro. Temos um compromisso com o povo.No próximo debate que ele for, já que ele está fugindo, perguntas vão ser feitas. Guerra é guerra — disse o candidato.
Em seguida, o público gritou que Crivella era covarde por não comparecer aos debates.
Foi durante corpo a corpo em Manguinhos, na manhã deste domingo, que o candidato do PSOL aumentou o tom de ataques ao adversário, referindo-se à reportagem publicada hoje no GLOBO sobre o livro do senador, que traz pesadas críticas a religiões e a homossexualidade. Ele chamou o concorrente de mentiroso, ao não admitir que o que escreveu na obra representa seu pensamento nos dias de hoje. Segundo Freixo, o oponente é uma ameaça a todos e garantiu: "a máscara de Crivella está caindo".
— O Crivella revela em seu livro quem é o verdadeiro candidato à prefeitura do Rio. Mostra todo o seu preconceito. Nós queremos uma cidade com mais tolerância, menos preconceito e que tenha espaço para todos os grupos e religiões — disse Freixo, que pretende abordar o assunto durante um comício em Bangu, no fim da tarde deste domingo.



Ele afirma que o exemplar evidencia seu discurso de ódio e intolerância.



— Quando Crivella escreveu o livro tinha 42 anos e sabia exatamente o que estava fazendo. Ele estava se preparando para o cenário. Aquilo ali é ele. Ele é ódio, é produção do medo, é preconceito. Ele não gosta de nada que seja diferente dele. A máscara dele está caindo. Uma pessoa com essas características jamais pode pensar em ser prefeito no Rio de Janeiro. Tenho certeza absoluta que a população, sabendo quem é o Crivella de verdade, sabendo que ele mente, que ele é aquilo que ele escreveu quando tinha 42 anos não vai votar nele — disse Freixo.

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Em entrevista ao GLOBO na tarde deste domingo, minutos antes de seu comício na Praça da Fé, em Bangu, Freixo ressaltou que vem sendo caluniado por Crivella, ao associá-lo aos "Black Blocs". Segundo o candidato do PSOL, o adversário está deturpando e editando imagens em seu programa eleitoral para mostrar que ele é a favor da desordem urbana.
— Todos sabem que não tenho qualquer vínculo com grupos violentos. Não apoio a violência nem do estado, nem de qualquer movimento. As passeatas são bem-vindas como movimento democrático, mas não como violência. Nessa propaganda pela TV, ele manipulam o vídeo. Não vamos nos igualar a ele, mas vamos dizer quem é Crivella — disse Freixo.


O comício em Bangu, sob forte calor, foi justamente em uma área de milícia. Durante o evento, alguns motoristas de van — transporte controlado por milicianos na zona Oeste — gritaram o nome de Crivella e frases como "fora Freixo".
— Crivella acabou de dizer que qualquer voto é brm-vindo, ao receber o apoio de uma representante da milícia daqui (referindo-se a Carminha Jerominho ). Eu não acho isso. É fundamental estar aqui hoje na Zona Oeste e dizer que seus moradores precisam ser ouvidos. Não tem que ter dono de território. Isso tem que acabar. Apesar do sol quente, as pessoas estão aqui porque querem liberdade. Pergunta quanto é o gás que elas pagam? Antes de o Crivella aceitar o apoio desses grupos, ele deveria perguntar como está a vida dos moradores que vivem aqui oprimidos — disse Freixo, lembrando a sua atuação na Cpi das milícias.
O arcebispo do Rio, D. Orani João Tempesta, não quis entrar na polêmica sobre o livro do candidato à prefeitura do Rio Marcelo Crivella, que critica os católicos pelo culto a imagens de santos. Por meio de sua assessoria de imprensa, o cardeal esclareceu que não lhe “compete comentar situações que envolvem política, bem como dar parecer sobre obras literárias e, de modo particular, obras escritas por candidatos à cargos eletivos”.

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Disponível em:  http://oglobo.globo.com/brasil/freixo-diz-que-crivella-tera-que-ser-responsabilizado-pela-morte-de-gays-20298657#ixzz4NIUy1N2i


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