Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
O candidato Marcelo Freixo (PSOL), segundo colocado na eleição
para prefeito do Rio de Janeiro, discursou para uma multidão que o
aguardava nos Arcos da Lapa. Ele só falou neste domingo (2) depois que o
percentual de votos apurados lhe garantia matematicamente no segundo
turno, que disputará com Marcelo Crivella (PRB). Em terceiro lugar,
ficou o candidato Pedro Paulo (PMDB), que representava a continuidade do
projeto político do prefeito Eduardo Paes, do mesmo partido.
“Esta
cidade não aguentava mais tratar a favela através da opressão e do
medo, da morte, do silêncio e da invisibilidade. Nós chegamos ao segundo
turno não foi para ganhar uma eleição. Foi para mudar a história do Rio
de Janeiro. Para aprofundar a democracia, criar os conselhos de bairro,
para valorizar o servidor público, para fazer com que a saúde olhe para
a vida de quem mais precisa. Dignidade não pode ter CEP na cidade do
Rio de Janeiro”, discursou Freixo.
Em seguida, após o ato, ele
conversou com os jornalistas e disse que, se eleito, vai procurar o
presidente Michel Temer, com quem possui diferenças políticas, para
manter uma relação institucional.
“Qualquer um que ganhe a
eleição, tem que agir como prefeito. Eu tenho a minha opinião sobre o
governo Michel Temer, mas o prefeito do Rio de Janeiro tem que defender
aquilo que é direito da cidade. Vamos conversar com qualquer governo,
seja estadual ou federal. É uma relação institucional e assim será
feito.”
Freixo disse que buscará, no segundo turno, diálogo com
representantes de várias religiões para discutir um projeto para a
cidade, embora considere importante separar Estado e religião.
“Nós
temos um programa debatido durante um ano e meio, com vários setores da
sociedade, inclusive com setores religiosos, mas, neste momento, é
muito importante reafirmar o Estado laico. Importante entender que o
Estado é uma coisa e a religião é outra. Nós temos muito boa relação com
as religiões. Elas cumprem um papel importante, mas acho perigoso
qualquer religião estar dentro do Estado e cumprir um papel político. Eu
convoco todas as religiões para um debate de cidade.”
Freixo
passou para o segundo turno com 553.424 votos, 18,26% do total. Crivella
obteve 842.201 votos, 27,78% do total. O terceiro colocado, Pedro
Paulo, recebeu 488.775 votos, 16,12%.
Foram apurados 4.898.044
votos. Houve 1.189.187 abstenções, 24,28% do total. Os votos em branco
foram 204.110 (5,50%) e os nulos, 473.324 (12,76%).
Edição: Fábio Massalli
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-10/chegamos-no-segundo-turno-para-mudar-historia-do-rio-diz-marcelo-freixo
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