Em meio a alertas de opositores do PMDB sobre uma possível blindagem nas investigações após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deixou de fora dos pedidos de investigação o vice-presidente, Michel Temer.
Na segunda-feira, Janot pediu abertura de inquérito contra pelo menos oito políticos a partir da delação do senador Delcídio Amaral, ex-líder do governo, no âmbito daOperação Lava Jato.
De acordo com o ex-petista, Temer foi o responsável pelas indicações de Jorge Zelada e João Augusto Henriques Rezende para a diretoria de Internacional da Petrobras.
A vaga foi ocupada por Zelada, mas, de acordo com a assessoria de Temer, ele apenas chancelou a indicação para atender a pedido da bancada mineira do PMDB.
O vice-presidente também foi citado ainda em conversas com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em uma delas, Cunha reclama que o empresário Léo Pinheiro, dono da OAS, liberou o pagamento de R$ 5 milhões para Temer antes de pagar a parte dele. Segundo a assessoria do vice, o valor se refere àcontribuição legal de campanha.
O nome de Temer aparece ainda em uma planilha apreendida pela Polícia Federal com ex-executivos da Camargo Corrêa. De acordo com o documento, o peemedebista está vinculado a dois pagamentos de US$ 40 mil e a duas obras tocadas pela empreiteira.
Segundo o lobista Júlio Camargo, Temer mantinha contato com o lobista Fernando Soares, o Baiano, operador do PMDB nos pagamentos de proprina dentro do esquema da estatal.
A equipe de do procurador-geral entendeu que as acusações de Delcídio e outras citações ao nome de Temer por investigados na Lava Jato são insuficientes para sustentar um pedido de inquérito específico contra o vice-presidente, de acordo com o jornal O Globo.
Outros investigados
Na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu investigações sobre o envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em desvios de dinheiro de Furnas Centrais Elétricas e sobre maquiagem de dados do Banco Rural.
O procurador também solicitou a apuração de supostas irregularidades cometidas pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva (PT), e pelo presidentes da Câmara e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Outros quatro peemedebistas também estão na lista de investigados.
São os senadores Valdir Raupp (RO), Jader Barbalho (PA) e Romero Jucá (RR), cotado para ministro do Planejamento de Temer. O outro nome é do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo.
A PGR irá pedir também abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a Folha de São Paulo. Em sua delação, Delcídio relatou que o governo da petista fez uma série de ofensivas nos tribunais superiores para influenciar nos desdobramentos da Lava Jato.
O senador citou, por exemplo, a nomeação do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marcelo Navarro como uma forma de tentar garantir a liberdade de grande empreiteiros.
Para os procuradores, a indicação de Lula à Casa Civil também faz parte desse pacote para "tumultuar" as investigações. Janot já disse ao STF que o ato caracterizou desvio de finalidade.
Disponível em: http://www.brasilpost.com.br/2016/05/03/temer-janot-lava-jato_n_9829020.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004
Nenhum comentário:
Postar um comentário