terça-feira, 3 de maio de 2016

EU E MEU RELACIONAMENTO COM O SENHOR

orar


1. O Senhor, o Altíssimo o Todo Outro mora numa luz inacessível. Não cabe em nossos conceitos e em nossas elucubrações cerebrais. Ele é um Tu, o que transcende a tudo e a todos, o Inominável. Designamo-lo de Deus e falamos dele sem nos dar conta do seu profundo e denso mistério. Corremos o risco de banalizar seu Mistério. Francisco de Assis dizia: Tu és o Forte, tu és a Ternura, tu és a Coragem…

2. O que sabemos é que esse Mistério está por detrás da realidade. Ele é força e dinamismo de vida. A criação toda saiu e sai de suas mãos, de seu projeto de amor. Ele é força de vida. Um dia passamos a existir porque ele nos colocou na existência, servindo-se agentes secundários, colaboradores de seus desígnios. Fez-nos corpo, afeto, amor, inteligência, vontade. Deixou dentro de nós perguntas e questões. As Escrituras, para os que creem, falam de seu louco amor pelos homens e mulheres.

3. Ele quer ser buscado e procurado. Dentro de cada um de nós há uma saudade do infinito, desse “Alguém”. Fazemos a experiência vivida e ensinada por Santo Agostinho. “Irrequieto é nosso coração enquanto não descansar em Deus”. E do nascer ao morrer não temos outra tarefa senão a de buscá-lo, esse que nos perscruta, que conhece o nosso deitar e nosso levantar, que já sabe o que vamos pensar antes que nosso pensamento de manifestasse. Ouvimos dizer por nossos antepassados que ele se revela aos humildes e se oculta aos poderosos.

4. Cabe a cada um decifrar esse enigma. Herdeiros da tradição religiosa judaica temos, em escritos do Antigo Testamento, passagens que, de alguma forma, nos ajudam a “apreendê-lo”. Moisés está diante de um arbusto que queimava e não se consuma e lhe é dito que aquela terra em que pisa é santa e que é necessário tirar a sandálias dos pés. Uma fornalha de amor, um fogo que queima? Isaías, numa figuração humana, contempla o Senhor no templo, honrado por seres espirituais chamados anjos. Isaías compreende que precisa purificar os lábios com um carvão ardente. O Senhor é santo. Recorremos ainda à experiência de Elias. O profeta está para desanimar. Tudo lhe é adverso. Ele se refugia numa caverna. O Senhor reserva-lhe uma manifestação. Ele não está no fragor, na trovoada nos relâmpago. Quando Elias se coloca à porta da caverna sente-se afagado por uma brisa suave. No silêncio e brisa ligeira o Senhor se revelava e se manifestava. Oseias, outro profeta, sente que o Senhor é o Amado que chama a amada para o deserto para as núpcias de amor. Sim, muitos textos da fé judaica permitem que nos aproximemos do Senhor.

5. Nós, cristãos, desde a nossa infância, fomos compreendendo e aprendendo que esse Fogo de amor que é Deus tomou carne na adorável pessoa de Jesus, o filho da Virgem Maria. Na medida em que lemos com o olhos do coração as páginas dos evangelhos, quando convivemos com comunidades cristãs sólidas e límpidas, vamos conhecendo Jesus e ele mesmo disse que os que o conhece e o amam esses ele, Jesus, leva ao Pai. “Quem me vê, vê o Pai”. Jesus é o caminho leva ao Pai.

6. O Senhor é Pai de misericórdia, faz chover sobre justos e injustos, não vê as aparências mas o interior, chama os homens através de Jesus para serem agentes transformadores de um mundo novo, quer que sejam sal da terra, fermento na massa e luz do mundo, reúne os seus como a galinha reúne os pintinhos. Mostra nosso destino na sala de núpcias da eternidade.

7. Precioso o tempo do final da adolescência e da juventude para abrir o coração às visitas do Senhor. Não somos nós que o buscamos. É ele que vem ao nosso encalço. Importante que jovens vivam em comunidades, que discutam o sentido da vida, que juntos percorram as páginas do Novo Testamento, que se espelhem pessoas cuja vida deu certo. Importante fazer duas experiências: aproximar-se do outro, dos outros, dos mais abandonados e fazer uma experiência de Cristo que se esconde nos mais simples e sofredores. Ao mesmo tempo será preciso mergulhar no silêncio e nas páginas das Escrituras e tentar ouvir Senhor.

8. No tempo da juventude, em grupos sérios, não apenas para encontros quaisquer, rapazes e moças ganham convicções, encontram a Deus e iluminam suas grandes opções de vida com o Senhor. Importante que os jovens optem pelo Senhor e por Cristo e com ele se relacionem:
• Importante participar de grupos de aprofundamento da fé.
• Fazer experiência de Deus na oração meditada em comum e em silêncio.
• Viver passo a passo da missa. Se possível participar durante a semana.
• A meditação dos mistérios do rosário poderá fazer com que só jovens se aproximem de Cristo.
• Frequentar as páginas das Escrituras.
• Ter uma consciência delicada.
• Fazer a experiência de Cristo no contato com os mais abandonados.

Frei Almir Guimarães

Disponível em:  http://www.franciscanos.org.br/?p=108462

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