terça-feira, 17 de maio de 2016

DEVOÇÃO A MARIA E CULTO ÀS IMAGENS (APONTAMENTOS PARA O MÊS DE MAIO)




Compreendendo o papel desempenhado pela a santíssima Virgem Maria na história da salvação, não temos dificuldade em aceitar a doutrina de seu culto e, inclusive, motivá-lo: O culto a Virgem Maria é uma doutrina católica, ou seja, esteve e está presente na Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo em todos os tempos e em todos os lugares. Algumas orações, sobretudo o Rosário e o Ângelus, praticadas tradicionalmente pelo povo cristão são recomendadas como meios eficazes para alimentar a vida de fé e a devoção à Virgem Maria e mais que uma prática religiosa, são meios eficazes para nos levar a uma experiência espiritual.
Por isso proponho a todos e todas as decisões do segundo Concilio de Nicéia, celebrado no ano 787, que confirmou a legitimidade do culto às imagens sagradas, contra os iconoclastas, que as consideravam inadequadas para representar a divindade:
“Definimos com toda a exatidão e cuidado que de modo semelhante à imagem da preciosa e vivificante cruz hão de expor-se as sagradas e santas imagens, tanto as pintadas como as de mosaico e de outra matéria conveniente, nas santas igrejas de Deus, nos sagrados vasos e ornamentos, nas paredes e quadros, nas casas e caminhos, as de nosso Senhor e Deus e Salvador Jesus Cristo, da Imaculada Senhora nossa a santa Mãe de Deus, dos preciosos anjos e de todos os homens santos e veneráveis” (DS 600).
O nosso foco e meta é Jesus Cristo, mas imagens, a Virgem mesmo, os santos e as santas, são como setas no caminho a nos indicar a meta...
O segundo Concilio de Nicéia não se limita a afirmar a legitimidade das imagens; também trata de explicar sua utilidade para a piedade cristã: “Porque quanto com mais freqüência são contemplados por meio de sua representação na imagem, tanto mais se movem elevam o pensamento dos crentes em direção a Deus” (DS 601).
Trata-se de indicações que valem de modo especial para o culto à Virgem. As imagens, os ícones e as estátuas da Virgem Maria, que se acham nas casas, em lugares públicos e em inumeráveis igrejas e capelas, ajudam aos fiéis a invocar sua constante presença e seu misericordioso patrocínio nas diversas circunstâncias da vida. Tornando concreta e quase visível a ternura maternal da Virgem, convidam a dirigir-se a ela, a invocá-la com confiança e imitá-la em seu exemplo de aceitação generosa da vontade divina.
Nenhuma das imagens conhecidas reproduz o rosto autêntico de Maria, como já o reconhecia santo Agostinho (De Trinitate 8,7); contudo, nos ajudam a estabelecer relações mais vivas com ela. Por conseguinte, é preciso impulsionar o costume de expor as imagens de Maria nos lugares de culto e nos demais edifícios e lugares públicos e trazer consigo em forma de medalhas, etc., para sentir sua ajuda nas dificuldades e o convite a uma vida cada vez mais santa e fiel a Deus.
Para promover o reto uso das imagens sagradas, o Concilio de Nicéia recorda que “a honra da imagem se dirige ao original, e o que venera uma imagem, venera a pessoa nela representada” (DS 601), pelo contrário quem depreda e vilipendia quer depredar e vilipendiar a pessoa nela representada e vale a pergunta: a pessoa diz adorar e amar a Jesus Cristo, mas quer vilipendiar Sua Mãe?...
Assim, adorando na imagem de Cristo a Pessoa do Verbo encarnado, os fiéis realizam um genuíno ato de culto, que não tem nada a ver com a idolatria.
De forma análoga, ao venerar as representações de Maria, o verdadeiro crente realiza um ato destinado definitivamente a honrar a pessoa da Mãe de Jesus.
Devemos, como lideres religiosos e teólogos evitar tanto os exageros quanto as atitudes minimalistas ao considerar a singular dignidade da Mãe de Deus. E, dedicando-se ao estudo da sagrada Escritura, dos Santos Padres e doutores e doutoras da Igreja, assim como das liturgias da Tradição, iluminemos adequadamente as funções e os privilégios da santíssima Virgem Maria, bem aventurada, que fazem sempre referência a Cristo, origem de toda a verdade, santidade e piedade.
A fidelidade à Escritura e à Tradição, assim como às devoções populares garante a autêntica doutrina mariana. Sua característica imprescindível é a referência a Cristo, pois tudo em Maria deriva de Cristo e está orientado a Ele.
Para se viver de maneira autêntica uma relação filial com Maria existem alguns critérios: devemos recordar que a verdadeira devoção não consiste nem em um sentimento passageiro e sem frutos nem em uma credulidade vazia. Ao contrário, procede da verdadeira fé, que nos leva a reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos anima a amar como filhos e filhas a nossa Mãe divina e a imitar suas virtudes.
Cuidemos contra a credulidade vazia ou o predomínio do sentimentalismo. E sobretudo, reafirmemos que a devoção mariana autêntica, ao proceder da fé e do amoroso reconhecimento da dignidade de Maria, impulsiona o afeto filial para ela e suscita o firme propósito de imitar suas virtudes e de fazer tudo o que Jesus manda.


Foto do perfil de Dom Antonio Abade
Dom Antônio Piber, Abade
EREMITÉRIO FRANCISCO DOMUS MARIAE

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