POR SÍLVIA MARQUES
Enfim, sofrer , se angustiar , se desapontar, ter dúvidas faz parte da natureza humana e ainda não criaram um antídoto contra a vida. Mas sabemos que pessoas que vivem cercadas por amigos , familiares e compartilham experiências com uma comunidade que pode ser um grupo de terapia, um grupo religioso ou simplesmente um grupo de amigos que se encontra regularmente tende a ter uma vida mais significativa.
Problemas e dificuldades todos nós temos. Ninguém vive num mar de rosas o tempo todo. Espinhos fazem parte. Temos nossas dificuldades no trabalho, por causa do estresse do dia a dia , por causa daquela promoção que nunca chega , do trânsito caótico todo fim de tarde, por causa dos dez minutos que ficam faltando dormir logo de manhã. Por causa do telefone que não toca , do e-mail que não chega ou por causa do e-mail que chega na hora mais inoportuna. Por causa do "eu te amo" não dito ou dito na hora errada. Por causa do diálogo que já não flui mais ou por causa de um problema de saúde que pode ser na gente mesmo ou em alguém que amamos muito. Às vezes falta grana. Às vezes temos dinheiro demais, mas falta inspiração para aproveitá-lo.
Enfim, sofrer , se angustiar , se desapontar, ter dúvidas faz parte da natureza humana e ainda não criaram um antídoto contra a vida. Mas sabemos que pessoas que vivem cercadas por amigos , familiares e compartilham experiências com uma comunidade que pode ser um grupo de terapia, um grupo religioso ou simplesmente um grupo de amigos que se encontra regularmente tende a ter uma vida mais significativa.
Pode ser gente que se encontra para estudar algo ou fazer arte ou praticar um esporte. Pode ser um grupo que se encontra apenas para conversar e misturar risos com lágrimas. Não importa. Estar junto é o que acaba fazendo a diferença. Se as pessoas não podem solucionar os nossos problemas , podem pelo menos mostrar a nós que não estamos sozinhos, que a vida é pauleira mesmo, mas que mesmo assim a gente vai sobrevivendo com a ajuda das pessoas que nos amam. Mas vale ressaltar que tais pessoas não podem ser meros conhecidos. Precisamos criar vínculos e tirar as máscaras sociais diante destes grupos se desejamos realmente uma lavagem na alma.
Conviver com gente persona, que só conta vantagem e nunca abre nada de mais profundo, pode ser ainda mais solitário e devastador. Precisamos de pessoas inteiras , que se revelam, para sentirmos o poder da integração. Gente que desce do pedestal, que se assume com qualidades positivas e negativas, que não se imagina correta e superior o tempo todo. Ou que finge sentir-se como defesa. Precisamos de gente que ri, que chora, que fala besteira , que ama demais, que se engana , que se revolta e que acima de tudo abraça e acolhe.
SÍLVIA MARQUES
Paulistana, escritora, idealista em crise, bacharel em Cinema, cinéfila, professora universitária com alma de aluna, doutora em Comunicação e Semiótica, autodidata na vida, filósofa de botequim, com a alma tatuada de experiências trágicas, amante das artes , da boa mesa, dos vinhos, de papos loucos e ideias inusitadas. Serei uma atleta no dia em que levantamento de xícara de café se tornar modalidade esportiva. Sim, eu acredito realmente que um filme possa mudar a sua vida! Autora do blog Garota desbocada. Lancei recentemente em versão e-book pela Cia do ebook o romance O corpo nu..
Disponível em: http://obviousmag.org/cinema_pensante/2016/02/a-importancia-da-vida-em-comunidade.html
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