segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

1° DE DEZEMBRO - DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS - 15 MITOS SOBRE O HIV QUE AINDA PERSISTEM




A atitude com relação ao HIV vem se tornando cada vez mais relaxada, e com isso informações erradas sobre a epidemia do HIV continuam a existir.

Hoje é Dia Mundial da Luta contra a Aids. O tema da campanha esse ano é “Closing The Gap”, ou diminuir a diferença: estima-se hoje que há 35 milhões de soropositivos no mundo, mas 19 milhões deles não sabem disso. Quem não está ciente de seu status não se trata. Ao se diminuir a diferença entre o número de pessoas soropositivas e pessoas em tratamento, um grande passo para o controle da epidemia do HIV será dado.
Mesmo com tantas fontes de informação disponíveis em todos os meios de comunicação, algumas ideias erradas sobre o HIV e a Aids perduram. Nós listamos abaixo algumas delas.
  1. É impossível uma lésbica pegar HIV de outra. O Centers for Disease Control and Prevention (CDC), órgão governamental dos EUA, divulgou este ano que a transmissão do HIV de uma mulher para outra é possível. Os riscos são extremamente pequenos, no entanto. Os fatores de risco incluem exposição a secreções vaginais ou outros fluídos corporais,  exposição a sangue da menstruação, ou a sangue advindo de feridas durante sexo mais violento. A transmissão entre mulheres no entanto é muito mais rara que a transmissão entre homens ou entre homem e mulher.
  2. Fazer sexo sem preservativo com alguém que você sabe ser soropositivo é a coisa mais perigosa que você pode fazer. É claro que você deve usar preservativo com um parceiro soropositivo. Mas, se alguém sabe que é soropositivo, é bem provável que essa pessoa já esteja se tratando. Se o parceiro soropositivo estiver tomando seus antirretrovirais corretamente e estiver com uma carga indetectável de vírus em seu sangue, a chance dele transmitir HIV cai em 96%. Você estará correndo muito mais riscos ao fazer sexo sem proteção com alguém que não conhece seu status sorológico e, consequentemente, não está sob tratamento algum. A pessoa pode pensar que é soronegativa e ter acabado de contrair o vírus, quem sabe até mesmo depois de seu último exame, feito recentemente. Nesse caso, eles estão em sua fase mais contagiosa.
  3. A baba do pau não transmite HIV. Há uma pequena quantidade de vírus HIV na baba do pau do homem – você sabe, a secreção que não é porra, mas deixa a cueca melada em momentos de excitação. É muito difícil transmitir HIV via sexo oral, então você não precisa se preocupar em cair de boca em um pau melado. É muito mais fácil transmitir o vírus com sexo vaginal e sexo anal, no entanto, portanto você deve sim colocar um preservativo antes de qualquer contato do pênis com o ânus ou com a vagina. Há casos registrados de pessoas que pegaram HIV porque demoraram demais para colocar um preservativo durante o sexo anal.
  4. Há mais pessoas heterossexuais pegando HIV que homossexuais, então héteros correm mais risco. Por todo mundo, cada vez mais heterossexuais contraem o HIV a cada ano. Mas há muito menos gays e bissexuais que héteros. A verdade é que os gays são um grupo mais vulnerável. Na Austrália, 85% das novas infecções de HIV acontecem entre homens que fazem sexo com homens (HSH).  Na Califórnia, três quartos dos novos casos de HIV todo ano são gays. Em Londres, um entre oito gays são atualmente soropositivos. Nos grandes centros urbanos brasileiros, um em cada 10 gays são portadores do vírus HIV.
  5. Fazer todo mundo usar preservativo é a única maneira de prevenir o HIV. Se fosse possível fazer todo mundo usar preservativo em todas as relações sexuais, as novas infecções de HIV despencariam. Isso, no entanto, não aconteceu nos 30 anos desde a descoberta do HIV, e é difícil que venha a acontecer daqui pra frente. Há outras maneiras de se evitar o vírus. Se uma pessoa for soropositiva e estiver se tratando corretamente, sua carga viral vai cair a níveis tão baixos que ela não será capaz de transmitir o vírus. Isso protege outras pessoas. PrEP (um indivíduo soronegativo tomar medicação antirretroviral para impedir que ele seja infectado) também já provou ser extremamente eficaz – tanto quando tomada diariamente ou apenas nos dias antes e depois do sexo. Esse tratamento já está disponível nos EUA e está em fase de testes no resto do mundo.
  6. Você pode pegar HIV se pisar em uma agulha na rua ou de sangue que pingar sobre alguma superfície.Os usuários de drogas injetáveis costumam passar as seringas de uma pessoa para outra muito rapidamente, e esse é um comportamento de alto risco, portanto há razões para medo. Mas o HIV é um vírus extremamente frágil, e só sobrevive por poucos segundos fora do corpo humano.
  7. Se eu for apenas ativo, eu não corro riscos. Os passivos têm sete vezes mais chance de contrair o HIV que os ativos durante o sexo desprotegido. Mas qualquer forma de sexo anal apresenta risco de se contrair HIV, e ser o ativo não é “seguro”.
  8. Se você contraiu HIV, mais cedo ou mais tarde vai ficar com Aids. Se você for diagnosticado logo e começar a tomar medicamentos no momento adequado, é muito difícil que você desenvolva a Aids. Mesmo que você desenvolva Aids, na maioria das vezes é possível entrar em algum tipo de tratamento para que se retorne a ser apenas portador do HIV. Os soropositivos que entram em tratamento hoje têm uma expectativa de vida igual à dos soronegativos.
  9. Pais soropositivos não são capazes de ter filhos com segurança. Converse com seu médico. Há maneiras de uma pessoa soropositiva gerar um filho soronegativo. Com os devidos cuidados, a chance de uma mãe soropositiva transmitir o vírus para o bebê é de apenas 0.5%. Busque sempre acompanhamento médico.
  10. Eu fiz sexo sem proteção com um cara e não peguei HIV, então ele não é soropositivo. É possível que você contraia HIV na primeira vez que você faz sexo sem preservativo com um soropositivo, assim como é possível você transar com um soropositivo 100 vezes e escapar em todas. Os riscos variam. É uma loteria. Além disso, você não sabe se o parceiro fez sexo sem proteção com outra pessoa desde aquela vez que vocês transaram. Caso isso tenha acontecido e ele tenha sido infectado, ele está no período em que a chance de transmitir o vírus para você é muito alta.
  11. Há pessoas que são imunes. Sim, elas existem, mas a imunidade é extraordinariamente rara. Entre caucasianos, uma pessoa em mil é imune, ou ainda menos. Há quem cogite que as pragas que assolaram a Europa ao longo da história fizeram com que essa característica genética se destacasse, e que pessoas de outras regiões do mundo demonstrem taxas de imunidade ainda mais baixas.
  12. HIV e Aids são a mesma coisa. HIV é o Vírus da Imunodeficiência Humana. Esse vírus pode causar Aids, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, se o soropositivo não perceber que carrega o vírus e não começar o tratamento. Essa síndrome significa que seu sistema imunológico está devastado, o que permite que outras infecções e cânceres venham a causar a morte. Ou seja, a Aids demonstra sintomas, mas apenas portar o HIV não. Você pode carregar o HIV em seu corpo e não saber. Por isso é importante realizar o exame regularmente.
  13. Dá pra perceber se alguém é soropositivo. O vírus por si só não altera em nada a aparência de alguém. O tratamento médico impede que um soropositivo desenvolva Aids, que é o que dá a aparência de doença para um soropositivo. Muitos gays e bissexuais reagem à descoberta de sua soropositividade tomando mais cuidado com sua saúde, indo mais à academia e entrando em forma. Ou seja, na maioria das vezes não há sinal externo nenhum quanto ao status sorológico de uma pessoa. Os medicamentos antirretrovirais às vezes causam efeitos colaterais como a lipodistrofia – a perda de gordura em algumas áreas, como a face, e acúmulo em outras, como na parte de trás do pescoço.
  14. Soropositivos são tratados como qualquer outra pessoa. Infelizmente, nem sempre. Uma em cada três pessoas no Reino Unido relatam encontrarem discriminação social. Nos Estados Unidos, pesquisas demonstraram que o estigma e a vergonha são os maiores impedimentos para que as pessoas iniciem o tratamento depois de serem diagnosticadas soropositivas.
  15. Quando eu tiver que me preocupar com isso, já vai existir uma cura para a Aids. Os cientistas adoram falar para a imprensa que estão próximos da descoberta da cura da Aids para aumentar sua própria reputação e tentar conseguir mais fundos para suas pesquisas. Eles fazem trabalhos incríveis. Mas o HIV é um vírus traiçoeiro, e os cientistas até hoje também não conseguiram curar o câncer, a caxumba e o resfriado. Até o momento não há qualquer garantia de que a cura será encontrada nos próximos 50 ou 60 anos. Além do mais, ser soropositivo pode aumentar o seu risco de adquirir outros problemas de saúde como a hepatite C, então você pode acabar tendo que se preocupar com isso antes do que você pensa.

Disponível em:  http://www.ladobi.com/2014/12/15-mitos-hiv/

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