Em nota oficial, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo declarou repúdio ao ataque sofrido pelo funcionário do Metrô Danilo Putinato, 21, e seu companheiro Raphael Martins, 20, no último domingo, dentro de um vagão do metrô da capital paulista. A entidade lembra que a violência ocorreu há menos de dois meses da declaração do candidato à presidência Levy Fidelix, que conclamou a maioria a lutar contra os gays em um debate na TV. Fato que já havia sido repudiado pela entidade que exige ainda que o crime de domingo seja registrado e tratado como homofobia e ainda que a empresa que opera o transporte onde ocorreu o espancamento garanta toda a assistência às vítimas.
“Não menos culpado, entendemos que o Metrô é uma empresa que transporta mais de 4 milhões de passageiros por dia e não tem um programa efetivo para combater a homofobia, os assédios sexuais contra as mulheres, o racismo e qualquer forma de preconceito e opressão. Assim reproduz a ideologia homofóbica, machista e racista sendo, no mínimo, cúmplice dessas ações”, critica a categoria que pede a aprovação do PLC 122 para criminalizar a homofobia em todo o país.
Confira a nota na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO CONTRA A VIOLÊNCIA HOMOFÓBICA AO METROVIÁRIO DANILO PUTINATO E SEU COMPANHEIRO NO DIA 9/11 DENTRO DO METRÔ DE SP
Mais uma vez o metrô de São Paulo protagoniza mais um ato de extrema violência psíquica, moral e física contra um casal homossexual. Dessa vez uma das vitimas é nosso colega e companheiro de trabalho Danilo Putinato (OTM I) e seu namorado Raphael Martins. Os dois sofreram agressões dentro de uma composição do metrô entre as estações Armênia e Luz quando Danilo se dirigia ao trabalho no domingo (9).
Segundo os rapazes, um grupo de cerca de 15 homens, supostamente de torcida organizada, entraram no vagão em que estavam as vítimas desferindo palavras de cunho homofóbico e preconceituosas a eles e logo após as ofensas começaram as agressões físicas, com chutes e pontapés. A violência só parou quando o casal saiu do vagão. Danilo teve ferimentos leves e Raphael fraturou o nariz.
Menos de 2 meses após as lamentáveis declarações de cunho homofóbico do então candidato a presidência da república Levy Fidelix, onde este dizia, dentre todas as atrocidades, que "uma maioria venceria uma minoria", colhe-se os frutos dessas palavras de ordem juntamente com um histórico de violência, marginalização e falta de políticas públicas para com a comunidade LGBT.
Não menos culpado, entendemos que o Metrô é uma empresa que transporta mais de 4 milhões de passageiros por dia e não tem um programa efetivo para combater a homofobia, os assédios sexuais contra as mulheres, o racismo e qualquer forma de preconceito e opressão. Assim reproduz a ideologia homofóbica, machista e racista sendo, no mínimo, cúmplice dessas ações.
Exigimos que no Boletim de Ocorrência esteja registrado crime de homofobia.
Bem como nosso colega de trabalho Danilo, muitos outros gays, lésbicas, bissexuais e transexuais estão inseridos na categoria, e para que mais casos como esse não ocorram com nenhum trabalhador metroviário ou com qualquer pessoa da nossa sociedade, exigimos a criminalização da homofobia, na figura do PLC 122. Além disso que o Metrô realize campanhas contra a homofobia e o machismo.
O Sindicato dos Metroviários de SP repudia veementemente a violência sofrida pelo metroviário Danilo Putinato e seu namorado Raphael Martins. Nos solidarizamos e nos colocamos à disposição das vítimas.
Exigimos punição aos agressores e que o Metrô dê toda assistência às vitimas e contribua com a investigação desse lamentável ocorrido.
Disponível em: http://revistaladoa.com.br/2014/11/noticias/metroviarios-sao-paulo-emitem-nota-repudio-contra-violencia-sofrida-por-casal-gay
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